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Glaucoma exige acompanhamento

Diagnóstico precoce é essencial para evitar perda de visão, alerta a médica Silmara Lóes

Saúde
Por Ocinei Trindade
27 de outubro de 2025 - 0h01
Atenção|Drª Silmara Lóes integra equipe do OftalmoPrime (Foto: Ocinei Trindade)

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo, mas o diagnóstico precoce e o acompanhamento regular podem evitar a perda de visão. A médica oftalmologista Silmara Lóes, que atua no serviço especializado OftalmoPrime, do Beda Prime, explica que há mais de 50 tipos diferentes da doença, e que ela pode acometer pessoas de qualquer faixa etária.

“O glaucoma pode atingir desde o bebê recém-nascido, cujo diagnóstico às vezes é feito no parto, até pessoas acima dos 40 anos, faixa em que a doença é mais comum”, explica a médica. “Alguns perfis têm maior risco de desenvolver glaucoma, como diabéticos, pessoas com miopia alta, hipertensos descontrolados, além de indivíduos da raça negra e asiáticos.”

Segundo a doutora Silmara, o histórico familiar também é um fator de alerta importante. “Quando temos um parente de primeiro grau com glaucoma, a chance de desenvolver a doença é seis vezes maior. Por isso, a única maneira de fazer um diagnóstico precoce é o acompanhamento sistemático com o oftalmologista”, reforça.

Entre os diversos tipos, o glaucoma de ângulo aberto é o mais comum e também o mais silencioso. “O paciente não sente dor, nem percebe alterações visuais. Isso faz com que o diagnóstico muitas vezes aconteça em estágio avançado, quando a visão central ainda está preservada, mas há perdas periféricas”, explica a especialista.

Com o diagnóstico precoce, há mais opções terapêuticas. “Temos colírios modernos, com base em nanotecnologia, lançados recentemente no Brasil. Também usamos o laser em alguns casos, tanto para evitar o uso prolongado do colírio quanto para prevenir cirurgias de maior porte. Além disso, há as cirurgias minimamente invasivas, que oferecem recuperação rápida e podem ser realizadas junto com a cirurgia de catarata”, destaca Silmara.

No OftalmoPrime, esses avanços já fazem parte da rotina. “Hoje dispomos de dois tipos de laser: um para o glaucoma de ângulo fechado e, em breve, o laser para o tratamento de ângulo aberto. As cirurgias minimamente invasivas, conhecidas como MIGs, também já são realizadas no centro cirúrgico do Beda. Além disso, todos os exames necessários para diagnóstico e acompanhamento estão disponíveis, com tecnologia de última geração”, pontua.

Cuidados preventivos

O alerta da médica se estende aos cuidados preventivos. Estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros possam ter glaucoma sem saber. “A principal forma de diagnóstico é a consulta oftalmológica. Na primeira visita, o médico avalia os fatores de risco e define o intervalo ideal de acompanhamento. Para quem tem baixo risco, uma consulta anual é suficiente. Já pacientes com maior risco devem voltar em intervalos de três a seis meses”, orienta Silmara.

Silmara Lóes ressalta que esse controle é fundamental para a segurança do paciente. “O glaucoma é uma doença silenciosa, mas com diagnóstico precoce e acompanhamento regular, conseguimos preservar a visão e a qualidade de vida por muitos anos”, diz a oftalmologista.

O uso de medicamentos sem orientação médica pode colocar a saúde dos olhos em sério risco. A oftalmologista Silmara Lóes alerta que a automedicação é uma das principais causas de casos de glaucoma induzido por fármacos, especialmente os que contêm corticoides. “Muitas vezes o paciente se automedica, seja para uma gripe, um quadro doloroso ou um olho irritado. É muito comum o uso de corticoide sem prescrição médica para inflamações ou dor de garganta, por exemplo. E esse medicamento pode desencadear o glaucoma relacionado ao corticoide”, explica.

Silmara acrescenta que outros tipos de remédios também podem causar o problema. “Alguns antigripais comuns, se utilizados por pessoas com predisposição ao glaucoma de ângulo fechado, podem desencadear uma crise aguda de glaucoma. Portanto, a automedicação não deve ser realizada em hipótese alguma, seja qual for a patologia”, reforça.