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Os perigos da pneumonia e da automedicação infantil

Vacinação e diagnóstico precoce são reforçados pela médica pediátrica Carla Gazal

Saúde
Por Ocinei Trindade
17 de março de 2025 - 0h02
Carla Gazal (Foto: Ocinei Trindade)

As doenças infantis continuam sendo uma grande preocupação para os médicos especialistas, independentemente da estação do ano. A pediatra Carla Gazal, que atua há 30 anos no Ceplin, destaca que a pneumonia é uma das enfermidades mais recorrentes e que afeta crianças ao longo do ano, sem restrição de períodos. “Mudanças bruscas de temperatura influenciam. A pneumonia, especialmente no ano passado, foi um problema que afetou muitas crianças pequenas em Campos dos Goytacazes”, explica.

A principal causa da pneumonia são as bactérias, que se espalham principalmente por meio do contato entre pessoas doentes. Como as crianças passam muito tempo juntas em ambientes fechados, como as escolas, o risco de transmissão aumenta significativamente. “A atenção dos pais precisa ser redobrada, especialmente quando surgem sintomas no ambiente escolar. Professores também desempenham um papel fundamental ao identificar sinais como tosse ou febre e alertar as famílias”, ressalta a médica.

A tosse persistente, muitas vezes negligenciada pelos responsáveis, é um sinal de alerta. “Muitos pais recorrem a remédios caseiros ou xaropes, mas, se a tosse persiste, especialmente se vier acompanhada de febre ou vômito, é essencial procurar ajuda médica”, orienta Gazal. Segundo a especialista, o cansaço excessivo pode ser outro indicativo de que algo não está bem e que a criança necessita de avaliação profissional.

Em muitos casos, o pediatra consegue resolver o problema de saúde da criança, mas há situações que exigem um acompanhamento especializado. “O pediatra atua como um filtro, avaliando, diagnosticando e tratando dentro da sua área de conhecimento. No entanto, quando percebemos que um caso requer um olhar mais aprofundado, encaminhamos para especialistas, como dermatologistas, alergistas, neurologistas ou ortopedistas”, detalha.

Outro ponto essencial para o crescimento saudável das crianças é o acompanhamento pediátrico regular, que inclui a avaliação do desenvolvimento, peso e alimentação. “Durante as consultas, verificamos os gráficos de peso e crescimento para garantir que a criança esteja evoluindo dentro do esperado. Se notamos alguma anormalidade, como uma dificuldade de ganho de peso persistente, encaminhamos para um especialista, como um endocrinologista”, diz a pediatra.

Um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de saúde infantil é a automedicação. “A automedicação é um problema sério, principalmente quando envolve crianças. Muitas vezes, os pais se deixam levar por recomendações inadequadas, propagandas ou até mesmo por orientações erradas de balconistas de farmácias. O grande risco está na dosagem errada, que pode levar a intoxicações”, alerta Gazal.

A vacinação também é um tema prioritário no consultório da médica. “Sempre exijo que os pais tragam o cartão de vacinação nas consultas. Infelizmente, algumas famílias acabam negligenciando essa questão, mas reforço a importância de manter as vacinas em dia. Doenças como meningite podem ser fatais em poucas horas, e a única forma de prevenção é a imunização”, enfatiza.

Recentemente, houve um aumento no número de diagnósticos de coqueluche em Campos, inclusive em crianças vacinadas, de acordo com levantamento do laboratório XY Diagnose. Gazal explica que, apesar da proteção oferecida pelas vacinas, algumas infecções ainda podem ocorrer. “A coqueluche começa com uma tosse comum, mas pode se agravar. Como a transmissão acontece por contato direto, é essencial que os pais fiquem atentos a sintomas persistentes e busquem atendimento médico, se necessário”, orienta.

Para garantir a saúde infantil, a pediatra reforça a importância do acompanhamento médico e da observação atenta dos pais. “O mais importante é que os responsáveis sigam as orientações médicas, mantenham a vacinação em dia e estejam atentos a sintomas persistentes. A saúde das crianças é uma prioridade, e qualquer sinal de alerta deve ser levado a sério”, conclui.