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Guardião da memória e cultura de Campos completa 12 anos

Inaugurado em 2012, Museu Histórico já recebeu cerca de 500 mil visitantes

Clube J3news
Por Cíntia Barreto
30 de junho de 2024 - 7h03
Fotos: Josh e Silvana Rust

Imagine um baú magnífico, repleto de tesouros preciosos, como é possível ver nos filmes. Conseguiu visualizar? Agora, trazendo essa imagem para a realidade, pense em um lugar importante para uma comunidade, onde são guardados documentos, fotos e objetos que contam não apenas a história de um município, mas também de seu povo. Em Campos, esse “baú de tesouros” pode ser comparado ao Museu Histórico, que completou 12 anos em junho. Apesar de ser um museu relativamente novo, ele guarda um tesouro precioso: um acervo que reconstrói a história do maior município do interior do Estado do Rio de Janeiro, desde a época da colonização até o início do século XIX. E o que pode ser feito algo tão valioso? Preservar! E é exatamente isso que tem sido feito no Museu Histórico de Campos dos Goytacazes (MHCG).

O edifício que abriga o Museu é o histórico Solar do Visconde de Araruama, uma construção datada do final do século XVIII. Tudo neste local respira história. Além da própria edificação, que é um monumento em si, o museu guarda um acervo valioso para a cidade. O Solar foi cuidadosamente restaurado e recebe manutenção regular para preservar sua integridade e o patrimônio que abriga.

Graziela Escocard

“O MHCG acolhe um acervo diversificado, que inclui artefatos arqueológicos de indígenas que habitaram nossa região, instrumentos de tortura usados em escravizados, obras de arte como o quadro dos ‘Voluntários da Pátria’, do pintor Clóvis Arraul. Também temos fotos, documentos e até móveis que pertenceram ao presidente da república Nilo Peçanha. Além disso, conservamos peças da extinta Rede Ferroviária Leopoldina, como estantes e mesas da antiga Biblioteca Municipal; uma mesa, cadeiras e um busto da Princesa Isabel do Solar da Baronesa, e as primeiras cadeiras do antigo Teatro Trianon, entre outros itens”, relatou a historiadora Graziela Escocard, coordenadora do Museu Histórico.

Desde a inauguração, em 29 de junho de 2012, o local já recebeu cerca de 500 mil visitantes. Segundo Graziela Escocard, no ano passado, o museu recebeu cerca de 30 mil visitantes, dos quais uma parte significativa veio de outras cidades e até mesmo de outros estados e países. “Como da Alemanha, África do Sul, Estados Unidos da América, França, México e Hong Kong, dentre outros países, que buscavam pontos de cultura na cidade. Este ano, até agora, o museu já registrou aproximadamente 18 mil visitantes, com uma notável presença de turistas que vêm para conhecer melhor a história de Campos. Esses dados nos ajudam a entender melhor o perfil dos frequentadores e a planejar ações para atrair ainda mais público de fora”, acrescentou.

Conheça o Museu
O local se divide em duas áreas principais: o térreo, que abriga exposições temporárias, e os andares superiores, onde fica a exposição permanente. As exposições temporárias são renovadas mensalmente, destacando diferentes aspectos da história regional e a produção de artistas locais. Isso, para a coordenadora, mantém o museu dinâmico e relevante, atraindo visitantes recorrentes.

Ainda segundo Graziela, as exposições permanentes são organizadas cronologicamente, o que permite aos visitantes fazer uma viagem no tempo. “A partir da colonização, passando pelos períodos de desenvolvimento econômico e cultural, até o início do século XIX, os visitantes podem seguir uma linha do tempo que contextualiza cada peça dentro da história mais ampla de Campos”, explicou a coordenadora.

Solar do Visconde de Araruama
De acordo com a historiadora, o monumento foi construído no século XVIII por José Caetano Barcelos Coutinho, Brigadeiro e Mestre de Campo, entre 1790 e 1799. Mais tarde, foi herdado por seu sobrinho, José Carneiro da Silva, o Visconde de Araruama.

“Durante o século XIX, o Solar serviu como residência do Visconde de Araruama, abrigando posteriormente a Câmara, a Prefeitura, a Biblioteca Municipal e a Secretaria de Fazenda. Nos anos 1990, foi escolhido para ser o Museu da cidade sob a direção de Sylvia Paes, mas o projeto durou até 1997, quando o prédio foi fechado pela Defesa Civil devido a problemas estruturais. Em 2009, iniciaram-se as obras de restauração, mantendo as características originais do Solar, incluindo a escadaria, os salões nobres e o madeiramento. Finalmente, em 2012, o Museu Histórico de Campos dos Goytacazes foi reaberto, destacando-se na Praça do Santíssimo Salvador como um guardião importante do patrimônio da cidade.”

Atrações para atrair público
O Museu disponibiliza frequentemente exposições temporárias e eventos para aproximar cada vez mais o povo de Campos da sua história.

“Essas ações como exposições temporárias, que destacam a história regional e a produção de artistas locais, são uma excelente oportunidade para atrair visitantes recorrentes e novos. Além disso, temos os projetos ‘Meia Noite no Museu’, que tem inspirado outros museus no Estado do Rio de janeiro, como exemplo de ação voltada para a educação museal; e ‘O Trem na História’ e o “Sítio Arqueológico Teórico”, que são ações lúdicas e interativas”, contou a coordenadora do Museu Histórico.

Os horários de funcionamento do Museu são de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 14h.