A construção da Basílica São Paulo Apóstolo, no Parque Imperial, tem chamado à atenção de várias pessoas, pela imponência da estrutura em estilo neogótico. O edifício, que deve abrigar 400 pessoas, tem 27 metros de altura do chão ao teto. Após o acréscimo de uma torre de metal na fachada, chegará a 57 metros, e contará com uma vista externa e interna impactantes. A obra é coordenada pelos integrantes da Associação Internacional de Fiéis de Direito Pontifício Arautos do Evangelho, mais conhecidos apenas pela expressão “Arautos do Evangelho”.
O padre João Carlos Barroso, nascido no distrito de Tócos, em Campos, tem mais de 40 anos de sacerdócio. Ele está à frente da congregação dos Arautos do Evangelho na cidade, desde 1999, ano do início das atividades locais. “Há 24 anos, desde a época do bispo Dom Roberto Gomes Guimarães, sempre trabalhamos em conjunto. Atuamos na Catedral na época do Monsenhor Paulo Pedro e do padre Murialdo durante 10 anos. Até hoje, os Arautos atuam também em várias paróquias. Desde 1º de janeiro de 2008 nos mudamos para o bairro Imperial, com a construção de uma casa, onde a comunidade dos Arautos começou a atuar nessa área”, conta.
No início, as missas eram feitas em espaços improvisados, algumas em uma pequena capela e numa garagem. Um salão foi erguido na casa dos Arautos do Evangelho para receber os fiéis, em missas que, atualmente, acontecem todos os dias da semana. A pedra fundamental da Basílica São Paulo Apóstolo foi lançada em 2016 pelo bispo diocesano Dom Roberto Francisco Ferrería Paz e a obra foi iniciada em 2018. “Já estamos há cinco anos e meio tocando a obra com a graça de Deus. O tempo previsto para a conclusão é muito difícil de prever. Não temos recursos suficientes. Temos um cronograma de obra, tudo calculado por engenharia, só que isso depende muito dos recursos, das doações, dos eventos, de nossas festas. Então, não temos como prever. Eu quero, evidentemente, acabar o quanto antes, mas não tenho condições para isso”, avalia o padre João Carlos.
Interesse pela arquitetura e turismo
Os membros da comunidade católica, e também os não religiosos campistas, têm demonstrado curiosidade e interesse pela construção da Basílica. “A obra está despertando interesse em engenheiros, estudantes de engenharia e de arquitetura. Teve a visita de uma turma, recentemente, de uns 20 alunos, com o professor deles para estudar; para rever o estilo gótico que eles estudam na escola. Eles queriam ver pessoalmente. Então, foram nos visitar. A participação dos fiéis é muito grande, graças a Deus. Eles nos procuram para muitas coisas, para assistência religiosa. Trabalhamos muito em atendimento comunitário”, comenta o padre João Carlos.
Antes mesmo de ser concluída, a Basílica São Paulo Apóstolo foi inserida na rota turística e religiosa “Caminhos de Santo Amaro”, voltada para peregrinação na Baixada Campista, durante os festejos do padroeiro. “O turismo religioso, nós vemos com bons olhos. Como existe em Minas Gerais, nas cidades São João Del Rey, Ouro Preto, Sabará, Tiradentes, Mariana; na Bahia e outras partes do Brasil, e, sobretudo, na Europa. Nós temos realmente interesse que a nossa igreja seja um ponto de turismo religioso”, aspira.
Inspiração e ineditismo
O professor de História, Valdeci Junior, nasceu em Miracema e se mudou para Campos há alguns anos. Ele integra a comunidade Arautos do Evangelho. Explica que o estilo neogótico policromado do templo em construção foi assinado pelo arquiteto Sebastião Petrucci. Segundo ele, será a primeira edificação no interior do Rio de Janeiro nesse estilo, apesar de semelhanças com a arquitetura da Catedral de Petrópolis e da Saint Chapel, na França. “A Basílica mistura traços arquitetônicos da Antiguidade e Modernidade. Já realizamos algumas celebrações no templo em obras. Por agora, nos reunimos no salão dos Arautos, com missas diárias às 18h30. Nos sábados, às 19h; e aos domingos, às 10h e às 17h. Contamos com canto gregoriano em latim e polifônico todos os dias. É uma celebração muito bonita. A Basílica de São Paulo Apóstolo também será de grande beleza”, conclui.
