Diante da gravidade da situação, o MPRJ realizará em sua sede em Campos, às 13h desta sexta-feira (23), reunião para tratar da questão da ausência de segurança nas imediações das escolas no distrito de Guarus, em especial nas situadas nos três bairros já citados. Foram convocados para a reunião o Comandante do 8º BPM, o secretário municipal de Educação e representantes do Sindicato dos Professores.
De acordo com a portaria de instauração do inquérito, alunos e professores vêm sofrendo com as constantes ameaças e constrangimentos por parte de traficantes. A situação teria se agravado nos últimos dias, com registros de tiroteios e consequente fechamento das unidades educacionais com a suspensão das aulas, fatos ocorridos nos CIEPs Pedro Álvares Cabral e Carmem Carneiro, e na Escola Municipal Branca Peçanha, entre outras, por ordem direta de traficantes.
Na reunião, serão discutidas medidas que poderão ser tomadas pela secretaria municipal de Educação e forças policiais para garantir o funcionamento das escolas, com segurança para alunos, professores e demais servidores. Aponta ainda o MPRJ que a qualidade da ambiência escolar é de extrema relevância e, quando em desequilíbrio, compromete a aprendizagem. Após a reunião, serão divulgadas quais ações deverão ser implementadas.
Toque de recolher
Na manhã da última quarta-feira (21), a informação de que aulas estariam sendo suspensas devido a um toque de recolher movimentou as redes sociais.
Segundo relatos, bandidos de facções rivais teriam decretado o toque de recolher nos bairros Santa Rosa, Codin e Eldorado, todos em Guarus. Após esta ordem dos traficantes, todas as escolas municipais teriam anunciado a suspensão das aulas durante todo o dia.
Sustos em escolas
Alunos do Ciep Ataíde Dias, no bairro Santa Rosa, em Campos, ficaram assustados durante um disparo de arma de fogo, na manhã do dia 28 de fevereiro.
Segundo informações da Polícia Militar, um dos alunos teria atirado contra a o muro da escola, que fica localizada na Rua Califórnia. As primeiras informações eram de que alunos e responsáveis pela escola estariam sendo reféns, mas a informação não foi confirmada.
O caso mais recente foi no dia 13, quando alunos e professoras da Escola Municipal Eunice Ferreira da Silva, suspenderam as aulas. De acordo com relatos de alguns pais, que preferiram não se identificar, no momento em que buscavam os filhos, alguns suspeitos pediram que todos entrassem na escola porque eles iriam atirar na rua. Os pais entraram e alguns disparos foram ouvidos.