

No Mês da Consciência Negra, o projeto Elevador Social, criado em Campos dos Goytacazes pelo empresário e engenheiro José Mário Soares, reforça a discussão sobre afroprotagonismo e a ocupação de espaços de poder pela população negra. Para o fundador, o termo representa muito mais do que um evento: é um marco simbólico que reafirma a presença preta em áreas de decisão, criação e liderança no país.
José Mário explica que o afroprotagonismo ganha força especial em novembro, destacando que não se trata apenas de resistir, mas de existir com orgulho, competência e propósito. “O protagonismo mostra que a população negra não é apenas uma pauta, mas um dos pilares fundamentais para transformações sociais e econômicas no Brasil”, afirma.
A motivação para a criação do Elevador Social surgiu de uma experiência pessoal. Durante um curso empresarial em São Paulo, José Mário percebeu que era o único negro entre participantes de várias regiões do país. A partir dessa percepção, nasceu o projeto, voltado para ampliar visibilidade e oportunidades a pessoas pretas no ambiente corporativo, especialmente em cargos de liderança. Para ele, a iniciativa cumpre o papel de abrir portas, acelerar trajetórias e inspirar empresas, instituições e organizações a enxergarem a diversidade racial como compromisso real e transformador.
José Mário Soares reforça que novembro é tempo de reflexão, mas também de ação. Ele defende que inclusão racial não deve ser encarada como concessão, mas como justiça histórica, inteligência social e responsabilidade coletiva. “Nós, pessoas negras, precisamos ocupar os espaços com consciência do nosso valor, buscando formação, apoio e rede. Eventos como o Afroprotagonismo fortalecem essa caminhada e mostram que, quando um sobe, abre caminho para muitos outros subirem juntos”, destaca.
Os pilares do Elevador Social são claros: visibilidade, inspiração e capacitação. A proposta é impulsionar talentos negros, oferecendo meios para que ocupem posições estratégicas e possam atuar como agentes de mudança.
O engenheiro e empreendedor também chama atenção para o papel da sociedade como um todo. Segundo ele, a luta antirracista não cabe apenas à população negra, mas envolve todos que acreditam em uma sociedade mais justa. “O afroprotagonismo mostra que, quando pessoas e instituições se unem por uma causa justa, todos ganham. O legado que queremos construir é uma sociedade que não apenas fale de igualdade, mas que pratique essa igualdade nas estruturas e nas oportunidades”, conclui.
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