A Avenida José Alves de Azevedo, mais conhecida como Beira-valão, no Centro de Campos, é uma das mais conhecidas da cidade. No entanto, como margeia o Canal Campos-Macaé, uma das maiores intervenções artificiais do séc. XIX do país, esta via continua por um trecho mais longo do que muitos olhares costumam acompanhar. Com o aumento de veículos e a expansão da malha urbana, a demanda pela via aumentou e atualmente é alvo de críticas da população, que envolve o acúmulo de sujeira e o aumento do trânsito. Agora, a expectativa gira em torno de uma verba de R$ 111 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano, que promete revolucionar a área, realizando a canalização, a urbanização, o paisagismo e a construção de uma pista auxiliar ao longo de um trecho de três quilômetros de extensão. Segundo o órgão responsável, o edital de licitação está previsto para setembro.
As reclamações sobre a avenida giram em torno de dois eixos. O primeiro diz respeito ao trânsito. O mecânico Reverson Gomes, morador da localidade de Carvão, que espera o ônibus no local, mencionou que vê com recorrência um trânsito tumultuado e ocorrência de acidentes. “É comum, também, ver animais soltos na pista”, contou. O motorista Alex Alves também comentou: “Eu tenho a impressão de que o número de carros aumentou bastante, principalmente por causa da grande quantidade de aplicativos de transporte. O início da manhã e o fim da tarde são horários complicados de passar por aqui. Tudo fica parado”.
E não é apenas impressão do motorista. Nos últimos 10 anos, houve um incremento de 41,8% no número de carros, motos, ônibus e caminhões, entre outros. Segundo dados do IBGE, em 2012, havia cerca de 170 mil veículos no município. Em 2022, esse número saltou para quase 241 mil. Além disso, a expansão na malha urbana fez nascer bairros e crescer os antigos, principalmente à margem direita do canal, impulsionados pela ampliação da avenida Arthur Bernardes, que teve o último trecho inaugurado em 2014.
O outro problema apresentado por quem circula pelo local é o de sujeira e o aparecimento de animais. “É muito sujo e fedido. Hoje não está tão ruim porque está ventando, mas, normalmente, é pior. Já ouvi dizer que aparece cobra também”, contou Bruna Gomes, que é moradora do IPS e costuma passar pelo trecho que será revitalizado com a obra.
A obra orçada em R$ 111.358.156,15 será conduzida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que informou que o edital de licitação para a escolha da empresa que realizará a intervenção deve ser publicado em setembro deste ano e, portanto, não há previsão para início e finalização.
Cara nova
Na última semana, o Projeto Executivo e Obras de Canalização e Urbanização do Canal Campos-Macaé ganhou forma. O projeto elaborado pela Prefeitura de Campos prevê que uma terceira pista será aberta no trecho que vai da interseção com a Avenida Nilo Peçanha até o bairro da Chatuba. Segundo o município, será construída uma pista tripla ao lado do Condomínio Golden Garden.
O prefeito Wladimir Garotinho se pronunciou nas redes sociais sobre a liberação do recurso. “É notícia boa em cima de mais notícia boa. Conseguimos mais uma parceria com o Governo do Estado e externamos nossa gratidão ao governador Cláudio Castro e ao presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), Rodrigo Bacellar, por acreditarem nos nosso projetos para melhorar a vida das pessoas em Campos e liberar os recursos necessários para a realização dos projetos que vão melhorar a mobilidade urbana em regiões de grande fluxo de movimentação de pessoas e veículos, mudando, para melhor, a qualidade de vida do nosso povo”, disse.