A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro estabeleceu uma polêmica ao trocar o nome do Maracanã – batizado como Mário Filho em 1950, um grande jornalista de esportes – mas que agora passa a se chamar Rei Pelé.
Não que Pelé, considerado o atleta do século passado, e indiscutivelmente o maior jogador de futebol de todos os tempos, dando ao Brasil três das cinco Copas do Mundo que temos, não seja merecedor. Ele merece milhares de Maracanãs empilhados e mesmo assim seria pouco.
A questão é de que não está correto mexer no passado. O neto do jornalista Mário Filho está pleno de razão ao protestar, como fizeram os parentes de Vieira Souto, quando tentaram mudar o nome da principal avenida de Ipanema, para Tom Jobim, pós-morte.
Jobim está para música assim como Pelé está para o futebol. O protesto da família Vieira Souto foi ouvido e foram homenagear Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, dando seu nome ao aeroporto Internacional do Galeão. Vieira Souto continua sendo endereço de Ipanema.
Pelé já dá nome a outro estádio de futebol. Mesmo sendo o Rei, não se justifica a mudança. Em Campos, o saudoso Zezé Barbosa em seu último mandato de prefeito, trocou o nome de uma das principais avenidas do subdistrito de Guarus, tirando Salo Brant, grande responsável pelo urbanização daquela área, e colocando o nome do político mineiro Tancredo Neves, que jamais pisou nela.
Tom Jobim caminhava tanto pela Vieira Souto quanto Pelé jogou no Maracanã, mas a questão não é essa. Assim como um dia se pensou em homenagear Mário Filho, agora, 71 anos depois, estão fazendo o inverso, retirando a homenagem, o que equivale a uma ofensa das grossas.
Fato é que o Maracanã vai ser sempre chamado de Maracanã, nome do bairro onde está. O aeroporto internacional do Rio vai ser sempre chamado de Galeão, independentemente das homenagens, pois essa é a linguagem da comunicação. Bola fora da ALERJ.
