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Hospital Dr. Beda celebra Dia Mundial da Segurança do Paciente com foco na neonatologia

Evento reuniu especialistas para discutir protocolos, notificação de incidentes e cuidados especiais com recém-nascidos e pacientes pediátricos

Saúde
Por Ocinei Trindade
17 de setembro de 2025 - 18h51

Integrantes do Grupo IMNE no Dia Mundial da Segurança do Paciente (Fotos Isabel Calil)

O Dia Mundial da Segurança do Paciente foi celebrado no Hospital Dr. Beda nesta quarta-feira (17) com uma série de palestras e reflexões sobre o tema. O evento foi realizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente da instituição, em Campos dos Goytacazes. Em 2025, o tema é “Cuidado seguro para cada recém-nascido e cada criança. Segurança do paciente desde o início”. A diretora administrativa do Grupo IMNE, Martha Henriques, e a gerente de Qualidade, Amanda Ribeiro, fizeram a abertura do encontro, destacando a importância de adotar medidas e protocolos que aprimorem continuamente a assistência aos usuários da saúde.

“Esse evento é muito importante para o Grupo IMNE e para todos os nossos colaboradores. É uma forma de estimular e motivar a notificação. Quando acontece qualquer problema — seja um protocolo que não foi cumprido, uma meta não atingida ou algum erro de percurso — nós revemos o processo, reavaliamos e chamamos as pessoas para que recebam treinamento. Nesse momento, elas também têm a oportunidade de expor suas dificuldades e avaliar se o que foi planejado está ao alcance delas ou não. É dessa forma que o hospital melhora continuamente seus processos de assistência, trazendo mais segurança para o paciente que busca tratamento e, ao mesmo tempo, melhores condições para os colaboradores, que passam a trabalhar com mais eficiência e eficácia”, explicou Martha Henriques.

Ciclo de palestras no auditório do Hospital Dr. Beda

De acordo com a enfermeira-supervisora Ariana Carvalho, do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital Dr. Beda, o setor tem se empenhado de forma consistente na promoção da segurança do paciente, seguindo protocolos estabelecidos, incentivando a notificação de incidentes e promovendo capacitações contínuas.

“Reconhecemos que há espaço para aprimorar a comunicação entre as equipes e reforçar a adesão a algumas práticas, sempre buscando alinhar nossas ações ao objetivo de oferecer um cuidado cada vez mais seguro e de qualidade. Este evento proporciona troca de experiências, atualização de conhecimentos e reflexões que nos ajudem a aprimorar os processos e fortalecer a cultura de segurança do paciente. Momentos como esse são fundamentais para consolidar uma cultura organizacional voltada para o cuidado seguro, pois favorecem o compartilhamento de experiências, o fortalecimento do conhecimento e a construção coletiva de boas práticas”, destacou Ariana.

Colaboradores do Grupo IMNE participam do evento no Beda

Durante o evento, houve premiação de equipes em diferentes categorias para incentivo e engajamento na cultura de notificação. A gerente de Qualidade, Amanda Ribeiro, anunciou os vencedores e ressaltou a importância da disputa saudável entre setores para promover melhorias que garantam a segurança e o bem-estar do paciente.

Palestras sobre segurança do paciente

Na celebração do Dia Mundial da Segurança do Paciente, diferentes profissionais do Grupo IMNE apresentaram palestras com enfoques diversos. Participaram a enfermeira obstetra Thais Ferro, da Maternidade Lília Neves, que abordou o “check do parto seguro”; a médica neonatologista Luciana Faes, do Centro Nicola Albano UTI Neonatal e Pediatria; e os médicos pediatras Vera Marques e Saulo Tavares, do Ceplin.

Médico pediatra Saulo Tavares, do Ceplin

“O tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde para o Dia Mundial da Segurança do Paciente em 2025 é de extrema relevância. Quando falamos em segurança do paciente, o pediátrico ocupa um lugar central, pois a criança é um grupo muito mais vulnerável a possíveis erros e eventos adversos. Isso acontece porque, ao contrário do adulto, a criança apresenta grande variação por faixa etária. O atendimento a um recém-nascido, por exemplo, é totalmente diferente do atendimento a uma criança de 15 anos. As condutas e abordagens variam muito, e a fisiologia infantil também é distinta da do adulto”, explicou o pediatra Saulo Tavares.

Enfermeiras Thais Ferro e Ariana Carvalho

O médico destacou ainda que as crianças possuem sistema imunológico mais imaturo, o que as torna mais sensíveis e vulneráveis a infecções relacionadas à assistência à saúde. “A questão da medicação é outro ponto crítico: doses precisam ser ajustadas de acordo com o peso, o controle da infusão exige maior precisão e há uma sensibilidade maior a variações de volume. Todos esses fatores aumentam a vulnerabilidade da criança a erros e eventos adversos. Por isso, é fundamental centrarmos este ano na segurança do paciente pediátrico, para compreender onde podem ocorrer falhas e direcionar nossa atenção a fim de mitigá-las. O objetivo é reduzir riscos e garantir que possamos ter crianças mais seguras hoje e adultos mais saudáveis no futuro”, concluiu.

Neonatologia e segurança do paciente

A médica neonatologista Luciana Faes destacou a importância da atuação direta da neonatologia em parceria com a maternidade, especialmente nos atendimentos de maior risco. Segundo ela, a presença do especialista na sala de parto é fundamental, sobretudo em casos de bebês com menos de 1.500 gramas, considerados extremamente vulneráveis.

Vera Marques, Ariana Carvalho e Luciana Faes

“É nesse momento que começa a primeira etapa da segurança do paciente e, de fato, de toda a vida desse bebê”, ressaltou. A médica enfatizou que esse acompanhamento inicial faz toda a diferença, já que a neonatologia lida com situações em que a precisão é determinante. “As metas de segurança, já conhecidas pelas equipes, devem ser observadas desde o nascimento. Um dos pontos de atenção é a correta identificação do paciente, que, na neonatologia, possui uma particularidade: o cuidado deve ser sempre visto como um binômio, envolvendo mãe e bebê.”

A pediatra Vera Marques também chamou atenção para a participação da família no cuidado com os recém-nascidos, destacando o método canguru como uma prática que fortalece a assistência e contribui para a segurança do paciente. Segundo ela, a presença da família pode aumentar a complexidade do processo, mas, quando bem orientada, representa um apoio fundamental.
“A família precisa funcionar como alguém que está para nos ajudar, e não para aumentar a complexidade do cuidado. Estudos comprovam que a participação da família reduz taxas de mortalidade e morbidade, principalmente em casos de prematuridade”, afirmou.

Vera Marques abordou uma série de questões sobre a segurança do paciente pediátrico

A médica reforçou ainda a relevância da notificação de incidentes e eventos adversos. Para ela, apesar do constrangimento que esse processo ainda gera em alguns profissionais, é um passo essencial para identificar falhas e aprimorar os serviços. “Notificar não significa que o serviço é ruim. Ao contrário, é reconhecer o erro para melhorar. Além disso, ao notificar, contribuímos com estatísticas que ajudam a formular planos e programas em diversos países, voltados para a melhoria da assistência”, destacou.

Vera ressaltou ainda a complexidade do atendimento neonatal, que envolve desde o uso de sondas e cateteres até a manipulação de medicamentos e equipamentos delicados. Essa especificidade, segundo ela, justifica o foco da campanha atual na neonatologia. “Antes, as ações estavam voltadas principalmente para o paciente adulto e para a cirurgia. Agora, voltamos nossa atenção para o cuidado neonatal, por ser uma área de altíssima vulnerabilidade e que exige um olhar ainda mais atento à segurança do paciente”, concluiu.

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