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Reflexão e escuta: palestra no Beda alerta para prevenção do suicídio

Psiquiatra Lana Maria destacou o impacto da pandemia, do uso excessivo da internet e da importância do acolhimento no cuidado à saúde mental

Saúde
Por Ocinei Trindade
24 de setembro de 2025 - 17h58

Médica psiquiatra Lana Maria faz palestra no Hospital Dr. Beda (Fotos Isabel

A equipe de Medicina do Trabalho do Grupo IMNE promoveu, nesta quarta-feira (24), no auditório do Hospital Dr. Beda, uma palestra sobre prevenção ao suicídio e saúde mental voltada aos colaboradores. O encontro, que reuniu mais de 100 pessoas, integrou as ações do Setembro Amarelo, campanha mundial de conscientização e combate ao suicídio. A médica psiquiatra Lana Maria conduziu a reflexão com o tema “Além do acolhimento: Prevenção ao Suicídio e Autocuidado para Profissionais da Saúde”, despertando atenção e questionamentos da plateia.

Parte dos colaboradores do Grupo IMNE

Durante a exposição, a especialista ressaltou que a pandemia da Covid-19 agravou os índices de ansiedade e depressão no país, colocando o Brasil entre os líderes mundiais nesses transtornos. Segundo ela, fatores como a comparação constante nas redes sociais, o excesso de tempo conectado à internet e a dependência de jogos online têm contribuído para o aumento dos quadros de sofrimento emocional. “O problema não é a internet, mas a forma como estamos lidando com ela. Tenho pacientes que chegam a passar 14 horas por dia conectados. Isso adoece”, destacou.

A psiquiatra também chamou atenção para os impactos do luto nas famílias que enfrentam casos de suicídio. “Não existe remédio para a dor da perda. O que precisamos fazer é ouvir. Escutar com paciência e acolher a pessoa enlutada, encaminhando-a para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico quando necessário. O psicólogo é fundamental para dar sustentação nesse processo”, afirmou.

Lana Maria: “É essencial não minimizar os sinais de sofrimento

Para Lana Maria, a escuta atenta é um dos maiores instrumentos de prevenção. “Se alguém procura você para falar sobre a dor, mude seus horários, dê prioridade. Essa atenção pode salvar uma vida. É essencial não minimizar os sinais de sofrimento”, alertou.

A médica reforçou ainda a importância de buscar ajuda profissional e lembrou do serviço gratuito do Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível 24 horas pelo número 188. “O luto precisa ser vivido, mas não pode ser enfrentado sozinho. Terapia e acompanhamento médico são fundamentais. Nenhum psiquiatra trabalha sem o apoio do psicólogo”, completou.

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