A presença de animais soltos nas estradas municipais e estaduais e nas duas rodovias federais que cortam Campos dos Goytacazes (BRs 101 e 356) é um problema antigo e que aflige motoristas, já que o risco de acidentes é elevado. Na maioria das vezes, esses animais de grande porte, como cavalos e bois, estão vagando pelas pistas por descuido e abandono. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), no ano de 2023 foram resgatados 956 animais pelo órgão. De janeiro deste ano até a última semana, foram recolhidos 598.
Nas pistas de Campos, como as RJs 224 (Campos-São Francisco) e 216 (Campos-Farol), avenidas. Alberto Lamego e Arthur Bernardes, por exemplo, é comum topar com animais soltos. Uma moradora das proximidades da BR-356, Hellen Almeida, relata que costuma se deparar com cães, gatos, cavalos e vacas, por exemplo, sempre que passa pela pista. “Acho que estes animais poderiam ser recolhidos com segurança, cuidados e até mesmo doados. O fato de eles estarem soltos nas pistas representa perigo tanto para os bichos quanto para as pessoas, já que os animais ficam em situações precárias de saúde e alimentação, enquanto nós humanos ficamos mais suscetíveis a pegar doenças, sem falar em acidentes de trânsito”, concluiu Hellen.
O motorista Leonardo Bruno relatou à equipe do J3news que já presenciou dois acidentes de trânsito envolvendo animais na BR-101. “Nos dois casos havia cavalos envolvidos. Um foi próximo ao Aeroporto Bartolomeu Lisandro e o outro perto do Parque Novo Mundo”, lembra.
A equipe questionou ao CCZ sobre como é feito o recolhimento destes animais soltos em vias públicas municipais, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foi procurada para falar sobre a captura dos bichos nas duas rodovias federais, mas também não se pronunciou até a publicação desta edição.
Perigo também para os bichos
De acordo com a médica veterinária Leticia Ramos Viana, grande parcela dos atendimentos emergenciais de animais está associada a acidentes de trânsito, de gravidade moderada e até fatais.
O recente aumento de queimadas na região também tem contribuído para a frequência de animais nas pistas, conforme destaca a veterinária. Na fuga da vegetação em chamas, eles acabam nas ruas e estradas.
“Os animais tendem a fugir de situações ameaçadoras. Quando ocorre a invasão do seu habitat natural, eles costumam migrar em busca de um local mais seguro e, muitas vezes, acabam atravessando estradas movimentadas”, explicou a veterinária.