Campos dos Goytacazes sedia o Simpósio de Urologia e Uro-Oncologia do Norte Fluminense nesta sexta-feira (18) e sábado (19). A realização é da Sociedade Brasileira de Urologia Seccional Rio de Janeiro e co-realizado pelo Instituto do Câncer do Norte Fluminense (Grupo IMNE). Mais de 30 profissionais de diferentes especialidades participam do encontro. São sete diferentes áreas com palestras e discussões de temas urológicos e oncológicos. O uso de novas tecnologias no Brasil e no mundo também se destaca no evento, como a utilização da cirurgia robótica adotada pelo Hospital Geral Dr.Beda este ano. O médico oncologista e diretor-clínico do Hospital Dr. Beda, Diogo Neves, é um dos moderadores do simpósio. Ele participou do Módulo Uro-Oncologia II.
“É muito importante um simpósio de especialidade tão específica quanto a urologia, com tantos inscritos, com tantos palestrantes de renome, expoentes da urologia nacional. Isto vem para somar, para acrescentar experiências. É uma oportunidade para os mais jovens estarem acompanhando o desenvolvimento da tecnologia e das coisas que vêm sendo aplicadas em outros grandes centros. O Grupo IMNE teve um grande ganho este ano com aquisição do robô cirúrgico. A cirurgia robótica para a urologia tá muito bem estabelecida, é o método cirúrgico padrão ouro no mundo. Disponibilizamos o simulador do robô no simpósio para que as pessoas conheçam de perto um pouco do que essa tecnologia é capaz”, disse Diogo Neves.
O médico urologista Gustavo Araújo abordou o tema “Desafios da Nefrectomia Robótica”. Ele avaliou a tecnologia utilizada pelo Hospital Dr.Beda nos últimos quatro meses:
“A nefrectomia consiste na retirada total ou parcial do rim. A aplicabilidade desse tema é apenas para demonstrar a importância do robô, quando a gente consegue maior destreza cirúrgica, evitando assim a perda do órgão. Quando a gente faz a opção por nefrectomia parcial, ou seja, a gente tirada apenas de parte do órgão, até mesmo do tumor que envolve o órgão, preservando assim a função do rim, sem comprometê -lo. Já chegamos ao número de 48 cirurgias. Eu acho que o mais importante é Campos retornar ao cenário científico do Estado do Rio de Janeiro, trazendo diversos colegas e demonstrando o que estamos fazendo aqui na nossa cidade. Campos volta ao cenário de tecnologias de qualidade, de profissionais adequados para o tratamento de diversas patologias”, explica.
O médico urologista Guilherme Calvão preside a comissão científica do Simpósio de Urologia e Uro-Oncologia do Norte Fluminense. Ele destacou a importância da cidade de Campos sediar um evento desse porte:
“A gente tem falado isso de maneira recorrente, que, finalmente, o Campos voltou para o holofote, para o destaque da medicina, não só do Rio de Janeiro, mas do Brasil. O último evento de urologia realmente de grande porte ocorreu aqui tem aproximadamente 25 anos. Há uma faculdade da cidade, formadora de médicos para o Brasil inteiro. A Sociedade Brasileira de Urologia foi olhando de novo para o interior e viu que a cidade já tinha esse perfil, essa vontade de voltar a ser uma cidade acadêmica na Medicina. Trouxemos gente de São Paulo, de Goiânia, do Rio, de todos os lugares. Isso valoriza demais a cidade, traz benefícios não só para os médicos, não só para os pacientes, mas também para as faculdades de medicina e para os alunos que estão aqui presentes, tendo a chance de ter grandes nomes da urologia e de outras áreas”, comentou.
Palestras e discussões
O Simpósio de Urologia e Uro-Oncologia do Norte Fluminense acontece no auditório do Soho Hotel. As primeiras apresentações desta sexta-feira (18) evento contaram com médica nuclear do CDPI da ASA, Rio de Janeiro, Carolina Perez que falou sobre “PET PSMA e o estadiamento do câncer de próstata”; o urologista Fabiano Fernandes, de Itaperuna, que falou sobre “Prostatectomia robótica”; a fisioterapeuta Amanda Neves que abordou “Os benefícios da fisioterapia pós-prostatectomia radical”; do radio-oncologista Ronaldo Cavalieiri; e o urogista goiano João Paulo Teixeira que citou “o papel do urologista no ACP não metastático”. O módulo foi moderado pelo urologista Roberto Miotto.
A médica Carolina Pérez explicou seu tema. “O PET PSMA, na verdade, já está bem estabelecido na recorrência bioquímica do paciente com câncer de próstata, mas no estadiamento inicial a gente ainda está ganhando espaço. Ainda temos poucos pacientes, mas eu acho que é uma área que vai beneficiar muito o paciente quando estiver bem estabelecido. É muito importante este simpósio porque eu acho que o câncer de próstata tem uma abordagem multidisciplinar muito grande. O paciente não fica só ano urologista, ele acaba perpassando por múltiplas especialidades”, diz.
O médico oncologista Ronaldo Cavalieri do OncoBeda abordou sobre o tratamento radioterápico. “Demonstro alguns aspectos da radioterapia no câncer próstata. A radioterapia é uma opção de tratamento para todos os grupos de risco. Falo um pouco da indicação da radioterapia nesses grupos. E também sobre alguns aspectos relacionados à tecnologia da radioterapia, o que vem mudando, o que a gente oferece para o paciente em termos de radioterapia moderna atual. Vivemos o momento de transição na radioterapia com novas máquinas, novas plataformas que oferecem uma modalidade de tratamento. Eu acho que é fundamental o OncoBeda e o Instituto do Câncer do Norte Fluminense promoverem esses encontros. Não basta só atuar na assistência, a gente tem que investir em educação continuada porque a gente acredita que quem mais vai se beneficiar disso vai ser o nosso paciente”, considera.
A fisioterapeuta campista Amanda Neves destacou sua área de atuação no tratamento de pacientes oncológicos:
“Esse tema é muito relevante no Simpósio de Urologia e Uro-Oncologia. O fisioterapeuta especializado trata as repercussões que acontecem no pós-cirúrgico das cirurgias de próstata, ligadas a continências urinárias. O fisioterapeuta tem um papel crucial no pré-cirúrgico também. A gente tem estudos sobre a valorização da fisioterapia pélvica especializada, da fisioterapia urológica no tratamento de pacientes com câncer de próstata. Os médicos que estão acompanhando estão altamente atualizados, e, por isso, chamaram a fisioterapia pélvica também para vir falar e dar o parecer sobre o tratamento”, conclui
Programação completa
Módulo Uro-Oncologia I
08h30 ABERTURA
08h45 PET PSMA e o estadiamento do Câncer de Próstata: onde estamos?
Carolina Perez, Rio de Janeiro-RJ
09h00 Prostatectomia Robótica: novo padrão ouro?
Fabiano Fernandes , Itaperuna-RJ
09h15 Os benefícios da Fisioterapia pós prostatectomia radical
Amanda Neves, Campos-RJ
09h30 DISCUSSÃO
09h45 Radioterapia em Câncer de Próstata
Ronaldo Cavalieri, Rio de Janeiro-RJ
10h00 Papel do Urologista no ACP não metastático
João Paulo Teixeira, Goiânia-GO
10h15 DISCUSSÃO
Módulo Uro-Oncologia II
10h30 Coffee Break
10h45 Câncer Renal: O que fazer após a abordagem inicial?
Daniel Matsuda, Campos-RJ
11h00 Desafios da Nefrectomia Robótica
Gustavo Araújo, Campos-RJ
11h15 DISCUSSÃO
11h30 Neoplasia vesical além do BCG
11h45 Cistectomia radical em tempos de Cirurgia Robótica
Lessandro Curcio, Rio de Janeiro-RJ
12h00 Avaliação genética na neoplasia do trato urinário
Gustavo Drumond, Campos-RJ
12h15 DISCUSSÃO
12h30 INTERVALO
Módulo Hiperplasia Prostática
14h00 Eu defendo: terapia medicamentosa
Mauro Muniz, Rio de Janeiro-RJ
14h15 Eu defendo: HOLEP
Rodrigo Loureiro, Macaé-RJ
14h30 HPB e novas terapias: Rezun
André Cavalcanti, Rio de Janeiro-RJ
14h45 DISCUSSÃO
Módulo Infertilidade
15h00 Tratamento clínico da infertilidade masculina
Bernardo Puglia, Campos -RJ
15h15 Tratamento cirúrgico da infertilidade masculina
Douglas Gregório, Campos – RJ
15h30 Testosterona: como preservar a fertilidade
Helce Ribeiro, Rio de Janeiro – RJ
15h45 DISCUSSÃO
16h00 Coffee Break
Módulo Andrologia
16h15 Terapia de Reposição Testosterona Exógena
Henrique Chvaicer, Rio de Janeiro-RJ
16h30 Implantes hormonais: uma volta ao passado?
Felipe Martins, Campos-RJ
16h45 DISCUSSÃO
17h00 Ejaculação precoce e as novas opções terapêuticas
Valter Javaroni, Rio de Janeiro – RJ
17h15 Injeção Intracavernosa é para todos?
Francisco Coutinho, Rio de Janeiro-RJ
17h30 Desafios da Prótese Peniana
João Ernesto, Campos-RJ
17h45 DISCUSSÃO
19 de Agosto
08h30 VIDA DE RESIDENTE
Elias Albernaz, R1 Cirurgia Geral HBP
Julliah Fernandes, R2 Cirurgia Geral HEAA
Cássio Ataíde, R2 Urologia HSJA
Módulo Urolitíase
08h45 Cálculo renal na emergência: um guia de atendimento aos emergencistas
Arthur Manhães, Campos-RJ
09h00 Manejo da litíase: a visão do nefrologista
Marcelo Menezes Filho, Campos-RJ
09h15 DISCUSSÃO
09h30 Novas abordagens cirúrgicas
Sergio Gancz, Rio de Janeiro-RJ
09h45 Percutânea ainda tem espaço?
Raphael Feres, Rio de Janeiro-RJ
10h00 DISCUSSÃO
10h15 Coffee Break
Módulo ITU e Disfunção Miccional
10h30 ITU de repetição e a resistência antibiótica
Marcus Medeiros, Macaé,RJ
10h45 Novas horizontes para a Bexiga Hiperativa
Bruno Barreto, Campos-RJ
11h00 DISCUSSÃO
11h15 Manejo do paciente urológico pós TRM
Alfredo Canalini, Rio de Janeiro-RJ
11h30 Incontinência urinária e a importância da Fisioterapia
Bianca Almeida, Campos-RJ
11h45 DISCUSSÃO
12h00 ENCERRAMENTO
