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Pressão “12 por 8” passou a ser considerada alta por médicos

Os especialistas explicam que a nova categorização busca intensificar o tratamento em estágios iniciais

Geral
Por Monique Vasconcelos
17 de outubro de 2024 - 9h42
Foto: Reprodução Freepik

Em setembro, Londres recebeu milhares de médicos de diversas partes do mundo para o Congresso Europeu de Cardiologia, onde foram apresentadas novas diretrizes sobre hipertensão. Esse documento orienta o diagnóstico e o tratamento da pressão alta, trazendo importantes mudanças.

As novas diretrizes simplificam conceitos e introduzem uma nova classificação de pacientes, recomendando um tratamento mais intensivo nas fases iniciais da doença. A classificação agora é a seguinte:

Pressão arterial normal: abaixo de 120/70 mmHg.

Pressão arterial elevada: entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg.

Hipertensão: acima de 140/90 mmHg.

Esses valores são obtidos em consultórios médicos. Antes, os cardiologistas utilizavam seis categorias diferentes, desde “ótimo” até “hipertensão estágio 3”.

Os especialistas explicam que a nova categorização busca intensificar o tratamento em estágios iniciais, especialmente para aqueles com risco elevado de doenças cardiovasculares. Bill McEvoy, professor da Universidade de Galway, destacou que a mudança reconhece que a pressão arterial não muda drasticamente de um dia para o outro, mas sim de forma gradual.

Rhian Touyz, da Universidade McGill, complementou dizendo que os riscos aumentam mesmo com pressão sistólica abaixo de 120 mmHg. As novas diretrizes também influenciam os tratamentos e cuidados de estilo de vida.

Estratificação de risco

Na prática, o que essas mudanças significam? Para quem está com pressão normal, não há necessidade de intervenções específicas. Aqueles diagnosticados com hipertensão devem iniciar tratamento medicamentoso e adotar mudanças no estilo de vida.

Para os classificados com “pressão elevada”, recomenda-se a “estratificação de risco”, onde o médico avalia a probabilidade de eventos cardiovasculares graves, como infarto ou AVC. O médico considera fatores como histórico de doenças cardíacas e condições crônicas.

Se o risco de um evento cardiovascular nos próximos dez anos for inferior a 5%, a orientação é focar em mudanças de estilo de vida e reavaliar a pressão em um ano. Para riscos acima de 10%, a diretriz recomenda iniciar o tratamento medicamentoso após três meses, caso a pressão continue elevada.

Para aqueles com risco entre 5% e 10%, o médico deve avaliar aspectos como etnia e condições socioeconômicas para decidir se testará mudanças de estilo de vida por um ano ou reavaliará a necessidade de medicação em três meses.