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“Quero resgatar nossa grandeza”

Prefeito faz balanço de 2023 e fala de grandes obras para o próximo ano

Entrevista
Por Taysa Assis
25 de dezembro de 2023 - 5h01
Foto: Josh

Em entrevista exclusiva à J3 News TV, o prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho fez um balanço de 2023, com inaugurações de grandes obras antes do fim do ano, e adiantou planos para 2024, quer resgatar a grandeza de Campos, com investimentos em diversas áreas e no cidadão. No bate-papo, o prefeito reconhece que o transporte público é um problema na cidade e espera que a situação melhore após o início de operação das três estações que farão a integração entre ônibus e vans.

Restauração do Mercado Municipal, nova Feira da Roça, recapeamento de mais de 10 ruas de Guarus e instalação do Ceascam (uma espécie de Ceasa), obras do programa Bairro Legal em cinco pontos (Tapera, Vila Romana, Parque Real, Santa Edwiges e Tarcísio Miranda) são alguns dos planos do prefeito para Campos.

Bem avaliado pelas últimas pesquisas divulgadas em Campos, ano que vem Wladimir tenta a reeleição e diz não ter medo do resultado das urnas nas próximas eleições municipais, que acontecem em outubro de 2024.  

Como foi 2023 para o Sr.?
Eu estou muito feliz com o que conseguimos entregar este ano. Podemos aqui discorrer sobre vários assuntos, mas tenho certeza de que ano que vem tem muita coisa boa para poder entregar.

Atualmente o Sr. está com quase 90% de aprovação em todo o município, de acordo com as últimas pesquisas que saíram. Dá para chegar a 100%?
Olha, unanimidade, acho que é difícil, né? A gente trabalha para agradar à maioria. A gente vem de um passado recente na cidade muito ruim, em que as pessoas tinham perdido a esperança, tinham desanimado até com a política, e a gente vem demonstrando aquilo que a gente se comprometeu na campanha, que era possível fazer um governo que atendesse aos anseios da população. Mas 100% acho que é difícil, ninguém nunca vai conseguir alcançar, mas se a gente olhar um pouquinho só para trás e ver como Campos está hoje, como Campos está progredindo, pagando salários em dia, pagando os fornecedores em dia, pagando compromissos em dia, obras de infraestrutura por toda a cidade, obras de urbanismo por toda a cidade, temos praças sendo reformadas, praças sendo construídas… Temos uma dificuldade ainda, e aqui é uma coisa que eu nunca escondi, com o transporte público, até pelo tamanho e pela extensão territorial que Campos tem, o maior município do Estado. A efeito de comparação, a cidade do Rio cabe dentro de Campos quatro vezes, então, o município é muito extenso, o que traz um pouco de dificuldade no transporte coletivo, que ainda é, no meu ponto de vista, o ponto que o governo tem a avançar.

Agora, vamos falar de algumas pastas, começando com a Educação. Como estava, como ficou e o que se projeta para o ano que vem?
Olha, a Educação de Campos não tinha nem nota no Ideb. O Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, e o município de Campos nem nota tinha, por falta de inserção de dados. É uma situação caótica que nós encontramos aqui. Não foi construída nenhuma creche, não foi construída nenhuma escola, não foi inaugurada nenhuma unidade educacional no governo anterior, e hoje a gente comemora o fato de a Educação de Campos ter ganhado prêmio. Três escolas de Campos ganharam o prêmio em feira de ciências recentemente, em nível estadual. Então, a gente deu uma volta por cima. Hoje, todas as escolas estão passando por processo de robótica, informatização, muitos materiais didáticos, materiais lúdicos, laboratório de ciência, laboratório de informática, remodelação, pode-se dizer assim, das unidades… reforma, manutenção… já inauguramos novas unidades e agora, neste novo ano, vamos abrir três mil novas vagas para creche, que era um problema crônico do município de Campos. Em um acordo que fizemos entre Secretaria de Saúde, Secretaria Municipal de Educação e Ministério Público, Campos vai abrir três mil novas vagas de creche para 2024.

Outra área que também tem avançado muito é a Agricultura…
Olha, Campos tem, no meu governo, o maior investimento da história da cidade em agricultura. Se você pegar todos os orçamentos anteriores, de qualquer gestor, de qualquer prefeito, você vai ver que o maior orçamento da história é o deste governo. Temos à frente da pasta do professor Almy Junior, que é um especialista no assunto, foi reitor da Uenf. Não é um cargo simplesmente político, além de ser uma pessoa política, ele é um técnico respeitado aqui na cidade. Já fizemos mais de dois mil quilômetros de estradas de vicinais, que são aquelas em leito natural. Campos não tinha um trator sequer funcionando, compramos maquinários novos, alguns com dinheiro da Prefeitura, outros em parceria com o Cidennf, através de recurso federal, e vamos agora para o ápice, que eu posso dizer assim, do ponto de vista da Agricultura, que é a construção de 20 pontes de concreto no interior, que a licitação ficou parada algum tempo por questionamentos do Tribunal de Contas e agora foi liberada para poder seguir. Além da construção do Ceascam… é o antigo Ceasa, que vai ser o Ceascam municipal para atender 50 mil produtores aqui na nossa região. É um marco para nós, porque Campos tem quem sabe produzir, só que além de ter de escoar a produção, o produtor acaba morrendo na mão do atravessador, que come toda sua margem de lucro. No Ceascam ele vai poder ter o seu local de venda direta. Então, ele vai produzir e vai poder ter o seu local de venda direta, e isso vai fazer uma revolução aqui no campo.

Como que o Sr. faz o balanço da Saúde em Campos?
Parando para olhar o cenário que encontramos, o cenário de guerra nos nossos hospitais, a área avançou.  Chovia dentro dos hospitais, paciente nos corredores, nós não temos mais pacientes no corredor há dois anos e meio. Fizemos um grande investimento no Hospital Geral de Guarus, grande parte dele com parceria estadual, outra parte 100% municipal. Estamos agora em obras no Hospital Ferreira Machado, ampliando o seu pronto-socorro, que é regional. Abrimos mais de 30 Unidades Básicas de Saúde que estavam fechadas, ampliando o atendimento nas periferias e isso ajuda a desafogar os hospitais. Um dado também muito impactante: Campos tinha apenas 6% de cobertura do programa Estratégia Saúde da Família (ESF). Hoje já temos 50% de cobertura e a meta até o final de 2024 é ter 70%. Saúde lida com vidas, lida com a urgência, lida até com o emocional das pessoas, a gente sabe que tem problemas e a gente busca estar sempre em cima para solucionar com uma equipe especializada, o nosso grupo da saúde se dedica muito. Dr. Arthur, Dr. Paulo Hirano, Dr. Maninho, são pessoas muito comprometidas com a Saúde da nossa cidade. Temos feito muitos mutirões de cirurgia, que também desafogaram as filas. Pessoas há um, dois, três anos esperando por cirurgias ou exames, que conseguiram ser contemplados no mutirão.

Em relação à mobilidade urbana e ao transporte público, o que se pode fazer para mudar a realidade atual?
Olha, a gente tem que conseguir separar a mobilidade em si do transporte, elas são duas questões diferentes. No campo da mobilidade, estamos implantando um parque semafórico inteligente, já temos 58 cruzamentos com o semáforo novo, moderno e inteligente. O equipamento vai contando automaticamente o fluxo e vai se ajustando. Estamos fazendo recapeamento das principais vias da cidade e agora vamos começar a fazer em Guarus. Vamos recapear 100 vias em Guarus a partir de janeiro. E a questão das ciclofaixas, que muita gente critica, outras elogiam. A gente, quando sai daqui para qualquer grande cidade ou para qualquer outro país desenvolvido, ciclofaixa é o que tem de mais moderno para que as pessoas possam ir trabalhar, para mais qualidade de vida e para que melhore a mobilidade e a fluidez do trânsito. E quanto ao transporte, nós estamos apostando muito no novo modelo, através das estações de integração de maneira correta, não da maneira que havia sido tentado implementar aqui em Campos. Estamos fazendo três grandes estações de integração, aonde hoje é atendido por van, vai ser atendido por micro-ônibus, e na área central, sim, vai ter os ônibus, até porque tem uma decisão judicial que impede que ônibus e vans circulem no mesmo território. A partir da inauguração das estações, uma delas já está quase pronta, que é a de Donana, a gente vai financiar as vans para que virem micro-ônibus aumentando, assim, a capacidade, aumentando também a qualidade do transporte, principalmente no interior.

Como está a sua relação com a Câmara de Vereadores?
Olha, infelizmente, digo com muito pesar, infelizmente hoje eu não tenho relação nenhuma com o presidente da Câmara (Marquinho Bacellar). A gente não se fala. Ele marcou um café da manhã comigo na casa de outro vereador, ele não compareceu, me largou esperando, depois também não deu mais nenhuma satisfação, não me ligou, então eu entendi que ele não queria conversar e também não procurei mais e disse, tanto ao vereador que estava presente na reunião, quanto aos outros vereadores que me procuraram, que eu estou aguardando até hoje um telefonema dele. Sobre a questão dele não querer votar a Lei Orçamentária, isso prejudica a cidade, não me prejudica. Eu vi uma entrevista recente na qual ele diz que não quer votar porque acaba com projetos que a Câmara criou. É simples, ele coloca em votação e a Câmara debate e apresenta a emenda e vota ou não vota. É assim na democracia, né? Ali é um colegiado de 25 vereadores, se ele hoje não tem a maioria, é uma conjuntura da Câmara. Ele coloca emendas, ele coloca o que ele acha importante para cidade, faz audiência pública com a sociedade, debate e aprova ou não aprova. Agora, não votar, vamos dizer assim, é uma atitude inconsequente, porque vai prejudicar a cidade e ele, o presidente, vai ter que explicar perante a sociedade.

Voltando pro nosso bate-bola, vamos falar um pouco de turismo?
Campos entrou, de fato, agora na rota do turismo do Estado do Rio, ela foi reconhecida na rota turística do Estado do Rio. Nós temos muitos potenciais aqui. Campos nunca teve uma Secretaria de Turismo, era sempre um departamento do terceiro escalão e, pela primeira vez, a cidade tem uma Secretaria de Turismo para desenvolver esse potencial que nós temos em Rio Preto, em Lagoa de Cima, no Farol de São Tomé, no Imbé, aqui no Cais da Lapa, que passou a ser muito utilizado… eu sou cria da Lapa, nasci ali, e cresci ali, eu sei do potencial que aquele local tem, inclusive estamos transferindo a Secretaria de Turismo para o Cais da Lapa, em três quiosques abandonados, fizemos uma unificação desses espaços… estamos, fizemos uma pintura artística bonita e botamos um letreiro.

Há alguma grande obra prevista para 2024?
Temos muitas obras previstas, tem cinco bairros legais ainda em licitação, queria citar aqui: Tapera, Vila Romana, Parque Real, Santa Edwiges e Tarcísio Miranda. Tem ainda a nova feira municipal de Campos na Praça da República. O projeto é belíssimo, todo refrigerado, com tudo que tem de mais moderno, atrás da rodoviária, então tem muito movimento, porque esse é o primeiro passo, para que depois a gente possa restaurar o Mercado Municipal. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, então a gente tem que tirar a feira da onde está, para que o prédio do mercado fique à vista, fique à mostra. Então vai ser licitada a nova feira, o projeto está belíssimo… vai ter mais comodidade para o feirante, vai gerar mais fluxo de pessoas, porque o espaço vai ser ampliado, vai ser moderno, vai ter praça de alimentação, vai ser com espaço refrigerado, com espaço para estacionamento para 300 carros. Enfim, vai ser um novo ponto turístico..

O que falta ainda de muito importante se fazer em Campos?
Eu vou repetir, e aí uma autocrítica, né? Eu acho que o transporte público é um dilema, e eu falo isso porque Campos tem a sua característica própria, pelo tamanho, pela extensão e por ter 30% da sua população morando nos distritos, nos extremos. Então é muito longe. E esse desafio, nós estamos encarando ele com responsabilidade, não dá para você fazer uma curva muito rápida… você cria um colapso. Hoje a gente só consegue manter a passagem no preço que está porque a Prefeitura de Campos paga subsídio do óleo diesel para as vans e as empresas de ônibus. Senão, o preço da passagem de ônibus seria R$ 6 em Campos. E eu queria já deixar um alerta aqui: se algum candidato, pré-candidato, falar em “tarifa gratuita” em Campos, ele estará mentindo, porque para se fazer tarifa gratuita em Campos, para o governo subsidiar 100%, teria que gastar algo em torno de R$ 20 milhões por mês. Estão falando de R$ 250 milhões por ano, então é inviável.

Ano que vem é o ano de eleição. Qual o seu planejamento para 2024?
Meu sonho é resgatar a grandeza de nosso município em nível nacional. Por isso meu planejamento é seguir trabalhando, né? Eu acho que quem está com alto índice de aprovação, quem está sempre na rua, quem está trabalhando, tem que continuar. Eu não fujo da rua, eu gosto da rua.  Temos inaugurações, agora neste final de ano, praticamente todos os dias. Vou seguir trabalhando, vou seguir entregando obras, vou seguir debatendo com a sociedade. Eu gosto muito de ouvir, eu sei ouvir, posso não concordar com tudo, mas eu ouço. O debate é válido, o debate é saudável para a democracia. Eu acho muito ruim quando as pessoas só criticam sem apresentar solução, né? Tem que apresentar alguma proposta. Se quiser vir ao debate, estaremos prontos. Também gostaria de agradecer o povo de Campos, pelo alto índice de aprovação e vamos às urnas, vamos ao debate. Estou confiante, eu trabalho muito, me dedico muito e quem trabalha não pode ter medo de encarar as urnas.

O que podemos esperar para a alta temporada em Farol de São Tomé?
Olha, inclusive eu espero muito pelo verão para ir a Farol, passei minha infância toda no Farol, conheço a praia como os campistas conhecem, conheço cada canto daquela praia, sou um apaixonado pelo Farol. Vamos ter muita programação esportiva, cultural, de evento, entretenimento. A programação completa deve ser lançada na semana que vem. Vou soltar um spoiler que ninguém ainda deu: Vamos ter Marcelo Falcão na programação do verão de todos nós no Farol.