Neste domingo (6), a democracia brasileira se manifesta com as eleições municipais. Campos dos Goytacazes é um dos 5.569 municípios do Brasil que vão eleger prefeitos e vereadores. Com quase meio milhão de habitantes, a cidade possui pouco mais de 373 mil eleitores em 2024. Um total de sete candidatos a prefeito/prefeita, além de 395 candidatos a vereador/vereadora que concorrem por 25 vagas na Câmara Municipal. Ainda neste dia, após apuração das urnas eletrônicas, serão conhecidos os nomes dos mais votados, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. A expectativa é grande, quase sempre.
Durante o período da campanha eleitoral, os sete candidatos à Prefeitura de Campos dos Goytacazes tiveram várias oportunidades de apresentarem propostas nos veículos de comunicação do J3News. Foram diversas entrevistas nos formatos impresso e eletrônico, em que os postulantes ao cargo para o Executivo Municipal puderam abordar temas como Transporte, Saúde, Educação, Infraestrutura, Emprego e Programas Sociais.
Os candidatos também puderam falar de seus propósitos e projetos de governo no programa Manhã J3, transmitido pelo canal J3News TV e plataformas digitais. Durante duas horas, ao vivo, eles responderam a vários questionamentos dos jornalistas. Participaram Fabrício Lírio (Federação Rede/PSOL); Dr.Buchaul (Novo); Thuin (Federação Liberdade, Emprego, Dignidade); Wladimir (Coligação O Trabalho só Começou); Professor Jefferson (Federação Brasil da Esperança); Delegada Madeleine (Coligação Campos pode Mais). Apenas o candidato Pastor Fernando (PRTB) não compareceu ao programa televisivo.
Com exceção do candidato Wladimir, que concorre à reeleição, todos os outros candidatos à Prefeitura se apresentaram pela primeira vez na disputa ao Executivo Municipal. Eles também foram questionados por algumas instituições locais, como a Câmara dos Dirigentes Lojistas, Associação Comercial e Industrial de Campos, Federação das Indústrias do Rio de Janeiro e comunidades da Igreja Católica. A reportagem ouviu algumas dessas lideranças, além de representantes do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos de Campos (Siprosep), e Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Eles apontaram o que esperam do próximo governo, independentemente de quem vença a eleição. Eleitores de diferentes bairros também se manifestaram.
José Francisco Rodrigues – Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL
“A Câmara de Dirigentes Lojistas cumpriu seu papel dando voz e ouvidos aos candidatos à Prefeitura em uma agenda individualizada no curso da campanha, cumprindo seu papel de entidade representativa de classe apartidária. O que esperamos do Executivo Municipal para os próximos quatro anos é uma gestão moderna, inovadora, empreendedora e corajosa. Um executivo que tenha a ousadia de fazer intervenções urbanas necessárias. É preciso desatar esse nó. Aliado a isso, esperamos inovação, no modo de se relacionar e de dialogar com as oportunidades que se desenham promissoras, a partir de um segundo momento do vizinho Porto do Açu, ou seja, atrair investimentos que venham a gerar empregos e mudar o perfil da nossa economia, e obviamente, investir em educação, saúde, capacitação, e tudo que for de interesse da sociedade”.
Andressa Lopes – diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação – Sepe
“O Sepe tem em seu estatuto a independência de governos. Sempre lutou pelo cumprimento das leis. Precisamos de leis municipais que garantam o direito da população como um todo, principalmente da classe trabalhadora. É urgente garantir o direito à cidade com qualidade; o acesso do cidadão ao trabalho; das crianças às escolas; saúde; acesso para fiscalizar as verbas públicas participando das votações na Câmara. É preciso políticas públicas sérias para combater a violência e amparar as mulheres que são vítimas. É preciso revogar a normativa da educação infantil onde coloca como prioridade a matrícula de crianças somente a partir dos 10 meses. É primordial garantir uma educação de qualidade juntamente com a independência das mulheres, para o acesso e manutenção no mercado de trabalho”.
Maurício Cabral – Associação Comercial e Industrial de Campos – Acic
“Esperamos do novo gestor público não somente o compromisso básico já pré-estabelecido em relação à Saúde, Segurança e Educação de qualidade no Município; mas, também ações para melhorar a mobilidade urbana, transporte público de qualidade e promover ações para fortalecer e materializar as políticas públicas para o fortalecimento da Indústria, do Agronegócio, dos Serviços e do Turismo, como molas propulsoras do desenvolvimento econômico fomentando assim um ambiente favorável ao empreendedorismo, contribuindo com a empregabilidade, a diversificação da economia, o desenvolvimento local e sustentável tornando o município independente dos royalties do petróleo.”
Genevaldo Marins – Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos – Siprosep
“Espero uma gestão inovadora com investimentos de verdade na saúde e educação. Com unidades estruturadas onde a população possa desfrutar de um serviço público de qualidade. Que os servidores públicos venham ser valorizados e respeitados com reposição salarial anual e implantação do plano de cargos para os servidores que ainda estão fora. Que as pessoas tenham acesso à marcação de consultas e exames sem precisar ficar meses aguardando. A cidade necessita de investimentos no transporte, onde as pessoas possam se locomover com facilidade. O transporte é a veia irrigadora do comércio que está fechando as portas. Utilização dos royalties do petróleo para crescimento da cidade e futura independência do mesmo.”
Francisco Roberto Siqueira – Firjan
“A infraestrutura é o principal gargalo de desenvolvimento da região, o que exige do futuro prefeito uma ampla articulação com as esferas estadual e federal. Podemos destacar o acesso da Ponte da Integração ao Distrito Industrial de Campos sem comprometer a mobilidade urbana, além de pleitos históricos como a Estrada do Contorno de Campos e a EF-118. Por isso, a Firjan prepara um novo levantamento no qual listará uma série de reivindicações necessárias ao desenvolvimento socioeconômico, que vão do ordenamento urbano à educação e gestão pública, que será entregue ao futuro prefeito eleito, e ao qual a federação já deseja sorte e sucesso, colocando todo o nosso corpo técnico à disposição”.
Bispo Roberto Ferreria Paz – Diocese de Campos
“Espero um gestor presente no meio do povo, que escute, respeite os mecanismos de participação, quais sejam os conselhos paritários; a lei de iniciativa popular; o diálogo com toda a sociedade, porque quem não ouve, por melhor intencionado que esteja, se considera Deus. Precisamos de consensos e interatividade. Caminhar juntos para nós, igreja, é dar passos juntos, respeitar-nos e criar o poder local, o poder que nasce justamente do encontro. O que a cidade mais necessita vem dos setores mais populares. Nosso olhar é para aquelas pessoas que ainda não têm saneamento básico, não têm a possibilidade de comprar alimentos orgânicos, saudáveis, água limpa, pura, transporte público de boa qualidade, educação sem violência. Penso que a política é uma disputa de demandas. O governante não deve buscar só resultados imediatos que favoreçam sua imagem.”
ENQUETE ELEITORES
Sâmia Rangel de Lima – funcionária pública, moradora de Morro do Coco
“Precisa melhorar muito na questão da saúde, mais medicamentos nas farmácias. Eu trabalho na área da saúde então sei como é que a assistência primária precisa melhorar e a infraestrutura também nos bairros, onde eu moro principalmente precisa muito. Em Morro do Coco, precisa melhorar a questão de esgoto. Nos fundos da minha casa, tem a céu aberto, com mau cheiro e ratos. Muitas ruas não têm calçamento. Não temos ônibus barato, somente vans, e que são insuficientes e desconfortáveis. A gente não tem opção.
Pergentino Araújo – aposentado, morador do Centro
“O maior problema da cidade é o transporte, é uma vergonha o transporte em Campos. Todo mundo reclama disso aí. Tenho 87 anos. Vi muita coisa acontecer e melhorar na cidade. Houve progresso, mas ainda é insuficiente, Espero que avance nos próximos quatro anos, independentemente de quem seja o prefeito eleito.
Graciele Costa – dona de casa, moradora da Codin
“No meu bairro tem muitos problemas como esgoto na rua, A situação do transporte é muito ruim. Às vezes, a gente luta no ponto esperando o ônibus que aparece depois de muito tempo. A cidade pode melhorar. O prefeito precisa fazer muita coisa”.
Zuyla Manhães – advogada, moradora do Flamboyant
“A saúde é uma coisa importantíssima que realmente precisa melhorar, mas eu penso muito também na segurança. A gente se sente inseguro em qualquer lugar. Andar à noite e de dia está complicado. Segurança e saúde são coisas essenciais. Na minha rua, ocorrem assaltos frequentes até durante o dia. Gostaria que o governo realmente utilizasse o dinheiro que a gente tem dos royalties para melhorar a cidade. Usando esse pensamento, tenho certeza que a gente vai dar um grande passo para frente”.
Cláudio Pasco, corretor de imóveis, morador do Jardim Carioca
Eu quero que os eleitos façam alguma coisa para as pessoas em vários sentidos, como melhorar o transporte e a saúde. Acredito na esperança que a Bíblia dê um futuro melhor. Uma geração vai, outra geração vem, mas a Terra permanece para sempre. As pessoas precisam buscar ser amorosa e atenciosa. Isso reflete na sociedade, na vida das pessoas”.
Marcos Leite – professor de História, morador da Pelinca
“Eu espero que os governantes façam a função deles. A cidade precisa melhorar. Ampliar o atendimento nos hospitais, como o Ferreira Machado. A necessidade do povo brasileiro tem como prioridade saúde, educação e segurança. Isso fica a desejar no Brasil todo. A guarda municipal já poderia andar armada para dar assistência ao povo com mais segurança. Temos muitos usuários de drogas soltos à vontade. A gente fica refém da vagabundagem. Pagamos impostos e a obrigação do estado não é cumprida”.
Sueli Silva – conselheira – moradora do Julião Nogueira
“É primordial melhorar o transporte público. Quase não há ônibus à noite. Isso é inadmissível. Eu ainda posso pagar por aplicativo, mas e aquele que não pode? O comércio fica fraco sem transporte direito. Precisamos gerar empregos, melhorar a economia, criar possibilidades. Os jovens estão sem perspectivas. É importante votar. Temos que dar o voto confiando que vai dar certo e cobrar daqueles que elegemos por melhorias na cidade”.