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Novembro Azul com prevenção ao câncer de próstata

Campanha reforça alerta para o diagnóstico precoce da doença, diz urologista Gilberto Oliveira

Saúde
Por Ocinei Trindade
10 de novembro de 2025 - 0h02
Conscientização|Beda Prime reforça importância da Campanha (Foto: Silvana Rust)

O câncer de próstata segue como um dos maiores desafios da saúde masculina no Brasil e no mundo, especialmente pela alta incidência e pela necessidade de ampliar o diagnóstico precoce. Apesar de ser o segundo tipo de câncer mais frequente entre homens — atrás apenas dos tumores de pele —, é também um dos mais tratáveis quando identificado no início. A afirmação é do urologista Gilberto Oliveira, do Beda Prime, que reforça a importância da conscientização e de políticas públicas que aproximem o homem do consultório, ainda em idade precoce, para que a prevenção seja constante e eficaz.

O grande obstáculo ainda está no comportamento masculino diante do cuidado com a própria saúde. Embora o câncer de próstata seja comum, possui uma elevada taxa de cura quando diagnosticado cedo. “A gente precisa atrair o homem para o consultório desde cedo. A doença tem uma prevalência muito alta, mas também uma chance enorme de cura. O maior desafio é difundir a importância da prevenção”, ressalta.

Três fatores de risco são centrais no surgimento da doença: hereditariedade, idade e raça. Homens com parentes de primeiro grau acometidos pela doença — pai, irmãos, avô — possuem risco aumentado, que cresce de forma exponencial quanto maior o número de familiares afetados. A idade, por sua vez, segue como o fator mais determinante, já que se trata de uma doença predominantemente de idosos. Além disso, homens negros apresentam maior probabilidade de desenvolver o tumor, exigindo ainda mais atenção preventiva.

O médico compara o funcionamento do corpo a um sistema inteligente, que identifica e corrige falhas celulares. “Quando esse mecanismo sofre algum defeito — por alterações genéticas, por exemplo —, uma célula que deveria ser reparada não é corrigida, podendo crescer de forma desordenada. Isso é o câncer: um crescimento desordenado de células. Se uma enzima não reconhece o problema, essa alteração passa despercebida e evolui. Por isso, genética e história familiar têm grande peso”, explica.

Sobre os exames de rastreamento, o especialista reforça que o PSA e o toque retal permanecem indispensáveis. Simples, rápidos e de baixo custo, os dois exames se complementam e, quando alterados simultaneamente, alcançam mais de 90% de chance de detecção da doença. Exames mais modernos, como a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, são utilizados como complementares, sobretudo em situações de dúvida, planejamento de biópsias ou cirurgias.

Embora exista a crença de que o tumor de próstata provoca sintomas cedo, o urologista é categórico ao afirmar o contrário. “Ele cresce na periferia da glândula e, por isso, costuma ser silencioso nas fases iniciais. Sinais como dificuldade para urinar e dores ósseas, especialmente na lombar, podem indicar doença avançada — o que reforça ainda mais a necessidade de consultas regulares, já que esperar sintomas pode ser tarde demais”, enfatiza.

Dr. Gilberto Oliveira (Foto: Ocinei Trindade)

Maior chance de cura
Nas fases precoces, a taxa de cura supera 90%. Gilberto Oliveira afirma costuma dizer que, embora a palavra “câncer” assuste, no caso da próstata, o “C” significa “cura”. A rotina preventiva deve ser anual. “Homens sem fatores de risco devem iniciar o acompanhamento entre os 45 e 50 anos. Já aqueles com histórico familiar ou pertencentes ao grupo de maior risco — como negros — devem começar aos 40 anos. Essa recomendação não muda com a idade: o intervalo é de um ano para todos”.

Embora o exame de toque tenha sido alvo de preconceito e resistência, o urologista acredita que esse cenário mudou consideravelmente. “As campanhas de conscientização, a ampliação do diálogo nas redes sociais e a atuação de profissionais da área têm reduzido a resistência masculina. Considero que o tabu perdeu força. O tratamento do câncer de próstata avançou de forma significativa, tanto em medicamentos quanto em tecnologia cirúrgica. Destaco a cirurgia robótica, disponível no Hospital Beda, como um avanço que oferece mais segurança, precisão e menor risco de complicações. Para casos em que a cura não é alcançada, há opções de tratamento capazes de controlar a doença por muitos anos”, conclui.