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Osteopata explica técnicas de combate a dor em entrevista exclusiva

Patrícia Baracat aborda sua área de atuação no tratamento de pacientes em Campos dos Goytacazes

Geral
Por Ocinei Trindade
24 de setembro de 2025 - 10h23
Osteopata Patrícia Baracat (Foto Silvana Rust)

O J3News desta semana destaca a reportagem “Dor aguda e crônica: quando procurar ajuda” (leia aqui). Entre os diferentes profissionais entrevistados, a osteopata Patrícia Baracat abordou sua área de atuação no tratamento de pacientes. Ela é considerada uma das terapeutas mais experientes em Campos dos Goytacazes quando o assunto é técnicas para combater a dor. Nesta entrevista, Baracat detalha sobre o que é a osteopatia e suas aplicações.

Como a osteopatia atua no combate à dor?

A osteopatia age como uma “investigação completa” do corpo. Em vez de focar apenas no local da dor, o osteopata busca a causa raiz do problema. Usando as mãos, ele identifica e corrige pequenas falhas no funcionamento do corpo – como articulações “travadas” ou músculos tensos – que podem estar gerando a dor. O objetivo é restaurar o equilíbrio natural do organismo, aliviando o sintoma e promovendo a autocura. Pense em um carro: a luz do painel acende (a dor), mas o problema real pode estar no motor ou na fiação (na osteopatia considerada a disfunção somática).

Quais tipos de dor ou problemas musculoesqueléticos são mais tratados pela osteopatia?

A osteopatia foca em tratar as “disfunções somáticas”, ou seja, problemas na forma como ossos, músculos, ligamentos e até órgãos funcionam juntos. Embora não seja exclusiva, ela é muito eficaz para dores na coluna, como a dor cervical e lombar crônica, e outras dores que não têm uma causa clara, mas atrapalham o dia a dia. Se algo no seu corpo não está se movendo como deveria e causando desconforto, a osteopatia pode ser uma opção.

Qual é a diferença entre osteopatia e fisioterapia no tratamento da dor?

Ambas são importantes, mas com abordagens ligeiramente diferentes. A osteopatia busca a causa primária da dor, focando na interconexão do corpo e usando manipulações manuais para restaurar a função global. Já a fisioterapia (muitas vezes, a “convencional”) pode focar mais recursos físicos através do uso de aparelhos como Ultrassom e Laser, e em exercícios e técnicas para recuperar movimentos específicos e fortalecer a área afetada. Imagine que a osteopatia “destrava” o sistema, e a fisioterapia “reeduca” o movimento.

Como é feita a avaliação do paciente antes de iniciar o tratamento osteopático?

A avaliação osteopática é detalhada e manual. O osteopata utiliza suas mãos para sentir e testar o movimento e a posição de cada parte do corpo – desde articulações até tecidos, por exemplo músculos, ligamentos. Ele procura por áreas que estão com movimento restrito, posições inadequadas e áreas de maior tensão muscular, por exemplo. É como um “mapa” do corpo, onde ele identifica os pontos de desequilíbrio que precisam ser corrigidos.

Quais sinais indicam que um paciente deve procurar um osteopata?

Você deve considerar procurar um osteopata se sentir dores persistentes que não foram totalmente explicadas ou resolvidas, especialmente se elas impactam suas atividades diárias. Sinais como rigidez em alguma parte do corpo, dificuldade de movimento, ou dores crônicas (principalmente no pescoço ou coluna) ligada a uma patologia ou mesmo sem uma causa evidente são bons indicativos. Se busca um tratamento que olhe para o seu corpo como um todo, a osteopatia pode ser o caminho.

Que práticas ou hábitos ajudam a prevenir dores musculoesqueléticas?

Manter-se ativo é fundamental! Evitar o medo da dor e continuar se exercitando, mesmo após pequenas lesões, é crucial. Atividades como o Pilates, musculação, esportes em geral ou exercícios que te deem prazer e você esteja apto a praticar. Manter uma boa condição de força, flexibilidade muscular, mobilidade articular, boa alimentação e sono adequado são bons conselhos para quem quer ter um corpo saudável.

A osteopatia pode atuar de forma preventiva, mesmo sem dor presente?

A osteopatia busca manter o corpo em equilíbrio e funcionando da melhor forma possível (a chamada “homeostase”). Ao corrigir pequenas disfunções antes que elas se tornem dores significativas, a osteopatia pode, sim, ajudar a prevenir problemas futuros. É como fazer a manutenção regular de um carro: evita que pequenos problemas se transformem em grandes dores de cabeça. O osteopata, assim como o fisioterapeuta tem um papel muito importante: a educação. Educar o paciente de como o corpo dele funciona, quais os pontos fortes e fracos e como valorizá-los ou corrigi-los é uma boa estratégia de prevenção e cuidados com a saúde. Eu utilizo demais, inclusive ensinando exercícios e posturas a serem adotadas em casa e no trabalho.

Qual o papel da postura, exercícios físicos e alongamento na prevenção da dor?

Eles são seus grandes aliados! Uma boa postura é essencial para distribuir o peso do corpo corretamente e evitar sobrecargas. Exercícios físicos fortalecem músculos e melhoram a estabilidade, enquanto o alongamento aumenta a flexibilidade e a amplitude de movimento. Juntos, eles mantêm o corpo “lubrificado”, forte e equilibrado, protegendo-o contra dores e lesões.

Quanto tempo, em média, leva para que um paciente perceba melhora da dor com o tratamento osteopático?

Cada pessoa é única, e a resposta ao tratamento pode variar de acordo com a condição e a complexidade do caso. Pode acontecer em apenas uma sessão ou várias. Não programamos blocos de sessões como na fisioterapia, as metas e objetivos são analisados de acordo com a condição do paciente a cada dia.

A osteopatia pode ser combinada com outras terapias, como fisioterapia, pilates ou acupuntura, para potencializar os resultados?

Sim, absolutamente! A osteopatia pode ser um ótimo complemento para outras terapias como a fisioterapia, exercícios e até mesmo medicamentos e pós operatórios. Essa abordagem integrada, combinando diferentes especialidades, pode oferecer um cuidado mais completo e potencializar os resultados no alívio da dor e na recuperação.

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