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Dízimo tecnológico: igreja em Campos instala QR code em assentos para receber doações de fiéis

Para alguns fiéis, a iniciativa ainda é novidade; na Catedral, essa forma de arrecadação recebeu elogios de quem prefere o "pix" para contribuir

Religião
Por Ocinei Trindade
6 de maio de 2023 - 8h43
Adesivo com QR Code é colado em bancos da Catedral Diocesana (Fotos J3News)

Quando o assunto é “dinheiro de igreja” nem sempre há consenso no meio religioso e social. A entrega do dízimo (décima parte ou dez por cento) referente aos rendimentos individuais é recomendada há milênios nas comunidades judaico-cristãs. A Bíblia Sagrada faz diversas referências à doação de dízimos e ofertas. Em Campos dos Goytacazes, voluntários e doadores não precisam mais de dinheiro em espécie para dizimar. Basta um telefone celular e fazer um pix em transferência bancária. Na Catedral Diocesana, foram afixados nos bancos de madeira diversos adesivos com QR Code (rápido código de resposta em barra) para efetuar o pagamento.

A novidade surgiu na pandemia, mas, ultimamente, com a flexibilização sanitária, a iniciativa tem chamado à atenção de pessoas que nem sempre costumam frequentar as missas e eventos religiosos da Catedral do Santíssimo Salvador, na praça central de Campos:

“Eu olhei os papéis colados no banco, mas não sabia do que se tratava. Depois me disseram que era para usar no telefone celular. Como não sei mexer direito no aparelho, para mim não faz diferença”, disse a aposentada Mariana Gouveia, de 73 anos, frequentadora da Catedral.

A estudante Juliana Tavares, 22 anos, é católica praticante. Ela aprovou a instalação de QR Code nos bancos do templo. “Hoje em dia nem todo mundo tem dinheiro vivo no bolso, mas tem celular. O pix facilita muito a vida de todo mundo para pagar contas. Acho que a igreja tem que se modernizar e essa forma de contribuição é bem interessante”, diz.

Foto: J3News

A Igreja Católica Romana no Brasil possui diversas pastorais voltadas para diferentes demandas sociais. A comunidade possui a Pastoral do Dízimo há pelo menos 25 anos. De acordo com o site da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), o processo de evangelização de Paróquias e Diocese depende, em grande parte, da contribuição do dízimo dos fiéis.

“A organização diocesana prevê que todo o montante seja destinado para a obra da evangelização. Na nossa Diocese 30% fica para a comunidade, 60% para a paróquia e 10% para a Diocese. O fiel católico sabe que além do dízimo, temos, também, festas, promoções, ofertas nas celebrações e doações. Praticamente todas as paróquias já têm dízimo implantado, que deixou de ser uma taxa. A conscientização para o dízimo deve ser contínua e, cada vez, mais aprofundada”, cita a organização.

Na Catedral do Santíssimo Salvador, há um plantão dedicado à Pastoral do Dízimo

Em outro trecho, a CNBB afirma que “o primeiro e insubstituível olhar do dizimista é para Deus, sua bondade e tudo o que ele significa em sua vida e de sua família”. Um versículo do livro dos Salmos é destacado: “Que poderei retribuir ao Senhor por todo o bem que ele me fez? (Sl 115,1)”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Diocese de Campos dos Goytacazes para saber sobre o impacto e os resultados da instalação de QR Code para doações de ofertas e dízimos. De acordo com Monsenhor Leandro Diniz que é o pároco da Catedral e vigário-geral da Diocese de Campos, a iniciativa da criação do código QR Code surgiu há 2 meses, atendendo pedido dos próprios paroquianos que desejavam uma maneira mais rápida e prática de contribuir. “Tem muitas paróquias e Diocese que estão fazendo essa prática. Cada vez mais as pessoas estão com cartão, pix e como ficou muito na moda, atendemos a solicitação das pessoas. A iniciativa tem ajudado bastante, pois não precisam ir com nenhum importância. Um trabalho de formiguinha que está ainda caminhando”, afirma Monsenhor Leandro.