Um grupo de pacientes cadastrados no Projeto de Prevenção do Plano de Saúde Ases, do Grupo IMNE, em Campos, participou de palestras que aconteceram nesta sexta-feira (11), no Auditório Fabrício Neves do Hospital Geral Dr. Beda. O médico urologista José Nogueira Júnior e a ginecologista e nutróloga Manuela Azevedo apresentaram muitas informações a respeito de prevenção e tratamentos para o câncer de mama e o câncer de próstata. Um dos objetivos do Ases Care é promover as campanhas preventivas relacionas ao Outubro Rosa e Novembro Azul. O projeto, que existe há dez anos, é coordenado pelo médico Gustavo Drumond.
“Sobre o período de combate ao câncer de próstata, é uma boa iniciativa poder transmitir informações para os nossos pacientes. Os programas Outubro Rosa e Novembro Azul ampliam o alcance, pois atingimos homens e mulheres no programa de prevenção que temos no Grupo IMNE. As palestras e encontros são difundidos também para o público externo. Nosso público-alvo preferencial são os nossos pacientes cadastrados no projeto. Obviamente, o encontro é aberto a toda comunidade. Quem quiser participar, é muito bem-vindo. Promoção de saúde e a prevenção são sempre a melhor opção para o paciente. É muito mais fácil prevenir ou fazer um diagnóstico precoce, do que tratar uma doença avançada, com complicações e riscos para o paciente”, explica Drumond.
A primeira palestra realizada foi a do urologista José Nogueira. “Falamos sobre dúvidas que surgem no consultório urológico. Há uma confusão o que é do campo da Urologia, Proctologia e Nefrologia. Aqui, tentamos esclarecer isso. Tratamos das queixas mais frequentes. Pacientes dizem sobre cálculo renal e necessidade de tratar; sobre a normalidade da genitália, tamanho de pênis considerado normal; marcas, lesões, alterações ou manchas no pênis; dúvidas sobre o que é doença. Por fim, focamos na próstata, que costuma ser o maior temor da população masculina, e doenças que acometem esse órgão”, diz.
De acordo com José Nogueira, as doenças mais comuns são as renais e as manifestações de cálculos, além das doenças ligadas à próstata e às disfunções miccionais. “À medida que o homem envelhece, a próstata pode crescer de tamanho, e isso faz crescer os problemas urinários. Existe uma confusão em relação a isso. Tem gente que ouviu falar que o crescimento da próstata pode estar relacionado ao câncer. Só que nem sempre isso é assim na maioria das vezes”, cita.
Tratamentos do câncer de próstata
Na palestra do urogista José Nogueira, foram abordados os tratamentos mais comuns e indicados nos casos de doenças da próstata:
“A gente pode tratar com medicamento, que tem um curto tempo de melhora, e, na maioria das vezes, o paciente acaba evoluindo para cirurgia. Atualmente, essas cirurgias são feitas pelo canal da uretra, sem precisar de corte. São cirurgias modernas que podem ser feitas por laser, em que são retirados os adenomas. Todo o tecido que obstrui a luz é retirado. Isto causa uma boa hemostasia, ou seja, pouco sangramento. Os pacientes recebem alta precoce, já no dia seguinte, sem a sonda. Isto é um ganho para a Urologia. Antes, pacientes ficavam até 14 dias com sonda. Isto fez mudar o conceito do tratamento”, explica.
Para o público leigo em geral, sobre problemas no sistema urinário ou disfunção erétil, além de doenças na próstata, é recomendado procurar orientação profissional:
“Esta orientação deve ser de maneira correta. Hoje em dia há muita informação no Google. Isto é bom porque o conhecimento é disponível. Mas pode ser ruim, pois nem sempre o que está escrito corresponde à realidade específica do paciente. Vivemos a época das fake news. Isto é ruim, pois muitas vezes o paciente passa a desenvolver pré-conceitos. A melhor forma de conduzir isso é ter um médico de confiança, para levar as queixas, e ele poder ouvir e orientar do ponto de vista profissional. A desinformação pode causar a maior angústia, deixando o paciente preocupado desnecessariamente. Ele pode pensar que tem algo grave e, na verdade, isso não existir. Novembro Azul ajuda a difundir informações e também a combater tabus. Isto tem diminuído. O trabalho da mídia ajuda. Os meios de comunicação são muito importantes. A população masculina precisa procurar auxílio médico. A população mais jovem está mais atenta, com muito menos preconceito”, diz José Nogueira.
Obesidade e câncer de mama
Manuela Azevedo é médica ginecologista, obstetra e nutróloga. Em sua palestra, ela destacou a importância de o hospital estar engajado na questão de ensinar as pessoas, ajudar a conscientizar. “Muitas pessoas, às vezes, têm algum sintoma, alguma queixa, e que poderiam resolver de antemão antes de se tornar uma doença, algo que, infelizmente, às vezes é incurável. Então, é um alerta para as pessoas sobre cuidados de algum sintoma já existente ou não. Isto pode ajudar na prevenção, a ter uma vida longa e melhor, com qualidade”, diz.
Para a médica Manuela Azevedo, as ações do Outubro Rosa e do Novembro Azul não se restringem apenas a esses meses. “A gente precisa se cuidar sempre também nos outros 11 meses. O cuidado da saúde é um processo. O evento é muito bom, onde tiramos dúvidas. Entretanto, é preciso promover a saúde diariamente”. Ela destaca que os casos mais frequentes e que chamam à atenção nos consultórios estão relacionados à obesidade:
“É um sintoma muito comum. A obesidade é um fator inflamatório que leva a várias doenças. Estar acima do peso ou com sobrepeso é uma porta de entrada para outras doenças. A partir disso, a pessoa está mais propensa a ter outro tipo de doença. Além do câncer de mama e do Outubro Rosa, há várias implicações sobre cuidados com a saúde. Desde 2020, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) coloca a obesidade como fator principal do desenvolvimento do câncer de mama. É preciso falar sobre o que está por trás do câncer de mama. Por que as pessoas têm mais câncer de mama? Tem a ver com estresse, vida corrida, alimentação irregular, consumo de produtos industrializados, em vez de alimentação natural; tudo isso influencia na saúde como um todo no surgimento da doença, em especial do câncer de mama”.
Exames preventivos
Para a médica Manuela Azevedo, as pessoas precisam fazer exames preventivamente, mesmo que não estejam sentindo nada.
“Muitas doenças são silenciosas no início. Se a gente faz um diagnóstico precoce, a chance de cura é praticamente 100 por cento; e também a prevenção diária. A prática de atividade física, sono regular, alimentação saudável, cuidados com a saúde todos os dias. Na Internet aparecem muitas divulgações e também notícias falsas. O mais importante é procurar um médico para tirar dúvidas. É preciso seguir o médico e suas orientações e ser acolhido por uma instituição. É preciso ter um senso crítico sobre o que a gente lê e ouve, e procurar uma ajuda profissional”, conclui.