Quando criança, minha filha Fernanda, escrevia uns bilhetinhos muito interessantes para mim e o pai. Além dos bilhetes para o Papai Noel, das mães e dos pais, ela escrevia sempre que queria pedir algo.
Fernanda fazia o pedido e abaixo, colocava dois quadradinhos: um para o sim e outro para o não. Era só fazer um “x” de acordo com a resposta. Uma graça! Ela sempre foi criativa, “inventadeira” de moda como dizia mamãe.
Hoje os bilhetinhos orgânicos como os dela são mais raros. As crianças preferem usar o WhatsApp para se comunicarem por escrito. Os tempos são outros. Preferem esse aplicativo que é considerado a ferramenta de comunicação do momento.
Sabemos que a linguagem utilizada no “zap” é diferente daquela usada nas mensagens escritas a mão.
O aplicativo proporciona, em questão de segundos, não só permite a troca de mensagens escritas como também de áudios, vídeos, fotos, emojis, etc. Esse tipo de interação retrata o mundo ansioso em que vivemos hoje. São o aqui e o agora urgentes. Ufa!
Um outro dado a ser observado é que a linguagem utilizada na internet, o internetês, apresenta certos vícios que podem influenciar na aprendizagem de produção de textos escritos formais. Características do internetês: falta de pontuação, acentuação, muitas abreviações, gírias e um descompromisso com as regras gramaticais.
O uso de emojis para exprimir os sentimentos também pode contribuir com a dificuldade da criança na aprendizagem de expressá-los por meio da escrita. Nessa situação, não precisa falar, usa-se uma carinha triste, alegre, chorando… Os emojis substituem a narrativa. Até que ponto, isso é bom?
É necessário que os pais e os professores fiquem atentos ao tempo em que as crianças ficam expostas ao ambiente virtual. Equilíbrio é a recomendação dos especialistas no assunto.
Que todas as crianças possam ser crianças protegidas dos excessos tecnológicos!