O Processo de Eleições Diretas (PED) 2025 do Partido dos Trabalhadores (PT) em Campos terminou em meio a uma polêmica. A chapa vitoriosa, encabeçada por Danilo Dutra, foi acusada pelo seu adversário, Jefferson de Azevedo, de abuso de poder econômico.
Segundo Jefferson, um ônibus teria sido alugado para transportar eleitores de Danilo até o Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento, local onde a votação foi realizada no último domingo (6). A alegação é de que a mobilização dos eleitores por meio do transporte é uma irregularidade no processo eleitoral. Prefeitura afirma que apura a situação para averiguar se houve irregularidade (veja nota ao final do texto).
Em entrevista ao J3news, Jefferson de Azevedo afirmou que já entrou com um recurso para a anulação dos votos da chapa vencedora, além de contestar a candidatura de Danilo Dutra. Agora, cabe à direção nacional do PT decidir sobre o caso e determinar os próximos passos para resolver a controvérsia.
“Isso caracteriza abuso de poder econômico, devidamente tipificado no regimento das eleições. Então nós estamos entrando com esse recurso, está sendo avaliado pela instância nacional de organização da eleição, para ver as consequências. Se de fato for comprovado, pode vir de fato a anular a votação da chapa”, disse Jefferson.
A equipe de reportagem também entrou em contato com a chapa vencedora, que enviou a seguinte nota:
Integrante da chapa vencedora, Odisséia de Carvalho também falou com a equipe do J3news. A política afirmou categoricamente que “não houve nenhuma irregularidade” no processo eleitoral e lamentou a exposição feita pela chapa derrotada:
“Acho muito ruim tudo isso que aconteceu, pois houve uma exposição do PT de Campos por parte da chapa que perdeu as eleições. As disputas internas partidárias não podem se sobrepor a nenhuma luta e unificação para que a gente possa realmente trabalhar em prol da população mais carente, dos recursos para saúde, educação, moradia, geração de emprego”, defendeu.
Sobre as acusações de que um ônibus teria sido fretado pela prefeitura para transportar eleitores, ela esclareceu: “Essas pessoas que estavam dentro do ônibus são do CCZ, ou seja, estão desde dezembro sem receber salário” e classificou como “muita incoerência” a acusação feita pela chapa perdedora.
O J3news também entrou em contato com a Prefeitura de Campos, que enviou o seguinte posicionamento:
Todos os ônibus, vans e micro-ônibus que atendem o município, carregam a logomarca da Prefeitura, por ela ser o poder concedente. O que não configura que o veículo seja da Prefeitura. Significa que o veículo pertence a uma empresa que presta serviço a um setor do transporte municipal. Ainda assim, mesmo não sendo da Prefeitura, caso o veículo seja de algum permissionário ou uma concessionária que faz linha municipal, ele não pode ser usado para este fim.
O IMTT está apurando a situação, porque se de fato for um veículo que presta serviço em linha municipal, a atividade citada na denúncia é vedada. Por fim, o município esclarece que a responsabilidade pela cessão do veículo é da empresa ou permissionário responsável, não tendo o município como interferir para que não seja feita. O que o órgão pode fazer é fiscalizar e apurar a atuação, como está fazendo após a denúncia.