Aos 36 anos, o vereador campista Thiago Rangel (Podemos) é chamado agora de deputado estadual eleito. Ele conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para o mandato que iniciará a partir de 2023. Alcançou a marca de 31.175 votos no dia 2 de outubro. Thiago é empresário, criado em Guarus, no Parque Alvorada, onde vive com sua família até hoje. Ele possui uma rede de postos de combustíveis com unidades nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, além de uma transportadora.
Nos últimos anos, além do mundo dos negócios, Thiago Rangel passou a se interessar mais por política. Ele pode ser considerado um fenômeno eleitoral, pois, em apenas duas disputas, conseguiu vencer para a Câmara de Campos dos Goytacazes e para a Alerj. O novato será um dos 70 representantes do parlamento fluminense para um mandato de quatro anos. Ele faz planos para a nova etapa da carreira política e diz que pretende dar apoio ao governador Cláudio Castro (PL). Questionado sobre eventual interesse pela Prefeitura de Campos no futuro, Thiago diz que ainda é muito cedo para pensar nisso.
Quando passou a se interessar por política e por quê?
A política sempre esteve presente em minha vida. Na infância, quando morava no Parque Alvorada, notei que a política é uma ferramenta que tem o poder de transformar a sociedade. Desde então, me apaixonei e sempre me dediquei à atividade política, sempre buscando ajudar mais pessoas.
O senhor foi candidato apenas uma vez para vereador e venceu. Foi candidato a deputado uma vez e venceu. Como atribui esse êxito?
Acredito que em ambas as disputas as pessoas que já me conheciam puderam notar que não se tratava de um projeto pessoal de poder e, sim, uma tentativa de contribuir com mudanças significativas na vida das pessoas. E durante o meu mandato como vereador pude provar isso. Fiz parte da base do governo, mas não votei em projetos como aumento de impostos, que naquele momento prejudicaria a geração de empregos da nossa cidade. Assim como fui o autor do projeto de lei que criava o Auxílio Emergencial Municipal, que veio a se tornar o Cartão Goitacá, que hoje ajuda milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade na cidade de Campos. Durante a pandemia, e é importante dizer que faltava mais de um ano e meio para a eleição, reverti meu salário em cestas básicas, e doei para famílias que naquele momento não tinham o que comer. Com todas essas atitudes, a população viu que não era uma questão de vaidade que me colocava na disputa e, sim, uma pessoa querendo trabalhar por toda a nossa sociedade e que merecia um mandato de deputado estadual.
O senhor se considera um político de direita? Qual a importância de um partido para um político que quer disputar eleições?
Eu tenho minha posição pessoal no espectro ideológico, porém, acredito que isso não pode influenciar o meu mandato como vereador e meu futuro mandato como deputado estadual. Se tivermos ideias boas vindo de deputados de direita, esquerda, centro, ou qualquer posicionamento, temos que aprovar. Assim como ideias ruins, irei me posicionar contra, independente do campo ideológico do autor. Já quanto ao partido, uma eleição é decidida em 80% a partir da escolha do partido. Sou do Podemos, onde fui recebido muito bem pelo presidente Patrique Welber, que viu em mim uma pessoa que estava disposta a contribuir com a reconstrução do nosso Estado, e acreditou que eu poderia ser o mais votado do partido, e sempre foi muito sincero comigo falando da possibilidade em termos dois deputados eleitos na nossa legenda, podendo chegar a até três. A partir de fevereiro, serei o líder do Podemos na Alerj e, sem sombra de dúvidas, junto com o companheiro Arthur Monteiro, vamos trabalhar de maneira incansável pelo desenvolvimento do nosso Estado.
O senhor cumprirá apenas metade do mandato de vereador antes da posse como deputado na Alerj. O que acredita que deixará de legado no Legislativo Municipal?
Como falei anteriormente, sempre fui um dos vereadores mais atuantes da atual legislatura. Só no meu primeiro ano na Câmara, protocolei 493 ofícios, fiz 126 indicações legislativas no plenário, 28 requerimentos foram protocolados, 13 projetos de lei apresentados, entre outras ações. Acredito que o meu principal legado na Câmara Municipal é a briga por nossa população, seja a favor dos empresários e geradores de emprego, combatendo o aumento de impostos; ou a favor do mais carente, com o Cartão Goitacá. Pude legislar para todos, e isso me orgulha e me dá ainda mais forças para continuar.
Fale sobre seu sucessor na Câmara Municipal e que mensagem deixaria para ele?
Quem assumirá o mandato é o Dr. Edson Batista, uma pessoa maravilhosa, que me apoiou na eleição deste ano, e que fico muito feliz em saber que vai voltar para a Câmara de Campos. Desejo que continue sendo um bravo lutador, que poderia optar por descansar com a família, mas sempre escolhe lutar por nossa população. Ele já sabe, mas torno público que o meu gabinete na Alerj estará de portas abertas para suas demandas ao longo de seu mandato como vereador, pois é meu amigo.
Pretende fazer carreira na política? Disputar outras eleições futuramente?
Tenho uma carreira consolidada na área empresarial e encaro a política como uma forma de poder ajudar a sociedade. Acabo de ser eleito deputado estadual, e vou trabalhar de maneira incansável por todo o nosso Estado, em especial pelo nosso Norte Fluminense. Meu único pensamento no momento é exercer o meu mandato e tornar a qualidade de vida do nosso povo cada vez melhor.
O senhor se vê no Executivo? Cogitaria disputar a Prefeitura de Campos no futuro?
Sabemos que existem dificuldades, que mesmo com o governador Cláudio Castro realizando um mandato reconhecidamente de excelência, tem cidades que ainda precisam de mais apoio do Governo do Estado para termos melhores condições de alavancar a nossa economia. É muito cedo para falar sobre o futuro, precisamos trabalhar com o pé no chão e pensando no presente.
Como avaliou sua conquista para a Alerj?
Avalio de maneira positiva, e não poderia ser ao contrário. Mais do que a vitória eleitoral, saímos muito fortalecidos com uma votação expressiva em Campos e também fora da cidade, principalmente em municípios vizinhos.
Quais as expectativas para o mandato de deputado?
As expectativas são as melhores possíveis. Sei que Campos hoje tem deputados muito ativos, e serei deputado para ajudar ainda mais o município e toda a nossa região. Como o prefeito Wladimir falou após o resultado, é hora de trabalharmos todos juntos. Não é hora de ter vaidades de grupos políticos.
Quais projetos pretende defender na Assembleia Legislativa?
Existem programas, como o auxílio emergencial, como o próprio nome já diz, que são emergenciais. Mas a população quer ter dignidade, quer ter o seu emprego, quer que o seu filho saia de casa e tenha uma escola digna que o capacite para o mercado de trabalho. Minha luta na Alerj será nessa linha. Precisamos dar incentivos fiscais aos setores produtores, incentivar ainda mais a agricultura, dando condições aos municípios de ofertar maquinário e técnicos capacitados para o produtor rural; assim como precisamos modernizar a Faetec, com cursos voltados para o mercado de trabalho vocacional de cada região. A Faetec tem condições estruturais de ofertar cursos como Huet e Salvatagem. São cursos primordiais para quem quer trabalhar embarcado. Assim como A Faetec precisa ofertar cursos como designer, edição de vídeos, fotografia, que são carreiras que estão em evidência devido ao avanço das redes sociais, onde sabemos que falta mão de obra qualificada. São muitas demandas, e todas elas voltadas à geração de emprego e capacitação profissional dos jovens.