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Perigos mais comuns nas férias de verão

Praias, piscinas e até a busca pela foto perfeita podem causar acidentes neste período

Especial J3
Por Yan Tavares
29 de dezembro de 2024 - 0h01
Importante|Um dia de diversão na praia pode se tornar um problema sem os cuidados necessários (Foto: Paulo Sérgio Pinheiro/SECOM SJB)

Com a chegada da alta temporada, é o momento ideal para as pessoas desfrutarem de momentos de lazer. No entanto, é neste período que turistas e veranistas ficam mais suscetíveis a vários riscos. Nas estradas, os animais soltos na pista são motivos de alerta. Praias, piscinas, cachoeiras e até mesmo os churrascos têm pontos que precisam de certos cuidados para evitar acidentes. Além disso, as selfies, antes símbolos apenas de diversão e interação nas redes sociais, passaram a ser causadoras de fatalidades.

Para diminuir os riscos, o J3News buscou dicas e instruções com autoridades no assunto, como Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ).

Foto: Silvana Rust

Selfies como risco
Em 2013, o Dicionário Oxford elegeu a “selfie” como palavra do ano. A eleição aponta uma palavra ou expressão vista com potencial como termo de significado cultural duradouro. E de fato aconteceu. Porém, 10 anos depois, em 2023, um dado preocupante veio à tona.  Apenas no Rio de Janeiro, 17 pessoas morreram tentando tirar selfies em encostas, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros.

Em Campos, um episódio comoveu a população no mês de agosto daquele ano. Uma mulher de 49 anos e um adolescente de 16 morreram em uma cachoeira situada na localidade de Rio Preto. De acordo com pessoas que estavam no local, a mulher tentava tirar uma foto na cachoeira e acabou caindo. O adolescente pulou para tentar socorrê-la, mas também não resistiu.

De olho neste novo fator de risco, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) vem realizando em suas redes sociais uma campanha intitulada “Sua vida vale mais que uma selfie”. Durante todo o ano de 2024, o perfil da corporação publicou uma série de vídeos sempre com o alerta: “não arrisque a vida por likes”, mostrando tentativas de registros feitas por pessoas em situações arriscadas, como pedras no mar, cachoeiras, penhascos, montanhas, saltos de grandes alturas para rios, mares e piscinas, pilotando motos e fazendo manobras arriscadas.

Alerta|Incidência de afogamentos aumenta durante a alta temporada (Foto: Ascom 5º GBM)

Segurança em trilhas
O Corpo de Bombeiros do RJ também divulgou dicas para se fazer uma trilha em segurança. A reportagem separou as recomendações da corporação:

Pesquisar o percurso antes de começar, tendo em vista ser fundamental conhecer o local, o clima e o acesso. Levar um mapa ou GPS, nunca ir sozinho e ter um guia se não conhecer a trilha. Escolher roupas e calçados apropriados. Evitar dias chuvosos, com possibilidades de chuvas e após temporais. Trilhas molhadas são mais perigosas e aumentam os riscos de acidentes. Levar mochila com itens que auxiliem no trajeto: kit de primeiros socorros, com água, comida, lanterna, protetor solar, repelente, óculos de sol e boné. Por fim, evitar se aproximar de locais íngremes e abertos, inclusive para tirar fotos.  

Atenção para evitar afogamentos
O Corpo de Bombeiros tem dicas também para evitar afogamentos e como se comportar em casos de riscos. Algumas recomendações são coringas, valendo tanto para rios, mares, cachoeiras e lagos: 

Não consumir bebida alcoólica nestes momentos de lazer. Sob o efeito de álcool, perde-se a capacidade respiratória, motora, equilíbrio e força muscular, o que pode acabar em afogamento. Há ainda outras específicas: evitar nadar sozinho. Ter sempre um companheiro de natação, especialmente em locais desconhecidos ou com correnteza. Em caso de emergência, ter alguém por perto pode fazer toda a diferença. 

Perigo|Um instante de distração com uma criança ao mar pode ser fatal (Foto: Paulo Sérgio Pinheiro/SECOM SJB)

Mares
O CBMERJ tem dicas específicas para cada opção de lazer. No caso do mar, respeite as placas e bandeiras de sinalização de risco e jamais entre em local onde exista uma bandeira vermelha. Elas indicam onde existem correntes de retorno. Se for surpreendido por uma delas, mantenha a calma e não se desespere. Evite nadar contra a corrente em direção à areia, para não se cansar em vão. Flutue e peça ajuda fazendo sinais com os braços. Se for possível, nade para os lados. Só depois de sair da vala, nade em direção à areia, com a ajuda das ondas.

Cachoeiras
Assim como no caso das trilhas, antes de visitar rios e cachoeiras é importante se informar sobre as condições do tempo. O ideal é cancelar se estiver chovendo ou se tiver chovido antes. Nas cachoeiras, é recomendado se afastar em caso de chuvas, principalmente para evitar o fenômeno conhecido como cabeça d’água, que é o aumento repentino do volume de água. Se já estiver na água e começar a chover, observe se a força da correnteza está crescendo, se a quantidade de galhos e folhas está aumentando e se a água está mudando de coloração, ficando mais turva. Caso não consiga sair antes da cabeça d’água chegar, procure uma pedra onde possa se ancorar.

Cuidado|Lagoas e cachoeiras também não estão isentas de riscos (Foto: Divulgação)

Rios
Mesmo que os rios sejam conhecidos, as águas turvas podem surpreender os banhistas e causar acidentes. Galhos, troncos e outros objetos podem estar escondidos abaixo da superfície. Evite saltos. A profundidade do rio pode surpreender e esconder pedras e troncos. Assim, saltos podem provocar graves acidentes e até mesmo levar a mortes.

Lagos e lagoas
Tomar cuidado com o limo nas pedras, pois ele pode causar escorregamentos e provocar quedas na água, em locais de profundidade desconhecida. Essencial também ficar atento com buracos e fundos de lodo. Segundo os Bombeiros, esses locais podem fazer a pessoa afundar rapidamente e não conseguir voltar à superfície.

Cuidados especiais com as crianças
O J3News apurou ainda, com o Corpo de Bombeiros, cuidados especiais indicados para a criançada. Menores de 4 anos devem sempre estar acompanhados pelos responsáveis e com a distância de um metro de um adulto, o que corresponde a um braço esticado. Essa posição é mais segura em caso de desequilíbrio ou um escorregão na borda da piscina. Ficar atento ao risco da sucção de cabelos ou roupas, que podem causar acidentes até mesmo em tanques rasos. Evitar brincadeiras de correr, prevenindo escorregões e quedas. Muita atenção com saltos, que podem provocar sérias lesões.

Precaução com as boias, afinal nem todas são seguras. Muitas boias que são utilizadas com as crianças e bebês no cotidiano dão uma falsa sensação de segurança. A opção mais segura é o colete salva-vidas, homologado pela Marinha do Brasil. Não fura, é inflável e mantém a criança de barriga para cima, evitando o contato do rosto com a água. É essencial lembrar-se de escolher o tamanho e peso adequados.

Animais soltos na estrada
Desde o final de semana que antecedeu o Natal, o movimento nas estradas aumentou significativamente. São famílias se reunindo para as festas de fim de ano e pessoas indo fazer viagens, especialmente no Réveillon. Um perigo por vezes escondido e que pode causar sérios problemas nos passeios é a incidência de animais soltos na pista. O J3 procurou a PRF e o DER-RJ, responsáveis pelas vias da região, para saber quais medidas devem ser tomadas pelos motoristas.

“É fundamental reduzir a velocidade, especialmente em áreas rurais e próximas a fazendas, onde a presença de animais é mais comum. Manter a atenção é essencial, especialmente em horários de crepúsculo e ao amanhecer, quando a visibilidade pode ser comprometida. Os motoristas devem utilizar faróis em trechos de rodovias não iluminadas para detectar possíveis animais na pista com antecedência. Manter uma distância segura entre os veículos também é crucial, pois isso permite uma maior capacidade de reação em caso de emergência. Por fim, é importante evitar distrações, mantendo o foco na direção e não utilizando celulares”, disse a PRF em nota.

Já o DER-RJ disse que realiza ações educativas, em parceria com o Comando de Policiamento Rodoviário e entidades ambientais, para aumentar a conscientização dos motoristas e reduzir os índices de acidentes e atropelamentos de animais nas estradas estaduais. 

“As orientações para direção segura também são divulgadas nos painéis de mensagens variáveis instalados nas RJs. Ao todo, o DER conta com 341 radares fixos e 18 portáteis em operação nas rodovias estaduais para coibir o excesso de velocidade, principal infração de trânsito”, afirmou o órgão.