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O perigo dos “rolezinhos” de moto: Imprudência em duas rodas

Crescimento dessa prática em Campos gera preocupações com acidentes e poluição sonora

Campos
Por Monique Vasconcelos
6 de outubro de 2024 - 7h40
Flagrante|Motociclista faz manobra perigosa durante rolezinho (Fotos: Reprodução/Redes Sociais)

Nos últimos anos, os “rolezinhos” de motos se tornaram uma prática comum entre jovens motociclistas em diversas cidades brasileiras. Campos dos Goytacazes é uma delas. Esses encontros – que reúnem motociclistas e condutores de automóveis para manobras em vias públicas, normalmente, locais não apropriados – têm gerado preocupações significativas, por causa do comportamento imprudente dos participantes, que muitas vezes colocam em risco as suas próprias vidas e de outras pessoas.

A supervisora financeira Carime Pinto Silva criticou a prática: “Muitos vão para se divertir, outros pra praticar crime e alguns para vandalismo. Então, não vejo necessidade, eu acho que deveria ter uma forma de parar com isso, de evitar”.

Além do perigo iminente, a poluição sonora causada pelo barulho intenso das motocicletas gera incômodo. Residentes de áreas próximas onde são realizados os encontros relatam desconforto e perturbação da paz. A advogada Thais Almeida enxerga o “rolezinho” como algo “desagradável e desnecessário”. “É meio que um movimento de autoafirmação, que desafia o poder público. Porque eu vejo a polícia fazer blitz de várias coisas, mas, eu nunca vi pegar esse povo. Isso só atrapalha a gente. Eles fazem muito barulho, isso tudo gera nervoso em pessoas idosas. E ninguém entende aquela barulhada toda. Sem contar que pode colocar em risco as pessoas no trânsito também. Então, é péssimo”, diz a profissional do Direito.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que realiza ações para reprimir a prática do “rolezinho” e, por meio de nota, a PM destacou que tais mobilizações são desencadeadas sistematicamente. “Os policiais interceptam os motociclistas e realizam as verificações de documentos pertinentes, além de verificar possíveis atos transgressores em flagrante. A corporação também atua conjuntamente com equipes do Detran na ‘Ação Siga Legal’, responsável pela fiscalização de possíveis irregularidades em veículos automotores para reprimir esse tipo de prática”, disse.

De acordo com o Detran-RJ, as infrações de trânsito cometidas nos “rolezinhos” e as penalidades correspondentes estão relacionadas no Código de Trânsito Brasileiro. “Não é permitido adulterar o escapamento das motos, trafegar sem capacete, usar chinelos ou sandálias de dedo, empinar as motos ou fazer qualquer outra manobra arriscada, descumprir as leis de trânsito, avançar sinais vermelhos, desrespeitar pedestres e ciclistas, trafegar em velocidade acima das determinadas para cada via”, afirmou em nota.

Vítima|Rhuan Assunção levou tiro na cabeça e não resistiu

Um homem morreu e outro foi ferido depois de tiros em “rolezinho”, em Campos
No mês de julho, durante um “rolezinho” de motos, Rhuan Assunção, de 20 anos, morreu com um tiro na cabeça. Outra pessoa se feriu no braço durante a prática, na Avenida Professora Carmem Carneiro, no distrito de Travessão, próximo à BR-101. O caso foi registrado no dia 28 de julho de 2024. De acordo com a Polícia Militar, dois homens em uma motocicleta foram ao local e atiraram contra o grupo, fugindo logo após os disparos. O jovem foi atingido na região craniana, não resistiu e morreu no hospital. O outro, da mesma idade, foi atingido no braço. Segundo a PM, nenhuma das vítimas tem antecedentes criminais. O caso foi registrado na 146ª Delegacia de Polícia, de Guarus, onde segue em investigação.