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Polícia descarta homofobia no caso Igor Gomes e agressor vai responder por lesão corporal

Delegada Natália Patrão concedeu coletiva de imprensa na 134ª DP nesta quinta-feira e anunciou que investigações foram encerradas.

Polícia
Por Yan Tavares
21 de setembro de 2023 - 17h20
Foto: Josh

A Polícia Civil de Campos encerrou as investigações no caso de agressão ao fotógrafo Igor Gomes, em agosto deste ano, na região da Pelinca. Em entrevista coletiva concedida na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), a delegada Natália Patrão apresentou o resultado das averiguações após cerca de um mês do acontecido.

A homofobia como motivação foi descartada – por não ter sido citada em nenhum momento da investigação – e o autor da agressão vai responder por lesão corporal. O caso segue agora para o Ministério Público. De acordo com Natália, uma mulher alegou que foi assediada e agredida por Igor no local e o seu companheiro reagiu ao presenciar o fato:

“A mulher alega que subiu as escadas e o Igor já estava lá em cima (segundo andar do estabelecimento). E quando ela se sentou, imediatamente o Igor veio na direção dela, já apertando o seu pescoço. Ela falou que ele parecia estar não só embriagado, mas também haver alguma ligação espiritual. O pescoço dessa mulher, segundo o laudo pericial, apresentou hematomas. Mas, não podemos dizer a origem, se realmente foi o Igor ou não”, contou a delegada.

Ainda segundo Natália, o autor da agressão afirma em depoimento que teve uma reação por conta da atitude de Igor, de apertar o pescoço da sua companheira:

“O autor, que é namorado dessa mulher há três anos, diz que quando subiu presenciou o Igor apertando o pescoço dela. Motivo pelo qual, em defesa dela, deu um soco no Igor e ele caiu desacordado”, disse.

A delegada revelou ainda em coletiva que testemunhas que presenciaram o caso disseram que Igor chegou ao estabelecimento embriagado. Já o fotógrafo, afirmou o contrário em depoimento:

“Foi apurado que a vítima chegou ao local por volta das 4h da manhã. A vítima alega que não tinha bebido, ou que pode ter bebido apenas uma caipirinha. Enquanto outras testemunhas dizem que ele estava embriagado”, comentou.

O que disse Igor Gomes em depoimento:

“A vítima alega que subiu ao segundo andar do bar para ir ao banheiro, encontrou pessoas lá em cima e a partir do momento que ele conversa com uma mulher, já não se lembra mais de nada. Apenas que uma colega o levou para casa”, declarou Natália Patrão.

Testemunha fala em ligação espiritual:

“Uma testemunha que presenciou o fato disse que essa mulher estava sentada em uma cadeira, o Igor estava por trás acariciando a região do peito dela, como se ele estivesse em uma conexão espiritual naquele momento. E ela desceu as escadas, sem presenciar a agressão”, afirmou a delegada.

Igor nega conexão espiritual:

“Questionado sobre alguma conexão espiritual, o Igor afirma que participa da religião candomblé, mas que não tinha nenhum espírito nesse momento. Porque se tivesse, a própria religião diria isso a ele”, afirma delegada.

Encerramento das investigações pela Polícia Civil:

A delegada Natália Patrão explicou durante a coletiva o motivo do encerramento das investigações, apesar da motivação não ter sido esclarecida:

“A investigação chegou ao final sem a verdade dos fatos completamente esclarecida, porque as versões ficaram desarmônicas e incongruentes entre si. A origem da lesão no pescoço da mulher não está esclarecida, bem como o posicionamento das figuras desse fato também não – se o Igor estava atrás da mulher acariciando o pescoço dela, ou se ele chegou diretamente apertando o pescoço dela”, disse.

“Todas as pessoas envolvidas e testemunhas foram ouvidos, as imagens foram arrecadadas, o bar não possui câmeras. As imagens arrecadadas foram da área externa do bar. Elas mostram o Igor indo embora com a colega, o agressor indo embora, e a agressão em si, que é o fato, não aparece. E os depoimentos continuam antagônicos, de forma que não temos mais nada a fazer”, completou.

Seguimento do caso em outras esferas:

“Encerradas as investigações, a gente enviar ao Ministério Público, para que o MP dê início à ação penal e em seguida a gente espera o poder judiciário receber ou não. A partir daí, o processo judicial em si é produzido com toda a instrumentalidade, que termina em uma sentença”, explicou Natália Patrão.