A reportagem do J3News flagrou, nesta semana, o avanço do desmoronamento nas margens do canal que corta a Rua José Naked, no bairro Julião Nogueira, em Campos dos Goytacazes. A via, que dá acesso aos condomínios de alto padrão da região, ao Parque Leopoldina, à Igreja Nossa Senhora de Fátima e ao Shopping Partage, está parcialmente comprometida após trechos da calçada e parte do muro de contenção cederem.
De acordo com moradores e transeuntes, o problema começou há alguns meses, após chuvas fortes. Desde então, a erosão tem avançado de forma contínua, sem que nenhuma obra de contenção tenha sido iniciada. A situação preocupa motoristas e pedestres, sobretudo por causa do tráfego intenso de caminhões que abastecem o supermercado Superbom e o shopping center local.
A Prefeitura de Campos foi questionada pela reportagem sobre a previsão de obras ou medidas emergenciais, mas limitou-se a informar, por meio de nota, que “a Secretaria de Serviços Públicos está identificando a demanda para as devidas providências”, sem apresentar prazos ou ações concretas para conter o avanço da erosão até o momento.
População se sente desprotegida
A dona de casa Marlene Pereira dos Santos, moradora da Tapera, relatou o medo de caminhar pela via. “Está muito perigoso. Já não tem mais calçada em um trecho, a gente tem que ir pra pista. Se vier mais chuva, vai abrir ainda mais a rua e pode atingir até o supermercado”, alertou.
A confeiteira Joelma Marques, moradora do bairro, reforçou a insegurança. “Foi uma chuva forte que abriu tudo. Desde então, só piora. A calçada sumiu, a gente tem que andar no meio dos carros. É um perigo”.
Para os jovens Maria Eduarda Mesquita e Marco Gabriel Rangel, estudantes que passam pelo local para ir ao shopping ou à escola, a situação também é alarmante. “Começou com uma inclinação e foi afundando cada vez mais. Hoje, parte da calçada desapareceu. Temos que andar pela rua. É muito perigoso, principalmente para as crianças”, disseram.
O motorista Valquer Lindolfo de Jesus, que vem de Barbacena (MG) para fazer entregas no bairro, afirma que o local não oferece segurança nem para pedestres, nem para veículos. “Caminhões pesados passando só piora a situação. O problema está aí há algum tempo e nada foi feito. Venho a Campos a cada 15 dias. É preciso resolver a situação o quanto antes”, declarou.
Os entrevistados demonstraram, ainda, preocupação com a falta de sinalização no local, devido ao tráfego intenso de veículos, sobretudo na parte da noite. Há trechos da via pouco iluminados. A reportagem pretende seguir acompanhado a situação do trecho do canal afetado pelo deslizamento, e espera a definição da Secretaria de Serviços Públicos para a solução dos problemas relatados.
