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Baixada Campista ainda aguarda a chegada do Corpo de Bombeiros

Seis meses após inauguração das obras, cenário segue o mesmo e acidentes preocupam

Campos
Por Yan Tavares
26 de janeiro de 2025 - 5h02
Espaço vazio|Placa sinaliza o local das futuras obras (Foto: Amaro Pessanha)

Dois incidentes no primeiro mês do ano de 2025 evidenciaram uma urgência no município de Campos: o Destacamento do Corpo de Bombeiros na Baixada Campista. Na noite de 19 de janeiro, uma mulher de 33 anos morreu após ser atropelada, no distrito de Goitacazes. O marido, que estava com ela, chegou a ser socorrido por uma equipe dos bombeiros, mas morreu horas depois. Já no dia 15 de janeiro, uma capela do Santuário de Santo Amaro pegou fogo e assustou fiéis durante os festejos do padroeiro da Baixada. O pequeno incêndio foi contido por moradores. Ninguém se feriu, mas a capela segue interditada.

Em ambos os casos, o Destacamento de Bombeiros mais próximo fica no Centro da cidade, a cerca de 30 minutos de Goitacazes, primeiro distrito da Baixada Campista. Para Santo Amaro, distrito que recebe a tradicional festa do padroeiro no feriado de 15 de janeiro, o tempo do percurso é ainda maior: de 40 a 50 minutos. Tempos que podem fazer a diferença em casos graves, que necessitam de salvamentos urgentes.

Por isso, o Destacamento dos Bombeiros na Baixada é um sonho antigo dos moradores da região. Prometida desde 2021 pelo governador Cláudio Castro, a instalação teve o lançamento da sua pedra fundamental em julho do ano passado. O terreno é situado na localidade de Ponto de Coqueiros, a 5km de Baixa Grande. São cerca de 50 minutos do Centro.

Seis meses após o lançamento da pedra fundamental, o cenário segue o mesmo no local: apenas uma placa e nenhum vestígio de obra. A situação preocupa quem mora ou até mesmo empreende na região.

Começo|Cláudio Castro esteve presente ao início das obras

“A população da Baixada sempre necessitou e reivindicou um destacamento do Corpo de Bombeiros. Nasci e fui criada em Santo Amaro e ainda tenho pais, tios e primos residindo lá. A demora no socorro por conta da distância sempre foi uma angústia para todos. O ocorrido recente durante a Festa do Padroeiro mostrou a real urgência na chegada desse serviço. A situação só não se transformou em uma tragédia por conta da rapidez da população que se uniu e conteve o fogo”, relata a jornalista Paula Rangel.

O estudante Amaro Pessanha relata que passou recentemente por um susto e teve que solucionar o problema por conta própria, já que o caso aconteceu em Mussurepe, a cerca de 50 minutos do Centro.

“Uma cobra jiboia entrou no jardim da casa da minha mãe. Tive dificuldades em conseguir ajuda dos bombeiros. Fui informado de que as equipes estavam em outras ocorrências e deveríamos aguardar. Mas, com medo de que o animal, que não era nada pequeno, entrasse na casa, eu mesmo consegui fazer a remoção. Ter o Destacamento dos Bombeiros na Baixada é de extrema necessidade. Infelizmente, nada foi feito desde o evento realizado para anunciar as instalações”, comenta.

O que o CBMERJ diz 
Em nota, a assessoria do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ) informou que será dado prosseguimento ao processo de licitação e execução do projeto, assim que a transferência do terreno para o Estado for finalizada. Ainda segundo o CBMERJ, não há previsão de entrega do novo destacamento. A Prefeitura não respondeu se o terreno escolhido está sendo cedido pelo município. A reportagem também não obteve resposta do Governo do Estado sobre o trâmite. Apenas o Corpo de Bombeiros se posicionou, afirmando que o processo está em andamento.

“O projeto prevê um espaço moderno e funcional, com área aproximada de 810 metros quadrados, com instalações voltadas ao atendimento ao cidadão, áreas específicas para treinamento de combate a incêndios e uma torre de treinamento, reforçando o compromisso com a excelência no preparo técnico e a prestação de serviços de qualidade à população. A nova unidade contará com veículos de combate a incêndio, salvamento e ambulâncias. Cerca de 60 militares vão atuar no local. Hoje, a região já é atendida por 200 militares e 20 viaturas, incluindo um caminhão-tanque com capacidade de 35 mil litros”, diz a nota.