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As histórias de papai (II)

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Eliana Garcia
Por Eliana Garcia
18 de agosto de 2024 - 0h01

Papai gostava muito de contar histórias: A festa no céu, O bicho folharal, O vaqueiro e a caveira, A reunião dos bichos, entre outras. Geralmente eram contos folclóricos.

Nesses momentos, papai tanto narrava quanto fazia a sonoplastia. A “voz” dos animais, então, era uma graça. Ríamos muito.

Ah, meu pai! Quantas saudades da sua alegria, da sua fé na vida, no trabalho e de todo exemplo de honestidade e retidão que nos deixou.

Certa vez, ele nos contou a história “A reunião dos bichos” onde eles  apresentariam suas potencialidades.

Os animais com patas foram os primeiros a chegar. O macaco chegou logo e se colocou no ponto mais alto. Um tempo depois, chegou a cascavel ficando um pouco afastada.

O leão iniciou a reunião:

– Sou o mais bravo de todos. Quando turro, todos correm. Mato a lebre, a onça, o veado…

– E você, dona onça? – perguntou o macaco.

– Só respeito o leão, os outros, eu traço. E ainda coloco homens e cachorros para  correr.

– E você, cachorro?

– Sou mais fraco que Dona onça, mas consigo acuá-la. Já o veado, eu mordo, mato e como.

– Pobre veado! E você, qual bicho você come? – quis saber o macaco.

– O cachorro e o caçador me perseguem, o leão e a onça me matam e comem a minha carne.

A onça logo lambeu os beiços. Todos os outros bichos se desesperaram. Foi quando o macaco se lembrou da cascavel e indagou sobre seu poder.

– Eu não sou forte, não tenho patas, sou lenta e me arrasto pelo chão,  não turro, não chamo atenção, mas basta uma picada.

O macaco tratou de logo encerrar a reunião dizendo:

– Vejam só! O que menos faz barulho é o mais perigoso.

E papai terminava a história certo de que tinha nos ensinado alguma coisa boa. E nós éramos felizes por isso. Simples assim.