No Brasil, o Dia da Indústria é comemorado em 25 de maio. A data homenageia Roberto Simonsen, patrono da indústria nacional, falecido em 1948. Ao longo dos últimos séculos, a indústria brasileira é desafiada a superar dificuldades, independentemente da região. No Norte Fluminense, por exemplo, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan NF) relata conquistas, mas também muitos obstáculos para a promoção do desenvolvimento do setor que movimenta a economia regional. Para o presidente da Firjan NF, Francisco Roberto Siqueira, o Norte Fluminense tem um papel fundamental na economia do Rio de Janeiro.
O presidente da Firjan NF destaca os setores de petróleo, gás, siderurgia e agronegócio, todos altamente dependentes de uma logística eficiente e integrada. Francisco Roberto afirma que os desafios de infraestrutura são temas discutidos e defendidos amplamente pela instituição. “A Federação atua fortemente na defesa de pleitos importantes de infraestrutura como a finalização da duplicação do trecho Norte da BR-101, o contorno de Campos e a construção da EF-118”, comenta.
Estes investimentos terão impacto direto na cadeia de óleo e gás e no desenvolvimento sustentável da região, o que, certamente, reduzirá custos logísticos e ampliará a competitividade da indústria regional, segundo a Firjan.
“Nossa atuação permite desdobramentos em diferentes frentes para identificar demandas, promover soluções e fortalecer a competitividade local. Estes pleitos de infraestrutura têm potencial para transformar a matriz de transporte de cargas. A duplicação da BR-101, ainda sem definição para relicitação, nem data definitiva para leilão de nova concessão da rodovia, é um desafio na região. A ausência de prazos é uma preocupação, uma vez que o atraso para o início do contrato interfere no prazo para a entrega das obras e pode prejudicar toda a região. A construção de multivias, como propõe a ANTT, para o trecho em Campos, no curto prazo, preservaria vidas, mas a solução definitiva é o Contorno de Campos. Este é um pleito histórico e prioritário e os prazos para projeto (cinco anos) e licença ambiental (oito anos) são muito longos. As intervenções dentro da cidade vão melhorar o tráfego, mas o Contorno é uma solução definitiva”, aponta Francisco Roberto.
O grande fluxo de veículos é considerado um limitador para a operação logística em Campos e região. “Além da BR-101, a Firjan atua nas discussões para a implantação da Estrada de Ferro 118 (EF-118). Este é um dos projetos mais relevantes para a modernização da infraestrutura logística do Brasil, conectando, ao longo de seus 495 quilômetros, os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e integrando-se à malha ferroviária nacional. A EF-118 reduzirá custos logísticos e ampliará a competitividade da indústria regional, impulsionará a economia dos estados, tornando o Brasil mais competitivo no mercado global”, diz o presidente da Firjan NF.
Muitas demandas
Outro desafio de infraestrutura para a Firjan NF é a RJ- 238, a Estrada dos Ceramistas, uma via de extrema relevância para o desenvolvimento econômico e industrial de Campos e região, que tem na Baixada Campista uma de suas mais importantes concentrações. “A manutenção em boas condições da RJ-238 é estratégica não apenas para o setor ceramista, mas para toda a cadeia produtiva da região”, diz Francisco Roberto.
A Firjan NF cita a Ponte da Integração como grande relevância para o desenvolvimento econômico e social da região. “No entanto, é preciso redefinir a rota de acesso por Campos, para incluir o Distrito Industrial, e investir na pavimentação do acesso por São Francisco de Itabapoana, ainda sem conclusão”, aponta o presidente Francisco Roberto.
Outra questão importante para a Firjan é a suspensão de voos comerciais no Aeroporto Bartolomeu Lisandro. “A Federação e as entidades empresariais têm se unido para sensibilizar autoridades e companhias aéreas sobre a importância de reativar a rota”, diz Francisco Roberto. Ele complementa:
“Para promover o crescimento econômico, não só da região Norte Fluminense, mas do Brasil e do Rio de Janeiro, a Firjan elaborou a Agenda de Propostas Brasil 4.0 com as prioridades do empresariado fluminense. As agendas serão entregues a prefeitos da região e têm o objetivo de traçar propostas para que a indústria continue avançando e contribuindo com o crescimento econômico. É primordial avançar em reformas e em ações que permitam estabelecer uma rota de crescimento sustentado, baseado na elevação da produtividade das economias nacional e fluminense. Outro desafio atual é formar, atrair e reter trabalhadores, o único caminho para o país elevar sua produtividade de maneira sustentável. Em 2024, foram qualificados mais de 4.500 alunos nas unidades Firjan SENAI de Campos (2.700) e Macaé (1.807). Temos os institutos de tecnologia e de inovação, e centros de referência da Firjan SENAI SESI. Formar um profissional completo e conduzir a indústria para o futuro é a nossa missão”, conclui.
