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Pré-candidatos de olho na Prefeitura

A seis meses das eleições, partidos já começaram a discutir as candidaturas

Especial J3
Por Yan Tavares
14 de abril de 2024 - 0h01
Foto: César Ferreira/Prefeitura de Campos

Seis meses antes das eleições 2024, o maior município do Norte Fluminense já tem seis nomes que se apresentam como pré-candidatos a prefeito. Além de Wladimir Garotinho, atual chefe do executivo, outras figuras já se colocaram na disputa à Prefeitura de Campos. São eles Madeleine Dykeman, Thiago Rangel, Alexandre Buchaul, Magal e Clodomir Crespo. O PT e o PSOL terão candidaturas, mas ainda não definiram os nomes.

Wladimir Garotinho (Foto: César Ferreira/Divulgação)

Wladimir chega ao fim do seu primeiro mandato com alta aprovação (quase 80% ao fim de 2023). Ele que se elegeu em 2020 pelo Partido Social Democrático (PSD), vai pleitear a reeleição pelo Partido Progressista (PP). O principal adversário nas últimas eleições, Caio Vianna, já se declarou aliado do prefeito. Em 2020, Caio chegou ao segundo turno e acabou derrotado com 5% de diferença no pleito (11 mil votos). As articulações vão além. Coordenador da pré-campanha e Chefe de Gabinete do prefeito, Thiago Ferrugem revelou que oito partidos caminharão ao lado de Wladimir Garotinho nesta corrida eleitoral: PP, MDB, PL, PDT, Republicanos, Podemos, Agir e Avante. “A pré-candidatura do prefeito Wladimir Garotinho à reeleição visa dar continuidade a projetos e ações que recolocaram o município de Campos como protagonista nos cenários regional, estadual e nacional, colaborando de forma decisiva, para o resgate da autoestima da população. Na busca por um novo mandato, o prefeito terá o apoio de oito partidos, comprometidos com o trabalho que transforma vidas e prepara Campos para um futuro promissor. E todos os envolvidos no arco de aliança, acreditam no prefeito e querem fazer parte desta reconstrução. Além de acreditar na reeleição do prefeito, vamos eleger de 18 a 20 vereadores”, declarou Ferrugem.

Grupo Bacellar com 3 nomes

Capitaneado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, o grupo político é visto como principal oponente de Wladimir na disputa pela Prefeitura em 2024. O grupo Bacellar, que na eleição anterior apostou as fichas no médico Bruno Calil, desta vez traçou uma estratégia diferente e optou por apoiar três nomes: a delegada Madeleine Dykeman, pelo União Brasil (partido que tem Rodrigo como presidente estadual), o deputado estadual Thiago Rangel, pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira) e o ex-vereador Magal, pelo Solidariedade (partido em que o presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar, esteve até março deste ano – quando se filiou ao União). A reportagem tentou contato com o grupo Bacellar, bem como com os três pré-candidatos para falar sobre os planejamentos das pré-campanhas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Alexandre Buchaul (Foto: Arquivo Pessoal)

Alexandre Buchaul 
O cirurgião dentista Alexandre Buchaul foi o primeiro nome a se lançar pré-candidato a prefeito de Campos. Ele vai disputar o pleito pelo Partido Novo. A decisão foi anunciada em novembro de 2023. “Queremos que o campista tenha realmente uma opção de projeto independente e diferente das colocadas nas últimas décadas na nossa cidade, que claramente deixaram um legado de atraso e até miséria na nossa cidade. Temos conversado com pessoas ligadas às nossas universidades, que pensam Campos, buscando as melhores soluções para nosso município. Estamos honrando o jeito do Novo de fazer política. Com independência e diálogo. Temos princípios e valores inegociáveis, que nortearão nossa campanha: candidatos ficha limpa, preparados e que visem à prosperidade de todo o município”, destacou Adriano Parreira, presidente do diretório municipal do Novo. O partido não está coligado a nenhuma outra legenda no município até o momento.

Clodomir Crespo (Foto: Josh)

Clodomir Crespo 
O empresário e produtor rural Clodomir Crespo pré-candidato a prefeito em março deste ano, pelo Democracia Cristã (DC), partido conservador de direita. “Somos um partido independente, não pertencemos a nenhuma oligarquia política. Temos o objetivo de mudar o sistema administrativo-político implantando há 35 anos no município. Nosso foco é valorizar e impulsionar o desenvolvimento empresarial e industrial, que já tiveram grande potencial na cidade. Não estamos coligados oficialmente a nenhum partido, mas, estamos abertos e conversamos bem com todos, exceto com o partido do atual prefeito (PP). Temos uma relação muito boa com o Novo e dialogamos muito bem com a parte mais conservadora do PL. O DC é conservador de direita, cristão, da família, da liberdade. Torcemos para o ex-presidente Bolsonaro, mas não bolsonaristas a qualquer preço. Somos conservadores moderados de direita, sem nenhuma inimizade com partido algum”, disse Clodomir, também presidente do DC local. 

Natália fora e indefinição no PSOL
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou na última semana que terá uma candidatura à Prefeitura de Campos. Porém, o nome ainda não foi definido. Ao J3News, a professora Natália Soares afirmou que não estará nesta disputa. Ela declarou que é pré-candidata a vereadora pelo partido. Em 2020, Natália foi candidata a prefeita e recebeu 11.622 votos.

Carla Machado (Foto: Alerj/Divulgação)

Impasse no PT por Carla Machado
Outro nome que já demonstrou força para competir com Wladimir na disputa pela Prefeitura de Campos é o da deputada estadual Carla Machado. A deputada confirmou ao J3News a pré-candidatura. Porém, existe um impasse em sua situação política.  Em fevereiro deste ano, a Procuradoria Regional Eleitoral emitiu um parecer indicando que a candidatura de Carla poderia ser impedida por esbarrar no artigo 14, §5 º, da Constituição Federal. O artigo determina que só seja permitida a reeleição para presidente da República, governador ou prefeito uma única vez consecutiva. 

Carla Machado foi eleita prefeita de São João da Barra nas duas eleições anteriores. Como o texto da Constituição não deixa claro se a imposição vale em caso de mudança de cidade, o assunto já foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que entendeu que a terceira eleição seguida de um prefeito, ainda que esta seja em município diferente, deve ser impedida, para evitar o que o tribunal denominou “prefeito profissional” ou “prefeito itinerante”. A deputada informou que confia “na interpretação correta da lei”. Para o PT, o fato de Carla ter interrompido o seu mandato há dois anos para assumir o cargo de deputada estadual, abre precedente para participar do pleito de 2024 pela Prefeitura de Campos. “O entendimento do diretório municipal do PT é de que a Carla Machado não estaria impedida, porque não se aplica a ela essa tese do ‘prefeito itinerante’. É um caso muito particular. Ela renunciou do segundo mandato muito antes, já disputou outra eleição. Não estaria sucedendo o mandato de prefeita, mas sim o de deputada estadual”, pontuou Fábio Siqueira, componente do diretório municipal do PT e do grupo de trabalho que coordena a nominata do partido.

Para o cientista político George Coutinho, Carla se encaixa na tese do “prefeito itinerante”. “A Carla é o nome do PT com capital eleitoral mais forte. Mas, a questão é a validade jurídica, que neste momento não se mostra factível. É habitual que uma pessoa que já teve quatro mandatos como prefeito, não pode mais participar daquela competição. Mesmo que seja em outra cidade, porém limítrofe, acho muito difícil. Ao que me parece, ela já esgotou suas possibilidades ao acumular quatro mandatos em São João da Barra. Dois mandatos consecutivos e depois mais dois, com um intervalo entre ambos para não viciar a máquina. Posteriormente a isso, se chega ao esgotamento. É o caso dela”, analisou George. 

Jefferson Manhães (Foto: Arquivo Pessoal)

Diante da dúvida sobre a elegibilidade da deputada, o ex-reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães e o sindicalista Hélio Anomal também se postulam como pré-candidatos a prefeito pelo PT. “Temos esses três nomes colocados, porém com uma tendência a se criar um consenso em torno da pré-candidatura da deputada Carla Machado. Isso se desenha a partir de pesquisas nossas, que apontam a Carla Machado como um nome bastante competitivo no cenário político de Campos, com maior potencial nesta disputa”, diz Siqueira. Junto ao PT nestas eleições, vão caminhar o Partido Verde (PV) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).