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Interdição da Estrada dos Ceramistas afeta economia

Entidades discutem alternativas para minimizar impacto da interrupção do fluxo de veículos na RJ-238

Campos
Por Jorge Rocha
16 de dezembro de 2024 - 0h03
Transtorno|Entidades de Campos tentam solução para a interdição da rodovia (Foto: César Ferreira)

A interdição parcial da RJ-238, conhecida como Estrada dos Ceramistas, em Campos dos Goytacazes, começou no dia 28 de novembro e já causa transtornos significativos na região. Com previsão de duração de três meses, a medida, que visa a realização de serviços de pavimentação, afeta não só o cotidiano dos motoristas, mas também tem repercussões econômicas que preocupam tanto o setor privado quanto o poder público.

A interdição do trecho entre a BR-101 e a Estrada do Carvão, necessária para garantir a qualidade do novo asfalto, conforme frisa o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ), gerou congestionamentos e aumento no tempo de deslocamento. Motoristas que antes gastavam 10 minutos para percorrer o trecho de quase 10 km agora enfrentam até uma hora para fazer o mesmo trajeto. O trânsito foi redirecionado para a Avenida Arthur Bernardes, mas, apesar da sinalização montada pela Construtora Avenida, empresa responsável pela obra, os engarrafamentos se tornaram um problema constante.

As entidades empresariais locais já se manifestaram em busca de soluções emergenciais para minimizar os danos. Representantes de associações como Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), entre outras, realizaram uma reunião em 9 de dezembro, para avaliar os impactos nos negócios da região, especialmente no setor de transporte de mercadorias. Na ocasião, foi apontada ainda que a sobrecarga no tráfego urbano também afeta o comércio local e as empresas de diferentes setores, que passam a enfrentar dificuldades com atrasos nos abastecimentos e aumento de custos operacionais.

O presidente da Regional Norte Fluminense da Firjan, Francisco Roberto Siqueira, destacou a urgência da situação. “Estamos solicitando uma avaliação das alternativas que minimizem os impactos dessa interdição, como a liberação parcial da estrada, principalmente no período de maior fluxo, entre o fim de ano e início de janeiro”, afirmou. A proposta da Firjan, apoiada por outras entidades e que foi encaminhada ao DER-RJ, sugere a liberação do trecho de forma alternada ou em horários específicos, permitindo o fluxo controlado de veículos pesados, com o objetivo de reduzir os prejuízos econômicos durante a execução da obra.

A Prefeitura de Campos também se mostrou preocupada com o impacto do bloqueio no tráfego e, na mesma linha, solicitou uma reunião com o DER-RJ. A gestão municipal aguarda uma resposta sobre a possibilidade de liberar a estrada para o tráfego intenso do fim de ano.

A TEC Campos, representada por seu presidente Henrique da Hora, também se uniu à reivindicação das entidades. “Campos tem plenas condições de buscar alternativas de curto, médio e longo prazos. Esperamos que a solução para esse impasse seja encontrada rapidamente, pois o ambiente de negócios depende dessa logística”, afirmou.

No setor de transporte e segurança, a diretora do Sest/Senat, Rayanna Siqueira, declarou que a entidade está trabalhando em conjunto com outras empresas locais para apresentar sugestões estratégicas. “Nosso foco é garantir que a liberação da estrada seja feita de forma segura e viável para todos os envolvidos, sempre respeitando a legislação de trânsito e visando a fluidez”, disse Rayanna.

Efeitos no comércio
O comércio também está sentindo os efeitos da interdição. Maurício Cabral, presidente da Acic, ressaltou que a sobrecarga do tráfego urbano tem causado atrasos no abastecimento, o que afeta diretamente as operações das empresas e o atendimento aos consumidores. “A Acic está à disposição para colaborar com o DER-RJ e as autoridades competentes, com o objetivo de encontrar uma solução que permita o progresso das obras sem prejudicar a economia local”, afirmou Cabral.Por outro lado, o DER-RJ especifica que as obras avançam conforme o cronograma, sendo realizada por trechos e com a conclusão prevista para o primeiro semestre de 2025. O departamento informou que, atualmente, o foco está na construção das camadas de sub-base e base da estrada, além da implantação do sistema de drenagem. Essas etapas são essenciais para garantir a durabilidade do pavimento, mas a necessidade de interdição do trecho continua sendo um ponto de tensão para todos os envolvidos.