A Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes aprovou o projeto de Lei do Dia Municipal Quilombola, a ser comemorado no dia 11 de Junho, e passará a fazer parte do calendário oficial do município. A data servirá para ser discutida nas esferas sociais da cultura e educação. A iniciativa contou com o apoio de associações quilombolas, ativistas e lideranças negras locais. A luta do povo quilombola é reconhecida como matriz de constituição de resistência do país.
Dados históricos
No final do século XVIII, a região de Campos dos Goytacazes concentrava o maior contingente de escravos da província do Rio de Janeiro: 60% da população era escrava. Os africanos trazidos No para a cidade do Rio de Janeiro eram negociados no mercado de escravos, na periferia da cidade, e enviados em embarcações para a região do Norte Fluminense. A maioria dos escravos que chegavam vinha da região de Luanda (Angola) para trabalhar nos engenhos de açúcar da região.
Antes da abolição, o município de Campos possuía 35.688 escravos sobre um total de população livre de 56.00 habitantes. Era a região com o maior número de escravos de toda a província do Rio de Janeiro, e um grande número de registros da “rebeldia negra”, com ações de resistência e violência contra senhores.
Após a o fim da escravatura, a maior parte dos antigos escravos continuou trabalhando como cortadores de cana nas fazendas da região. A fazenda Novo Horizonte, localizada nas proximidades de Conceição do Imbé era uma das maiores. Ali, surgiu o Assentamento Novo Horizonte (Conceição do Imbé, Cambucá, Batatal e Aleluia).
De acordo com o Censo do IBGE de 2010, mais da metade da população de Campos dos Goytacazes é constituída de negros (50,7%). Declararam-se pardos (36,6) e pretos (14,1%). Naquele recenseamento, responderam que eram branco 48,5% da população. Apenas 0,8% declarou-se amarelo ou indígena.