Passar dos sessenta é um privilégio e um desafio. Sem cogitação, o contrário.
Algo que não se pode deixar de fazer é deixar de exercitar-se porque a ferrugem, nessa idade, está dando até nas paredes. Que dirá nos nossos músculos …
Nas rodas de conversa, desses “novos” garotos e garotas que chegaram “à melhor idade” é presença constante a troca de informações sobre chá para isso, chá para aquilo, nomes de pomadas para pernas cansadas, sem falar nos analgésicos e anti-inflamatórios. (Todos os últimos só devem ser tomados com prescrição médica).
Será que é a melhor idade mesmo? Fico em dúvida. A disposição já não é a mesma, o vigor físico está cambaleando, embora as ideias estejam quase todas no lugar. Digo “quase” porque nunca estamos prontos, com tudo na ponta da língua e do coração. Viver é processo e a ordem é aprender sempre, pois a caminhada continua.
Comigo tem acontecido uma coisa não prevista até então: estou com uma sensação de recomeço, de que tenho muito tempo pela frente para criar, produzir. São muitos projetos.
Quero reformar a casa onde moro, reformar o jardim, comprar mais orquídeas, fazer uma longa viagem pela Europa, escrever outros livros, conhecer Belém do Pará, comer novamente acarajé em Salvador, voltar à ilha de Itamaracá e, ainda conhecer algum país da Ásia, provavelmente o Japão. Nada modesta minha lista E ainda não está completa. Gostaria muito, muito de aprender inglês.
Na verdade, preciso fazer uma lista de prioridades, pois posso me embolar com tantos objetivos\desejos.
Mesmo um pouco espantada com tantos projetos em mente, me sinto feliz em tê-los, mesmo que consiga desenvolver só uma parte deles. Feliz porque caminhando a passos largos para uma aposentadoria de trabalhos “fora”, já estou me readmitindo. Parar para mim não é uma opção.
Em frente!