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Dia dos Namorados com amor, humor e perrengues

Casais revelam algumas dificuldades para comemorar a data mais romântica do ano no Brasil

Clube J3news
Por Ocinei Trindade
9 de junho de 2024 - 7h00
Gabriela e Lucas (Fotos: Arquivo Pessoal)

Com a aproximação do Dia dos Namorados no Brasil, muitas pessoas já sentem um misto de sentimentos. Isto envolve romantismo, troca de presentes, pouco dinheiro, além de preocupações com restaurantes lotados e congestionamentos. Há também aqueles que não têm um par para a celebração. Algumas dificuldades chamadas de “perrengue chique”, expressão que se popularizou nas redes sociais, envolvem casais que tentam transformar dissabores gerais em algo divertido e bem-humorado. No Dia dos Namorados nem tudo acontece tão perfeitamente, mas a data segue valorizada por quem quer comemorar o amor.

David e Rafaela

J3News fez uma enquete no Instagram para saber quais perrengues ou dificuldades marcaram o Dia dos Namorados, em algum momento de suas vidas. A comunicóloga Rafaela Boita moradora de Lisboa, Portugal, não conhecia a expressão brasileira “perrengue chique”. Ela comemora o Dia dos Namorados em 14 de fevereiro, dia de São Valentim, padroeiro dos apaixonados mundo afora. Ela conta que viveu uma situação curiosa com o namorado David Serralheiro. “Fomos a um restaurante muito elegante esperando ouvir musica romântica no ambiente, mas começaram a tocar música bem brega e popular, inadequada para a ocasião. Rir foi inevitável”, diverte-se. Já a jornalista Raquel Araujo, do Rio de Janeiro, contou que deu e recebeu do namorado, hoje, seu marido, o mesmo presente. “Eram quadros idênticos. Tempos depois, ninguém ficou com as telas, pois eram muito cafonas”, revela com humor.

Em 2020, no início da pandemia, o analista de suprimentos Lucas Paschoal e a apresentadora do Manhã J3, Gabriela Lessa, viveram um preocupante primeiro Dia dos Namorados. “Ninguém podia sair de casa no primeiro lockdown. Improvisamos um jantar no terraço da casa de minha mãe. Nessa data, soube depois, ele me pediria em casamento, mas adiou a proposta porque um presente encomendado pelos correios não chegou a tempo e estragaria a surpresa. Apesar desse perrengue na pandemia, não desistimos de uma noite romântica para celebrar o primeiro Dia dos Namorados juntos” conta Gabriela. Eles se casaram há três anos e são pais de Emanuel, de 1 ano.

Michele e Marcelo

Michele Sambora e Marcelo Monteiro são locutores de rádio e promotores de eventos festivos. O casal está junto há 20 anos e diz adorar o Dia dos Namorados. “Sempre comemoramos, a gente ama estar junto. A celebração mais inusitada e marcante foi quando ele me levou para o Rio de Janeiro de surpresa, sem eu estar preparada. Ele me levou ao Canecão para assistir ao show do Lulu Santos. Eu só descobri na hora. Foi uma surpresa muito maravilhosa”, diz Michele. Este ano, o casal vai passar o 12 de junho fazendo uma jam session. “Não chega ser um perrengue, mas nosso presente só vai ser dado em agosto com um show do cantor Jorge Vercilo que a gente adora”, revela o casal.

Diovana e Marlon

Juntos desde 2003, a relações públicas Diovana Terra e o empresário Marlon Fonseca, não costumam comemorar o Dia dos Namorados em 12 de junho. “Eu faço aniversário na véspera, no dia 11, e a gente acaba comemorando tudo na mesma ocasião do aniversário. “Gostamos de viajar, mas este ano só vamos celebrar no mês de julho, nas férias de nosso filho, Tom, de 5 anos. Vamos todos para Santa Catarina. Considero isso um perrengue chique”, brinca Diovana.

Riam e Rafaela

Há sete meses, a publicitária Rafaela Abreu e o sociólogo Rian Hamden se conheceram em uma rede social. “Achamos que é um bom caminho para quem quer conhecer alguém com a mesma energia que a sua. Claro que tem que ter todo o cuidado, pois sabemos que por lá se encontra de tudo”, diz Rafaela. Eles vão celebrar o primeiro Dia dos Namorados juntos: “Ainda não passamos esses perrengues comuns na data. Para evitar isso, decidimos escolher um bom vinho, pedir uma comida que gostamos e assistir um filminho juntos em casa”, conta o casal.

Marinho e Mônica

Sem presentes ou sem par
A arquiteta Mônica Monteiro e o engenheiro Eduardo Marinho estão juntos desde 2009. Ela lembra  ter ficado mais de três horas esperando por uma mesa em restaurante requintado de Campos tempos atrás. O Dia dos Namorados ficou cada vez mais caseiro. “Gosto de calmaria nesse dia e de dar presentes, mas Marinho não é ligado nessas datas comerciais. Fiquei sem ganhar presente no dia 12 algumas vezes, mas encaro isso com humor. No entanto, confesso que pelo menos uma florzinha não seria ruim receber”, diverte-se a arquiteta. 

Solterice: Joseth Bravo

A protetora de animais Joseth Bravo está solteira há muitos anos.  Quando foi casada, teve um Dia dos Namorados inesquecível. Em pleno jantar romântico com o ex-marido, recebeu um buquê de flores incomuns. Desconfiada com a aparência do arranjo, questionou a origem das rosas. “Foi quando ele confessou ter comprado o buquê em uma funerária de um amigo. Justificou que o valor era mais barato que das floriculturas convencionais. O clima romântico foi totalmente prejudicado e a noite não foi divertida. Como não me preocupo mais com essa data, vou passar o dia 12 com meus bichos, fazendo tricô e bebendo algo que eu goste”, diz.

Comércio, frustração e amor próprio
O dia 14 de fevereiro é conhecido no mundo todo como “o dia mais romântico do mundo”. Chamado Valentine’s Day (Dia de São Valentim), a data celebra o que é conhecido no Brasil como Dia dos Namorados. Desde 1948, o país celebra a data romântica em 12 de junho, pois coincide com a véspera do Dia de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. Porém, a celebração brasileira foi escolhida devido ao desaquecimento das vendas naquele período. Depois do Natal e do Dia das Mães, o comércio brasileiro tem os melhores resultados de vendas com o Dia dos Namorados. 

Psicóloga|Nilvia Coutinho

A psicóloga Nílvia Coutinho considera o momento culturalmente simbólico.  “É o que vai significar para cada casal. É um momento onde as pessoas precisam se conectar mais com elas mesmas. A gente nasceu para estar em grupo, se relacionar em quaisquer modos escolhidos. A relação primordial é a que nós estabelecemos com a gente. Desde o momento em que eu invisto na minha saúde física e emocional, naquilo que faz sentido para mim, eu vou estar forte para poder me relacionar com o outro, sem que o outro seja a prioridade da minha saúde”, pontua.

A profissional considera que “o outro é incapaz de dar conta de todas as fantasias que a gente tem”. Nilvia acrescenta: “é muito perigoso colocar a existência na mão de alguém que possa nos quebrar. Estabelecida essa relação saudável consigo mesmo, fica mais fácil estabelecer qualquer vínculo. Não vai fazer muita diferença se no Dia dos Namorados você vai estar acompanhado ou não; se vai postar sobre ou não; se as pessoas precisam ver que eu estou bem ou não”, reflete.

Sem compromisso formal e com muito humor, a psicóloga diz o que pretende fazer no dia 12 de junho. “Eu vou sair com meu irmão, porque no Dia dos Namorados, geralmente, os restaurantes oferecem pratos interessantes. Sempre escolho alguém que seja importante para mim e saio com essa pessoa para comemorar a vida”, conclui.