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Sub Jackson: Postura e segurança em cada ação

Sub Jackson eleito vereador quer criar na Câmara Comissão de Segurança

Entrevista
Por Aloysio Balbi
10 de fevereiro de 2025 - 0h24
Foto: Josh

Ele foi eleito em 2024 para a Câmara de Vereadores com 4.088 votos. Diplomado, retornou à Secretaria Municipal de Ordem Pública, atendendo a um pedido pessoal do prefeito Wladimir Garotinho para comandar a segurança no verão e no Carnaval do Farol de São Tomé. Jackson Luis Jesus de Sousa, mais conhecido como Sub Jackson, tem 25 anos na Polícia Militar.

Ele também coordena o Centro de Controle Operacional, que conta com câmeras de última geração e monitora as áreas mais sensíveis do município. Nesta entrevista, ele confirma que mais 200 câmeras, inclusive com reconhecimento facial, serão instaladas em Campos e a maior parte delas será em Guarus.

Sobre a Guarda Municipal usar armas de fogo, ele considera essa tendência irreversível, mas diz que isso será aos poucos. Na Câmara de Vereadores, que pretende assumir sua vaga após o Carnaval, ele quer criar a Comissão Municipal de Segurança.

Quatro mil e oitenta e oito votos, e você se tornou um dos vereadores mais votados de Campos. Vamos começar pela eleição. Qual a sensação?
Foi uma eleição muito difícil, concorrida, e eu fui eleito por um partido forte, com muitos candidatos bons de votos. O nosso objetivo foi alcançado, que era o voto das pessoas de bem, o voto consciente. Foi consequência da liderança do prefeito Wladimir e da visibilidade do meu trabalho na Secretaria de Ordem Pública. A gente trabalhou bastante no período de 2021 até agora como secretário. Eu venho de dois verões, período que na praia do Farol requer muito trabalho. Então, eu assumi o compromisso com o prefeito de coordenar essa área de segurança neste verão que está em curso até o Carnaval. Essa foi uma missão administrativa dada pelo prefeito Wladimir, que me deu a oportunidade de ser gestor de segurança e, através deste trabalho, sou vereador. Então, quero cumprir essa missão e depois reassumir minha cadeira na Câmara de Vereadores.

Você  coordena o Centro de Controle Operacional, que monitora a cidade com tecnologia de câmeras. Como é esse trabalho?
Vamos entrar agora na fase 2 do projeto. Vamos instalar mais de 200 câmeras e a maior parte delas em Guarus. Estamos mapeando os pontos mais sensíveis da Grande Guarus para a instalação dessas câmeras. Já estamos conversando com o delegado titular da 146ª DP, porque esse é um trabalho integrado.  A estratégia é inibir crimes e também ajudar a resolver os que ocorrerem. Estratégias são necessárias, porque tem câmera que pega face, que copia. Tem câmera que pega placa, tem câmera que dá zoom, que gira… Temos tudo de mais moderno em tecnologia. Nosso monitoramento é 24 horas por dia e todos os órgãos de segurança participam.

Você, como coordenador dessa pasta, que é recente, também tem que ser muito diplomático, interagindo com os outros órgãos de segurança. Como é isso?
É uma coisa que eu gosto de fazer, a parte que está no meu DNA: a segurança pública. Meu trabalho foi sempre fazer esse meio de campo e a minha palavra foi sempre a integração. Temos várias ações de conjunto e experiências fantásticas. Essa integração é necessária, caso contrário essa importante ferramenta de monitoramento não funciona. Agora, na Câmara de Vereadores, quero criar e presidir uma Comissão de Segurança Pública, que ainda não existe na Casa Legislativa.

Você falou em Guarus, que realmente é uma área sensível, mas existem outras que também precisam de um monitoramento. Falo da Pelinca, por exemplo. Alguma coisa está acontecendo nesse sentido?
Isso está no projeto e já existem câmeras lá instaladas, com trabalho em andamento e quase sigiloso. Não posso nem me aprofundar mais, porém, uma coisa eu posso te afirmar: a Secretaria, tem se dedicado, tem se doado bastante na retomada da ordem pública, para manter a segurança pública. E como eu falei anteriormente, a gente trabalha muito em conjunto. Os órgãos estão imbuídos nesse trabalho de advertir e coibir todo e qualquer ato ilícito. A Pelinca é uma área considerada nobre, mas também é uma área boêmia. Então, a gente tem uma atenção redobrada e pessoas que fazem arruaça por lá vão se surpreender com o resultado desse trabalho.

Sobre a Guarda Municipal… você tem mais de 25 anos de Polícia Militar e acumulou muita experiência. A Guarda Municipal será armada?
Como profissional de segurança pública, vejo isso de uma maneira muito positiva. Vamos ter nas ruas mais agentes armados sim, porém, antes bem treinados. Não é sair distribuindo armas. Já existe um consenso nacional de que as Guardas Municipais poderão usar armas sim, desde que tenham o treinamento apropriado. Policiais militares fazem cursos, tem toda uma estrutura para que eles possam proporcionar segurança. O mesmo vai acontecer com a Guarda Municipal. A tendência nacional é que as guardas municipais se tornem polícias municipais. Estive em Brasília participando de uma equipe de trabalho e ouvimos uma palestra do ministro da Defesa (José Mucio Monteiro Filho). Percebemos nitidamente que vamos avançar neste sentido e será ótimo para a segurança pública de Campos e de qualquer cidade, mas sempre trabalhando de forma integrada.

Mas como será essa questão das armas?
Na visão do prefeito Wladimir, a Guarda Municipal deve ser armada aos poucos. Formando uma turma, com treinamento tático e psicológico, esse grupo será armado e assim paulatinamente. Não será um processo do dia para a noite. Queremos uma polícia municipal em breve bem treinada. A ideia é essa, armar pouco a pouco, mas o passo está acelerado e é irreversível.

Vamos falar um pouquinho dessa delicada questão de pessoas em situação de rua?
É uma questão social grave, que ocorre em todas grandes cidades. Temos hoje em Campos uma população em situação de rua que está sendo abordada por nós da maneira correta. É uma abordagem diferenciada, porque são pessoas vulneráveis. É um trabalho de várias secretarias municipais, envolvendo assistência social, saúde, um conjunto de entidades como igrejas. Essas pessoas, em sua maioria, vêm de outras cidades, porque aqui encontram esse acolhimento. Mas existem situações pontuais, quando identificamos que existem indivíduos agressivos e aí voltamos a trabalhar em conjunto.

Secretário, o senhor pode até negar, mas sua secretária também trabalha com um setor de inteligência. É verdade?
Em tese, sim. Mas são informações relacionadas à Ordem Pública. Recebemos informações e compartilhamos com os demais órgãos de segurança. Mas não é um serviço com ferramentas tecnológicas, essas coisas. Isso não existe. Trabalhamos na nossa atribuição.

O verão no Farol é um dos maiores em se tratando de balneários no interior do estado. Requer muita organização. Como as coisas estão andando?
A minha experiência na Polícia Militar conta muito. Eu sempre trabalhei com grandes eventos quando estava na Polícia Militar. Comandava policiamento em estádios de futebol quando grandes clubes vinham jogar em Campos. Esse desafio me move. Organizar o verão do Farol é uma tarefa que requer muito trabalho, e a ordem pública não se limita apenas à segurança, que é de suma importância, de máxima importância. Mas é um trabalho que abraça outras secretarias como Saúde, por exemplo. O veranista se sente seguro quando a Saúde está presente, quando a Limpeza Pública está agindo. Nossa obrigação é estabelecer um ambiente de segurança e tranquilidade para essas pessoas. No Farol também estamos com câmeras de monitoramento e tudo está funcionando;

Cada dia um dia?
A gente faz reuniões semanais com os demais envolvidos – Saúde, Meio Ambiente, Trânsito, Educação, Cultura. Tudo isso faz parte do contexto. Cada semana fazemos essa avaliação. Para se ter uma ideia, estamos prontos para o Carnaval que vai exigir muito trabalho, pois o número de pessoas aumenta bastante neste período.