Durante o verão cresce a incidência de afogamentos em balneários e piscinas. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, as piscinas em clubes e residências são responsáveis por 52% das mortes por afogamento de crianças entre 1 e 9 anos. Em Campos dos Goytacazes, não há uma estatística específica sobre o número de afogamentos em casas. O setor de emergência do Hospital Ferreira Machado, por exemplo, registrou dois casos de afogamento em 2019; um em 2020; e cinco casos de pessoas afogadas em 2021. Ações de prevenção são necessárias em qualquer lugar com água para banho e mergulho, conforme aconselham especialistas.
O caso mais recente em Campos ocorreu no último dia 11, quando uma criança de 6 anos se afogou na piscina de um condomínio no Parque São Caetano. Até o fechamento desta edição, a vítima estava internada na UTI do Hospital Ferreira Machado. Também em 2021, o Terceira Via noticiou alguns casos de pessoas que morreram afogadas em Campos. Um adolescente de 17 anos morreu no dia 24 de novembro, quando nadava no Rio Paraíba do Sul. No dia 2 de dezembro, outro adolescente de 14 anos se afogou na praia do Farol de São Thomé. No dia 26 de setembro, um homem de 26 anos morreu afogado no Rio Ururaí. Outra tragédia aconteceu no dia 13 de dezembro de 2020, quando uma criança de um ano morreu na localidade de Poço Gordo. Ela caiu na piscina da casa onde morava.
De acordo com o especialista em segurança aquática, Rodrigo Cardoso, proprietários de imóveis com piscinas precisam redobrar os cuidados com a segurança. Mesmo não se enquadrando na fiscalização, e isentas de registro do Corpo de Bombeiros-RJ, as piscinas residenciais necessitam de dispositivos para manter a segurança contra acidentes e afogamentos de crianças, idosos e até mesmo de adultos que não sabem nadar.
Nas piscinas de condomínios residenciais há regras específicas, além da obrigatória a existência do guardião em piscinas acima de 36 metros. “Apesar da legislação orientar com esta medida, o guardião deve atuar em piscinas com tamanhos menores também”, sugere Rodrigo. O especialista acrescenta que condomínios devem estipular regras básicas de segurança. “Deve-se proibir algumas brincadeiras como saltos, corridas em volta da piscina e qualquer outra diversão que cause riscos à coletividade, como objetos cortantes e consumo de bebidas na área da piscina. O guardião de piscina deve estar sempre atento a essas condições e banhistas”, destaca.
Com quase 40 anos de atividade profissional, o guardião de piscinas e instrutor de natação José Fernando Barbosa, conta que já enfrentou alguns casos de afogamentos de primeiro grau. “Há situações de afobação que se tornam afogamentos. Tem gente que bate o nervosismo, não consegue tocar o pé no fundo da piscina, e se afoba. Há afogamentos de pessoas com água na altura da cintura ou no peito. Adolescentes e adultos, às vezes, não prestam tanta atenção em piscinas, na profundidade que têm. Com crianças é preciso ficar ainda mais atento”, destaca.
Nadar é preciso
A nutricionista Carla Tripari, mãe de Miguel, com seis meses de idade, pratica natação desde menina. Ela decidiu fazer o mesmo com o filho. “Meu objetivo é dar segurança à criança. Aprender a nadar é importante. Faço com o Miguel o que meus pais fizeram comigo: ensinar a nadar bem cedinho. Eles me incentivaram e agora ofereço ao meu filho o mesmo apoio”, revela.
Orientações para crianças
Para as piscinas residenciais, as dicas de segurança do Corpo de Bombeiros são:
Manter 100% de atenção nas crianças enquanto elas estão na piscina. Acidentes acontecem em um piscar de olhos.
Optar por colete salva-vidas na criança. Este é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias de braço ou de cintura podem se soltar ou virar e causar acidentes.
Manter o acesso à piscina de modo restrito para crianças. Utilizar telas ou cercas de proteção ao redor ou lonas de cobertura sobre a superfície para evitar que os pequenos caiam na água e se afoguem.
Cuidado com ralos e bombas de sucção ligadas enquanto crianças brincam na piscina. Nas piscinas de uso coletivo, é obrigatória a instalação de sensor de interrupção da bomba e de uma botoeira automática de desligamento da sucção da bomba.
Caso se depare com uma vítima de afogamento, acione imediatamente o socorro do Corpo de Bombeiros ou serviço de Atendimento de Emergência do 192.
Não se arriscar em tentar retirar uma vítima de afogamento da água, a não ser com total segurança.