A triagem neonatal, conhecida popularmente como teste do pezinho, é uma peça fundamental na saúde dos recém-nascidos, permitindo a detecção precoce para tratamento e acompanhamento médico de diversas doenças nos pequeninos. De acordo com o Ministério da Saúde, a partir do resultado do teste é possível evitar a morte, deficiência e proporcionar melhor qualidade de vida àqueles acometidos por doenças graves como o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria e as hemoglobinopatias.
A Dra. Mariana Berlink, pediatra, neonatologista e chefe da pediatria da Maternidade Lilia Neves, em Campos, explica sobre o teste do pezinho, sua importância e detalhes do procedimento. “O teste do pezinho é um exame de triagem neonatal que serve para identificar distúrbios genéticos, infecciosos e do metabolismo que podem não causar sintomas nos primeiros dias de vida do bebê, mas serem graves se não tratados precocemente”, afirma.
O teste faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), e pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde. “Sobre a diferença do Teste do Pezinho do SUS e do laboratório particular, O Teste do Pezinho Ampliado aumenta a detecção de doenças e substitui o teste tradicional no SUS”, informa a pediatra.
Segundo Berlink, o teste é indicado para os recém-nascidos a partir do terceiro dia e, idealmente, é realizado até o sétimo dia de vida, sem a necessidade de qualquer preparo para o exame, que é feito a partir da coleta de algumas gotas de sangue por meio de um furinho no calcanhar do bebê – região rica em vasos sanguíneos.
Sobre quais os casos onde o teste é necessário, a Dra. Mariana é direta, “Todos os recém-nascidos devem realizar o teste do pezinho. Apenas alguns bebês que são internados em UTI neonatal tem protocolo diferenciado de coleta”, afirma. O teste é obrigatório por lei em todo o território nacional e para alguns municípios, o exame é requisito para que a criança seja registrada em cartório.
Especialista dá orientações para o momento do exame
Uma questão comum para os pais, principalmente os de primeira viagem, é sobre o procedimento, a dor ou desconforto sentido pelo bebê durante o exame. Apesar de rápido, o teste pode sim trazer um incômodo, mas existem técnicas para amenizar. “O bebê pode chorar durante o teste, mas por ser uma sensação totalmente nova. Existem diferentes estratégias não farmacológicas que podem ser utilizadas para reduzir a dor em bebês, como abraçar, envolver em mantas e estimular a sucção. A amamentação é uma boa maneira de reduzir a dor que os bebês sentem quando são submetidos a procedimentos que provocam um pouco de desconforto”, explica a médica.
É essencial a conscientização de pais e responsáveis sobre a importância do teste do pezinho no período adequado, pois como triagem, o exame pode apresentar alterações nos resultados, que precisam ser investigados para a determinação de um diagnóstico. “Um resultado alterado não implica em diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando de exames confirmatórios. Sendo assim, caso algum dos resultados seja positivo, há necessidade de continuar a investigação para que se exclua ou se confirme o diagnóstico”, informa Berlink.