As diferenças religiosas podem causar divisões e disputas na sociedade, mas também podem unir pessoas. Este é o caso de três pesquisadores de lugares distintos do Brasil que se aproximaram para publicar uma obra. O livro “Expressões religiosas de um mundo plural” (Fonte Editorial, 2018) acabou de ser lançado em todo o país. Seus autores são Fábio Py, Vinicius Freitas e Diego Omar, que reuniram textos e conteúdos mapeando diversas formas de expressão sobre religiões no planeta.
De acordo com o professor e doutor em Teologia pela PUC-RJ, Fábio Py, um dos destaques do livro são as manifestações religiosas no Brasil, principalmente nos solos amazônicos. Ele conta que foram feitos trabalhos de campo, especificando alguns tipos de pajelança e xamanismo. Há, ainda, trabalhos teóricos discutindo o que são expressões religiosas, demandas e em quais condições estas acontecem; quais autores pelo mundo mapearam essas questões.
“O mapeamento é um trabalho que desempenho, assim como os outros dois pesquisadores. Um dos autores que são referências para mim nesse aspecto é o russo Nicolai Berdiaev. Ele trabalha uma forma de socialismo cristão. O livro aborda as questões religiosas, como elas são pensadas e discutidas no Brasil hoje”, explica Py.
O historiador e teólogo Fábio Py é professor do Programa de Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, em Campos. Ele é natural de Niterói. Já Marcus Vinicius Freitas é da Universidade Federal do Amapá, em Macapá; Diego Omar da Silveira pertence à Universidade Estadual do Amazonas, no município de Parintins. Durante um ano, eles se reuniram para concluir a publicação que acabou de ser lançada. São elementos de pesquisas que duraram pelo menos dois anos para serem finalizados. Em 377 páginas, os autores discorrem sobre os fascinantes e instigantes aspectos da fé e da religião.
“O livro se divide em três partes: biográfica, metodológica e pesquisas de campo. O meu interesse como pesquisador é sobre fé e política, coisas em torno de religião e sociedade. Conseguimos abrir diálogos com outros pesquisadores e o resultado consta desta obra”, conclui Fábio Py.