O consumo dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (conhecidos como vapes) é a “onda” do momento. Entretanto, assim como os cigarros, o uso desses aparelhos é tão prejudicial como os convencionais, sendo fator de risco para muitas patologias crônicas não transmissíveis, como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); diabetes; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); quadros de enfisema pulmonar; bronquite crônica e até cânceres, dentre eles o de pulmão.
Em Campos, há um esforço para educar os jovens sobre os riscos do tabagismo e dos vapes, através dos programas Saúde na Escola (PSE) e de Controle do Tabagismo.
Segundo informou o enfermeiro do Programa de Controle do Tabagismo, Emmanuel Bittencourt Wanderley, os riscos à saúde associados aos Dispositivos Eletrônicos para Fumar são maiores devido à quantidade de tragadas em cada uso.
Ele pontua que esses aparelhos são considerados altamente tóxicos, sendo comum entre os adolescentes e jovens, o que levou as equipes dos programas municipais a realizarem uma série de ações, durante o ano passado, como palestras, seminários e orientações aos alunos das instituições de ensino.
“Enfatizamos que os níveis de toxicidade desses aparelhos são bem altos. Apesar de não haver combustão, alcatrão ou monóxido de carbono, há liberação de muitas substâncias químicas e altas concentrações de nicotina, levando a uma maior dependência. Além disso, diversos estudos já comprovaram que os cigarros eletrônicos podem causar lesões pulmonares conhecidas como EVALI (E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury), por exemplo”, reforçou Emmanuel, mencionando também o narguilé como outro dispositivo prejudicial à saúde.
Fumante durante boa parte de sua vida, Georgete Coimbra Farhat, de 60 anos, falou sobre sua experiência com o tabagismo. Ela conta que parou de fumar cigarro comum há 16 anos, mas acabou por experimentar vapes, se tornando viciada, mesmo acreditando que não tinha nicotina. Após três anos fumando esses dispositivos, decidiu procurar ajuda no programa municipal, onde encontrou apoio e motivação para parar.
“Tive uma experiência muito negativa com o uso desses dispositivos. Eu não tinha controle sobre a quantidade que fumava, chegando a fumar constantemente, praticamente 24 horas do dia. Comecei a ter problemas de saúde relacionados à respiração e cansaço excessivo. Passei por um período muito difícil ao decidir largar o vape, pois a abstinência é terrível. Apesar de tudo, encontrei aqui (no programa), o suporte necessário que me incentivou a parar e a usar adesivos para ajudar na abstinência”, relatou Georgete que está há três meses sem fumar.
“A paciente Georgete enfrentou um grande desafio ao tentar parar de usar vape, que é considerado mais viciante do que cigarros comuns. O programa tinha como objetivo ‘reprogramar’ o cérebro da paciente, mas a Georgete estava relutante e desanimada. A equipe decidiu permitir que ela fumasse alguns cigarros comuns como parte de um acordo, o que ajudou a introduzir um adesivo de nicotina no tratamento. Ela estava ciente dos riscos e decidiu entregar seus vapes quando se sentiu pronta. Apesar de ter enfrentado crises de abstinência severas, estava determinada a seguir o tratamento e isso é uma vitória”, comemorou a cirurgiã dentista do programa, Verônica Gama.
PROGRAMA – O Programa de Controle do Tabagismo conta atualmente com 771 inscritos. Os pacientes passam por triagem, sessões estruturais de Abordagem Cognitiva Comportamental (ACC), palestras informativas, cartilhas educativas, além de acompanhamento médico para controle de ansiedade e suporte medicamentoso, como os adesivos anti-tabagismo, goma de nicotina e os medicamentos orais.
A inscrição é feita na própria sede do programa, localizada na Rua Gil de Góis, 132, ao lado do Centro de Referência e Tratamento à Mulher. Para mais informações o telefone para contato é o (22) 9 817 304 62.
Fonte: Prefeitura de Campos