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Do Formosão, em Campos, ao Internacional de Porto Alegre

Zagueiro campista João Félix inicia a trajetória profissional no Beira-Rio

J3 Esporte
Por Kamilla Póvoa
15 de março de 2021 - 11h36
Gauchão | João Félix estreou este ano no Campeonato Gaúcho, atuando pelo Internacional de Porto Alegre. (Fotos: Ricardo Duarte/Internacional)

Aos 19 anos, o campista João Félix começa a realizar um sonho de muitos jovens brasileiros: ter uma carreira profissional no futebol. Ex-morador do condomínio Formosão, em Campos, ele atua como zagueiro e defende as cores do Internacional de Porto Alegre. Sua estreia aconteceu no Campeonato Gaúcho deste ano e já são três jogos na equipe principal do colorado. Félix, como é chamado, chegou ao time ainda bem menino, com 11 anos. Em 2018, assinou contrato profissional de cinco anos, e corre, em campo, para cumprir metas traçadas pelo recém chegado técnico espanhol Miguel Ángel Ramírez.

Félix chegou ao Inter no dia 31 de julho de 2013. Após um teste, foi convidado a ficar por uma semana, mas, permanece no clube até hoje.

Seus primeiros chutes, porém, foram dados ainda em Campos, bem antes de começar a escrever sua história no time do Beira-Rio. Félix jogava futsal no João XXII, além de society no Clube da Bola e no campo do Vaskinho.

“Sou muito grato por ter passado por essas escolinhas, principalmente o Clube da Bola”, disse o zagueiro.

Estreia no profissional

O primeiro jogo no time profissional de um clube é sempre inesquecível para os jogadores e com o Félix não foi diferente. O zagueiro estreou pelo Inter na primeira rodada do Gauchão, no dia 1° de março deste ano. Titular, com o número 4, participou da vitória de 1 a 0 sobre o Juventude, com uma zaga que não foi vazada. De lá pra cá, foram mais dois jogos: um empate contro o Pelotas, no dia 4, e uma derrota por 2 a 1 para o São Luiz, no dia 8. Momentos que serão sempre lembrados independente dos resultados.

“Estou aqui desde os 11 anos e sempre sonhei com esse momento. Foi uma realização minha e da minha família, pois só nós sabemos o quão difícil foi a caminhada até aqui. Sigo focado e trabalhando firme, pois sei que é só o começo. Estou muito feliz em ter feito a estreia por esse clube gigantesco, que me formou como homem e jogador”, enfatizou o jogador.

Zagueiro | O campista joga com a camisa 4 e tem se destacado no clube.

A história de João Félix não é diferente das de outros garotos, que sonham em se tornar um Neymar, um Gabigol, ou daqueles que têm referências mais próxima, como o campista Gil, zagueiro do Corinthians. O camisa 4 do time de São Paulo é exemplo, também, para o jovem zagueiro do colorado. As semelhanças são muitas e vão além da origem e da posição em que jogam. Félix e Gil são amigos e deixaram Campos em busca de oportunidades. Gil já tem sua carreira consolidada, é ídolo do Corinthians, com títulos e passagens pela Seleção Brasileira. Já João está escrevendo a sua própria história, sem esquecer de quem desbravou o caminho antes dele.

“Gil é uma grande referência pra mim, dentro do campo e fora das quatro linhas. Sou grato por todas as dicas e conselhos que tive oportunidade de receber dele e fico feliz de ser amigo do meu ídolo. Dentro de campo, minha referência é o Gil, mas tenho outros, como Dogão, que é de Campos e que hoje está jogando no Atibaia, Juan, ex-Flamengo e Moledo, que está jogando no Inter”, falou.

Félix ainda está no começo da carreira, mas com muita história pra contar. Pelo Internacional, conquistou três vezes o Campeonato Gaúcho e outros títulos pelo interior do Estado. Ele também foi convocado para atuar pela Seleção Brasileira, na categoria sub-15. “Foi uma experiência excepcional, pois é um sonho de qualquer menino e estou trabalhando firme pra poder voltar”, disse Félix.

Raízes campistas e saudades

Félix saiu de Campos ainda muito jovem, em busca de um sonho e de oportunidade, mas sem deixar as raízes da planície goitacá para trás. Os desafios foram muitos e a saudade, grande, mas o jovem jogador teve que driblar todas elas, mesmo sem esquecer das dificuldades, como ficar longe da família e dos amigos.

“A partir de 2019 consegui trazer minha família, mas, no começo, morei com o Tavares, que é um irmão pra mim e que também é de Campos. Logo depois, tive a sorte de ter feito uma amizade na base com o Javier, e a família dele acabou me acolhendo por 4 anos. Devo muito a Javier, tio Elias e tia Michelly. No começo, sentia saudades da minha família, dos meus amigos e da cidade em si, mas sempre soube que para conquistar o meu sonho, teria que abdicar de muitas coisas. Quando tem férias, sempre volto a Campos, para ficar com a minha família e amigos”, finalizou o jogador.