

Diversas atividades acontecem em Campos dos Goytacazes por conta do Mês da Consciência Negra. Alguns eventos se destacam na cidade, como o lançamento do projeto Elevador Social e o evento Afroprotagonismo, realizado no Centro de Convenções da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro há uma semana. O advogado Adilson Gama é um dos integrantes das ações que buscam promover maior visibilidade de profissionais negros no mercado de trabalho. Ele defende o apoio para formar lideranças negras no país por meio do empreendedorismo.
O que representou esse evento no Mês da Consciência Negra? Qual tipo de protagonismo pretendem atingir?
O evento Afroprotagonismo representa um marco dentro do Mês da Consciência Negra, pois concretiza uma agenda afirmativa e transformadora: acelerar a presença e o protagonismo de pessoas negras em espaços de liderança, influência e decisão. Queremos conectar trajetórias inspiradoras a oportunidades reais de formação, networking e inserção no mercado de trabalho. O protagonismo que buscamos é o da ação concreta — transformar reconhecimento em mobilidade social, e visibilidade em poder real de transformação.
Como é fazer parte do projeto Elevador Social e o que espera dessa iniciativa?
Fazer parte do Elevador Social é acreditar que o combate ao racismo estrutural também se faz pela via da oportunidade. O nome do projeto traduz exatamente isso: criar mecanismos que “elevem” pessoas negras a espaços antes restritos, por meio da educação, da qualificação e da conexão com o mercado. Esperamos que o projeto se consolide como uma plataforma permanente de inclusão e fortalecimento de lideranças negras, e que inspire outras instituições a adotarem compromissos semelhantes.
O que a sociedade em geral, mas especialmente a população negra, deve atentar com esse tipo de evento e reflexão no Novembro Negro?
É preciso entender que o Novembro Negro não se resume à celebração — ele é um ponto de partida. A sociedade deve atentar para o fato de que a igualdade racial depende de ações estruturais, de políticas afirmativas e de iniciativas como o Elevador Social, que traduzem o discurso em prática. Para a população negra, esse é também um chamado à autovalorização e à ocupação consciente dos espaços que estamos conquistando, sem abrir mão da coletividade.
O que considera fundamental destacar sobre as ações no Novembro Negro?
Gostaria de ressaltar que o Afroprotagonismo não é um evento isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla de transformação. Quando associações, sindicatos e universidades se unem para viabilizar projetos como o Elevador Social, estão, na prática, promovendo justiça social e democratizando o acesso a oportunidades. É isso que transforma o Novembro Negro em um compromisso vivo e contínuo com a equidade racial.
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