Cartão postal, cenário de eventos e um dos principais espaços de convivência da área central de Campos, a Praça do Santíssimo Salvador passa por reparos. Com custo total estimado em R$ 296.440,45, as obras acontecem em meio a apelos de entidades do setor produtivo, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), por valorização e fortalecimento do Centro, região que concentra alguns dos mais antigos atores da economia do município.
Uma rápida volta revela os principais problemas de conservação da Praça. Pisos degradados, bancos quebrados e canteiros destruídos pelas raízes das palmeiras, que crescem sob o solo e destroem granito e mármore. É nessas necessidades mais urgentes que equipes da Construtora Tardivo Ltda., contratada pela Prefeitura em março para executar a obra, vêm trabalhando.
No entanto, os efeitos práticos da intervenção, prevista para durar três meses, dividem quem trabalha diariamente nas imediações da praça ou pode acompanhar as transformações por que ela passou ao longo dos últimos anos.
Taxista, Alan Campos tem seu ponto na Praça do Santíssimo Salvador, onde, entre uma corrida e outra, acompanha o movimento diário de pessoas. Ele elogia as obras de reparo, mas afirma que a conservação do espaço precisa incluir um trabalho de vigilância constante. “Acho bom que estejam reformando, mas, depois de pronto, tem que manter. Vem muito skatista, pessoal de bicicleta, e o piso acaba soltando. Então, é preciso haver fiscalização, o que não tem tido depois das 18h”, afirma.
José Victor Gomes de Souza trabalha no Edifício Ninho das Águias e também vê com bons olhos a recuperação do espaço. “Embora tenhamos obras de infraestrutura mais urgentes na cidade, como a da XV de Novembro, que ainda não foi totalmente liberada, e acho que falta pressão da Prefeitura para isso, essa é uma ação importante, pois a principal praça da cidade do jeito que estava era realmente vergonhoso”, avalia.
Dono de uma banca de jornal em frente à agência central dos Correios, Luís Manoel Barreto, afirma que os trabalhos seguem em ritmo lento e ainda não têm resultado visível. “Não tem obra. É meia dúzia de pessoas aí e continua a mesma coisa. Troca coisas em um dia e solta no outro. Um mês já que isso está se arrastando dessa forma”, opina.
Procurada pela reportagem para comentar detalhes sobre o planejamento da obra e como ela se insere nas ações de melhoria do Centro já anunciadas, a Prefeitura de Campos não havia se posicionado até o fechamento desta edição.
CDL quer IPTU mais baixo para região central
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos (CDL) é uma das entidades representativas do setor produtivo que vêm participando das discussões sobre medidas para a revitalização do Centro de Campos. Entre as propostas apresentadas à Câmara Municipal está a redução do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de imóveis localizados na área central possa colaborar para repovoar e aquecer os negócios na região.
“Pedimos à Câmara, por ocasião de uma audiência pública, no final de maio, sobre carga tributária, para que seja discutido com o Executivo Municipal uma isenção expressiva do IPTU para todos os imóveis da área central de Campos. Acreditamos ser necessário para a revitalização do Centro, inclusive no ramo imobiliário, com a expectativa de projetos residenciais, o que é uma tendência”, explica o presidente da CDL, Edvar Chagas Júnior.
