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Primeira cirurgia hepática por micro-ondas é feita no Hospital Dr.Beda

Procedimento foi realizado pelo cirurgião oncológico Rodrigo Andrade Torres

Saúde
Por Ocinei Trindade
23 de setembro de 2024 - 0h03
Cirurgia|Rodrigo Torres, Reinaldo Otero e Paulo Henrique Oliveira (Fotos: Josh)

O Hospital Geral Dr. Beda realizou na última semana o primeiro procedimento cirúrgico com radiofrequência ou por ablação com agulha micro-ondas em uma paciente oncológica com lesões no fígado. A paciente, de 42 anos, possui neoplasia maligna de cólon direito, com múltiplas metástases hepáticas. O cirurgião oncológico Rodrigo Andrade Torres fez o procedimento. Ele contou com a colaboração do radiologista Reinaldo Otero e do cirurgião oncológico auxiliar Paulo Henrique Ribeiro de Oliveira.

Rodrigo Torres explica que a paciente, antes da cirurgia, foi acompanhada pelo oncologista clínico Gustavo Drumond, e submetida à quimioterapia de conversão com oito ciclos. Após reestadiamento, ela ainda apresenta metástases hepáticas com boa resposta, mantendo borderline para ressecção completa. A decisão de fazer a cirurgia com utilização de radiofrequência foi comentada pelo cirurgião oncológico: “Ela é uma paciente jovem com boa resposta ao tratamento oncológico, mas ainda é desafiadora a cirurgia devido ao volume hepático residual, não adequado para cirurgia em um único tempo cirúrgico. Optou-se por cirurgia com remoção da doença hepática do lobo esquerdo, com ablação por micro-ondas de lesão central do fígado, com embolização da veia porta direita; para atrofia do lobo direito do fígado e hipertrofia reacional do lobo esquerdo do fígado para torná-lo remanescente adequado. Na cirurgia, coube ao doutor Reinaldo Otero realizar o procedimento de ablação de micro-ondas para ampliar a ressecabilidade da paciente”, detalha o doutor Rodrigo Torres.

A indicação da radiofrequência em cirurgias pode variar, de acordo com a necessidade e avaliação médica. “Na verdade, existem três tipos mais comuns de técnicas ablativas guiadas por imagem: Crioterapia; Radiofrequência; e Micro-ondas. Esta última técnica tem por melhora, neste caso, ser mais efetiva em lesões próximas a vasos e vias biliares. Podendo ser utilizada em lesões maiores por chegar a uma temperatura maior que 160 graus. A utilização da radiofrequência  difere de outras técnicas de tratamento local na oncologia, pois a ablação realiza a destruição do tecido, não a remoção. Sendo indicado em casos de difícil acesso a essa região comprometida ou de pacientes com dificuldades locais ou clínica para cirurgia”, comenta Rodrigo Torres.

Radiofrequência em cirurgias
A ablação por micro-ondas (em inglês Microwave Ablation ou MWA) é uma técnica térmica utilizada para tratar tumores localizados em diversos órgãos. Envolve a inserção de uma sonda de micro-ondas no tecido tumoral, onde as ondas eletromagnéticas geram calor, elevando a temperatura do tecido a níveis que causam necrose celular e destruição do tumor.

A radiofrequência ou micro-ondas é uma técnica que pode ser utilizada em rim, fígado, pulmão, entre outros órgãos.  No Hospital Geral Dr.Beda, este foi o primeiro caso da tecnologia micro-ondas no intra-operatório em cirurgia hepática. Antes deste procedimento, o radiologista Reinaldo Otero utilizou a técnica pela primeira vez na unidade com um paciente renal, guiado por tomografia.

Médico|Dr. Rodrigo Torres

A técnica é minimamente invasiva e pode ser realizada por laparoscopia ou durante cirurgia aberta. Especialistas consideram a técnica eficaz para tumores hepáticos, pulmonares, ósseos e de tecidos moles. “Uma das vantagens da radiofrequência é a capacidade de gerar maior volume de ablação em menos tempo, com menor sensibilidade à variabilidade da condutividade térmica do tecido”, conclui Dr.Rodrigo Torres.