Após a prisão do pai e da mãe da menina de 9 anos, que ficou internada num hospital particular de Campos, após sofrer maus tratos e abuso sexual, a delegada titular da Deam, Juliana Buchas, deu detalhes do caso à imprensa. O casal foi presos na tarde desta quinta-feira (18), numa pousada, no município de São João da Barra. A prisão do dois foi feita pelos agentes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, por determinação judicial. Dentre as peculiaridades que chamam atenção no caso, há o fato que os familiares do casal relataram que eles tentaram ter um filho durante 14 anos e por esse motivo eles acreditavam que a mãe fosse superprotetora, fato é que toda a suposta proteção era uma cortina de fumaça para esconder os abusos. A família frequentava uma igreja e a criança seria coroinha.
A delegada já havia informado à imprensa na terça-feira (16), que o casal havia sido iniciado pelos crimes de maus tratos e estupro de vulnerável. Ainda segundo a Polícia Civil, durante as investigações, foi confirmado através de laudo pericial que a criança sofreu abuso sexual.
Juliana Buchas disse em entrevista coletiva, que um dia após tomar conhecimento dos fatos, no dia 29 de março, ela pediu a prisão do casal, mas que o juiz de plantão, no Rio de Janeiro negou a prisão. A polícia já tinha ciência do paradeiro do casal, que foi para o município vizinho com receio da revolta da população com o caso.
Ainda de acordo com a delegada, o pai, acompanhado do advogado se manteve em silêncio e a mãe tentou passar uma postura de muito cuidado com a vítima. Dra. Juliana explicou que os maus tratos com a criança eram flagrantes e que este ano, a menina foi apenas três dias à escola.
“Existe um histórico de internações recentes da criança, desde fevereiro deste ano foram 12 passagens pelo hospital da Unimed e muitas delas sem motivo clínico aparente. A mãe relatava que ela vomitava muito, muito provavelmente por causa do abalo emocional perante os abusos que ela sofria”.
Segundo a delegada, a criança teve uma perda de peso ultimamente, de aproximadamente 10 kg, ela vomitava, não se sentia bem, não conseguia comer, estava há uma semana sem tomar banho e um mês sem lavar o cabelo. “Ela chegou com o cabelo infestado de piolho e com feridas na cabeça, de tanto piolho que ela tinha”, contou.
O laudo pericial constatou o alargamento do esfíncter anal e o rompimento do hímen. A criança deixou o hospital na última segunda-feira e está num abrigo.
Familiares do casal relataram que a mãe aparentemente era superprotetora e que inclusive queria ficar dentro da sala de aula com a filha.
Questionada sobre interesse de familiares em ficar com a guarda da criança, a delegada disse que recebeu uma informação informal que toda a família estaria nesse momento afastada da criança.
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