

“Não mudo de CEP, eu vou morar na planície para sempre. A vida que vocês não querem me serve”. Um grito de identidade e resistência, como maior símbolo do álbum “A Velha História de um Novo Alguém“, um retrato de representatividade da trajetória do artista Zabú. O novo trabalho do rapper, lançado há 4 meses com o clipe “Na Planície” como principal trabalho, bateu 45 mil visualizações e fez o campista ultrapassar os 200 mil streams no Spotify.
“Eu já tinha músicas antes que eram de certa forma consagradas, algumas com 50 mil visualizações, mas o lançamento do álbum fez muitas pessoas me conhecerem. Muita gente vem conhecendo meu trabalho desde então e ajudando a aumentar esse engajamento”, comenta Zabú.
A faixa mais famosa do artista até hoje é “Peste Negra“, que teve clipe lançado em 22 e soma 85 mil views. Em seguida, com 60 mil views aparece “Escola da Rua” (parceria com Sutinzil), ainda do primeiro EP do rapper, de 2017. O artista conta ainda o significado de “Na Planície”, clipe que ganhou as redes sociais e as plataformas musicais após o seu lançamento, carregando o pertencimento na sua essência:
“É uma homenagem à cidade. A gente que é artista independente aqui, tem muito essa pressão de tem que sair de Campos para fazer o corre virar, ter reconhecimento, conseguir recursos para seguir vivendo de música. E já no começo do som, falo sobre isso, firmando pé que ‘não mudo de CEP, vou morar na planície para sempre, a vida que vocês não querem me serve'”, comenta. E acrescenta:


“A letra traz muitas referências no decorrer música também, citando as batalhas de rima daqui, a nossa Lapa ‘fora do hype’, o Pq. Aeroporto, além do verso mais campista, que é o ‘goitacá com faca e flecha na beira do Rio Paraíba’, relembrando os indígenas da nossa terra através da rima. ‘Na Planície’ é sobre ser artista em Campos, é um símbolo de esperança sobre não mudar de CEP e conseguir viver da arte aqui. É uma forma de ver a cidade com esse olhar. É sobre mostrar o potencial do hip hop e o quanto ele já agrega e que a gente pode conseguir viver de música através da cultura hip hop, que ainda é tão marginalizada”, enfatiza.
“A Velha História de um Novo Alguém” traz ainda o clipe “De Cima Pra Baixo“- gravado no Centro de Campos -, a faixa “Regassa as Manga” – outra regada de pertencimento e representatividade -, com as participações especiais dos artistas Simone Pedro e Tuih, além de “Meus Olhos” com a participação da artista Daiane Gomes.


Trajetória
São 10 anos na música. sendo oito deles dedicados ao rap. Lá no início, Zabú foi percussionista em uma banda de rock, rap e reggae. Em 2017, começou a focar na carreira de rapper, onde está até os dias atuais. Já neste mesmo ano, lançou o seu primeiro EP, chamado “Escrevendo Minha Liberdade“. De lá até 2022, foram seis EPs lançados.
Em 2018, veio o EP “Chernobil“, com o Coletivo Mãos Negras, do qual faz parte até os dias atuais. Em 2019, chega o EP solo “Melhor de 3“. Já em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, além do EP “Melhor de 4“, o artista vai além e cria a sua própria marca e gravadora, por onde até hoje lança suas músicas e clipes. Em 2021, colocou nas ruas o “Melhor de 4 (remix)“.
Em 2022, Zabú e o rapper Ancorano chegam com tudo, lançando o EP colaborativo “Interior“. O trabalho que fala sobre o interior do Estado do RJ virou documentário, com previsão de lançamento ainda para novembro deste ano.


“Foram seis anos seguidos lançando EPs, até que decidi fazer um hiato de dois anos, para poder voltar com um disco muito mais trabalhado, com muito mais músicas e participações: A ‘Velha História de um Novo Alguém’. Posso dizer que é o trabalho da minha vida, porque são 15 músicas, todas produzidas da minha mais inteira originalidade, carregado de referências pessoais, como jazz, boogie, MPB e brasilidades”, comenta Zabu. E acrescenta:
“Pude contar com participações musicais incríveis, como Dulce Gabriele, Simone Pedro, Tuih, Daiane Gomes, Corre Negro, fortalecendo o discurso coletivo e plural do trabalho. Marcante também produção e participação importante do DJ Erick Jay, artista de São Paulo, cinco vezes campeão do mundo. O disco tem uma capa feita especialmente para o Spotify e outras plataformas de música, mas no Youtube as capas das faixas são fotos minhas quando criança, porque esse trabalho é realmente ‘A Velha História de um Novo Alguém’, finaliza.
Deluxe
Ainda em 2025, chega às ruas e plataformas digitais a continuação de “A Velha História de um Novo Alguém“, com o Deluxe, a versão remixada do disco. O mais novo trabalho será lançado no dia 1º de dezembro, com sete faixas, sendo quatro remixes e três inéditas. Deluxe traz ao público novas produções e participações, que ampliam a visão do disco original. O álbum conta com mas participações de Ancorano, Tuih e Simone Pedro.
Alguns spoilers já começaram a ser divulgados pelo rapper em suas redes sociais, com destaque para os clipes de “Donde Eu Sou” e “Contas Comigo“, mais dois trabalhos com muito pertencimento sobre o cotidiano do interior.