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As crianças e o “internetês”

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Eliana Garcia
Por Eliana Garcia
13 de outubro de 2024 - 0h01

Quando criança, minha filha Fernanda, escrevia uns bilhetinhos muito interessantes para mim e o pai. Além dos bilhetes para o Papai Noel, das mães e dos pais, ela escrevia sempre que queria pedir algo.

Fernanda fazia o pedido e abaixo, colocava dois quadradinhos: um para o sim e outro para o não. Era só fazer um “x” de acordo com a resposta. Uma graça! Ela sempre foi criativa, “inventadeira” de moda como dizia mamãe.

Hoje os bilhetinhos orgânicos como os dela são mais raros. As crianças preferem usar o WhatsApp para se comunicarem por escrito. Os tempos são outros. Preferem esse aplicativo que é considerado a ferramenta de comunicação do momento.

Sabemos que a linguagem utilizada no “zap” é diferente daquela usada nas mensagens escritas a mão.

O aplicativo proporciona, em questão de segundos, não só permite a troca de mensagens escritas como também de áudios, vídeos, fotos, emojis, etc. Esse tipo de interação retrata o mundo ansioso em que vivemos hoje. São o aqui e o agora urgentes. Ufa!

Um outro dado a ser observado é que a linguagem utilizada na internet, o internetês, apresenta certos vícios que podem influenciar na aprendizagem de produção de textos escritos formais. Características do internetês: falta de pontuação, acentuação, muitas abreviações, gírias e um descompromisso com as regras gramaticais.

O uso de emojis para exprimir os sentimentos também pode contribuir com a dificuldade da criança na aprendizagem de expressá-los por meio da escrita. Nessa situação, não precisa falar, usa-se uma carinha triste, alegre, chorando… Os emojis substituem a narrativa. Até que ponto, isso é bom?

É necessário que os pais e os professores fiquem atentos ao tempo em que as crianças ficam expostas ao ambiente virtual. Equilíbrio é a recomendação dos especialistas no assunto.

Que todas as crianças possam ser crianças protegidas dos excessos tecnológicos!