Um trabalhador de empresa terceirizada que presta serviço à Petrobras na plataforma P-19, na Bacia de Campos, foi ferido pela corrente de um âncora que se desprendeu, no último sábado. De acordo com relatos da categoria, o caso aconteceu por volta das 16h e o trabalhador foi desembarcado às 19h para receber atendimento médico em terra.
“Foi um acidente que teve alto potencial. Uma amarra com várias toneladas que acabou atingindo o trabalhador, mas, segundo informações, ele está bem, já teve alta do hospital. Mas é um acidente que tinha realmente um alto potencial de ferir gravemente ou até de morte. Mais uma vez um trabalhador foi salvo por um triz”, informou o diretor sindical Johnny Souza.
O Sindipetro-NF não recebeu ainda a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) sobre o caso. Há informações não oficiais de que o trabalhador estaria atuando fora da sua função. “Para a entidade continua a ser muito grave o quadro de insegurança nas unidades da Bacia de Campos, especialmente após o sucateamento enfrentado pela empresa nos últimos anos”, disse a Sindipetro em nota.
A plataforma P-19 está com três amarras soltas, o que compromete a estabilidade da unidade. É o segundo caso de plataforma que apresenta problemas com as amarras em menos de um mês. Outra unidade, a P-38, também teve amarras rompidas recentemente. Nos dois casos os petroleiros considerados não essenciais para a operação no momento foram desembarcados.
Na avaliação do Sindipetro-NF, o rompimento de amarras além da instabilidade geral gera riscos graves de acidentes como o que ocorreu em P-19. “É mais um sintoma da falta de investimentos em segurança das instalações e dos trabalhadores nas áreas operacionais”, escreveu o sindicato.
Plataforma P-33, que está no Porto do Açu para ser desmontada, tem amarras rompidas
O Sindipetro-NF recebeu informações de que a Plataforma P-33, que está fora de operação e em fase de desmontagem no Porto do Açu, em São João da Barra, teve amarras rompidas na manhã de terça-feira (13). O caso foi atribuído às más condições climáticas. Não havia trabalhadores a bordo no momento e não houve feridos.
O acesso à unidade havia sido interrompido na véspera, justamente em razão dos alertas climáticos. Por volta das 10h, aconteceu o rompimento de amarras. Foram mobilizados rebocadores para manter a unidade de forma segura no local. Procedimentos para troca das amarras estão em andamento. Depois do rompimento, por volta das 11h, a plataforma abalroou contra uma estrutura de andaime de acesso, provocando o tombamento do equipamento.
De acordo com as informações iniciais recebidas pelo Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, não houve lesões a pessoas e o local, que já estava isolado, permanecerá desse modo. Por estar em um porto, e não em alto mar, as amarras que estabilizam a P-33 envolvem operações menos complexas para serem reestabelecidas (diferentemente do que ocorre nos casos da P-19 e P38, noticiados pelo sindicato nos últimos dias).
A P-33 é uma das entidades que operavam no campo de Marlim, na Bacia de Campos, e foram leiloadas pela Petrobrás em 2023 para serem “descomissionadas” (desmontadas). A empresa vencedora do leição foi a Gerdau S/A, em parceria com o estaleiro Ecovix.
Fonte: Ascom