Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2026, o cenário para o Governo do Rio de Janeiro começa a se definir, com favoritismos, alianças estratégicas e movimentações entre centro-direita, esquerda e extrema-direita. O professor de História e analista político Fábio Siqueira avalia o atual momento da sucessão estadual, apontando tendências eleitorais, forças políticas em disputa e possíveis impactos para o futuro do estado.
O que esperar dessa sucessão ao Governo do RJ?
Hoje, Eduardo Paes desponta como favorito na disputa. Sua presença constante nas mídias e redes sociais, combinada com uma base sólida de apoio, demonstra um processo de transição política em curso. Paes se fortalece ainda mais diante de desentendimentos no campo da extrema-direita, o que enfraquece possíveis adversários como Rodrigo Bacellar.
Pelos nomes que se apresentam, como pode ser essa disputa eleitoral para o Palácio Guanabara?
A disputa deve ser marcada pelo favoritismo de Eduardo Paes, que pode decidir a eleição já no primeiro turno. O bolsonarismo ainda avalia estratégias, incluindo a possível candidatura de Flávio Bolsonaro ao governo, mas seu desempenho atual nas pesquisas indica distância considerável de Paes. Movimentos estratégicos em torno de outros nomes, tendem a consolidar o espaço da centro-direita e manter Paes como principal concorrente.
No momento, Eduardo Paes venceria até Flávio Bolsonaro, segundo pesquisa. Isso demonstra o enfraquecimento do bolsonarismo fluminense?
Não se trata de enfraquecimento absoluto, mas de uma acomodação. O bolsonarismo mantém relevante base eleitoral, cerca de 28% no cenário nacional, mas perde força relativa diante de fatores como desgaste político, disputas internas e a evolução do eleitorado desde 2018. No Rio, há influência significativa, mas menos mobilizadora do que no período de maior crescimento do movimento.
O PT e outros partidos de esquerda, como o PSOL de Mônica Benício, devem ter fôlego e interesse do eleitorado com os nomes que se apresentam?
O PT deve seguir a orientação do presidente Lula, apoiando Eduardo Paes. O partido possui representação significativa e mantém alinhamento estratégico com a candidatura da centro-direita moderada. O PSOL pode lançar nomes, mas a tendência é que a esquerda adote postura pragmática, buscando equilibrar forças diante da extrema-direita.
Quais as suas perspectivas?
A expectativa é que Eduardo Paes conquiste vitória eleitoral, fortalecendo a base governista no Rio e contribuindo para o cenário nacional da esquerda. O novo governo teria oportunidade de promover reconstrução administrativa, implementar políticas públicas mais técnicas e modernas, e reduzir desigualdades históricas entre o interior e a região metropolitana.
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