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Testemunhas de defesa no caso “Caixa d´água” depõem nesta sexta-feira

Ação investiga esquema de Caixa 2 envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho e aliados em campanhas eleitorais

Campos
Por Redação
22 de março de 2018 - 17h58

Juiz da 98ª Zona Eleitoral Ralph Manhães (Foto: Silvana Rust)

O juiz Ralph Manhães, da 98ª Zona Eleitoral de Campos, responsável pela ação penal do caso que ficou conhecido como “Caixa d’água”, marcou para esta sexta-feira (23) o depoimento das testemunhas de defesa no suposto esquema de Caixa 2 para eleição e reeleição do ex-governador, Anthony Garotinho e seus aliados políticos. A ex-governadora e ex-prefeita Rosinha Garotinho também é ré no processo. A audiência está prevista para começar às 13 horas, no Fórum Maria Teresa Gusmão, em Campos.

Entre as testemunhas está o empreiteiro que prestava serviço à Prefeitura de Campos, Thiago de Castro Gomes. Ele solicitou à Justiça autorização para não comparecer à audiência, e informou que enviaria por escrito o seu testemunho dos fatos. Porém, o juiz Ralph Manhães negou o pedido e enfatizou a importância da presença de Thiago.  “Uma vez arrolada como testemunha, esta deverá comparecer perante o juízo, sob as penas da lei. Assim, em caso de não comparecimento da referida testemunha, a mesma será imediatamente conduzida a este juízo”, afirmou Manhães, em decisão proferida na última quarta-feira (20).

Já as testemunhas Matheus da Silva José e Fábio de Andrade Pereira enviaram petição à Justiça para que dessem seus testemunhos a juízes de outras cidades – por meio de carta precatória. Eles alegaram que não moram em Campos. Desta vez, o juiz Ralph, além de negar a expedição da carta, decidiu que a oitiva dos dois não se faz necessária, a menos que os réus façam questão de levá-los à audiência. Esta decisão foi publicada na quarta-feira (21).

Também são réus no processo o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, conhecido como Toninho, e que seria o braço armado da organização; os ex-secretários de Governo da Prefeitura de Campos, Suledil Bernardino e Thiago Godoy (PR); o empreiteiro Ney Flores; o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues e o genro dele, Fabiano Rosas Alonso. Todos foram presos, no ano passado, pela Polícia Federal, na Operação Caixa d’água, deflagrada no dia 22 de novembro.

Ralph Manhães comentou sobre as testemunhas relacionadas a Rosinha e Garotinho indicadas pelo casal, além de testemunhas de defesa indicadas por outros réus no processo.  De acordo com o juiz, foram arrolados pela defesa dos ex-governadores três procuradores da República do Rio de Janeiro, entre eles, o atual Procurador Geral de Justiça, José Eduardo Ciotola Gussem; e o desembargador do Tribunal de Justiça, José Carlos Paes.

O juiz Ralph Manhães considerou tratar-se de “requerimento protelatório, pois tais pessoas não têm qualquer vinculação com os fatos criminosos imputados aos mesmos, o que nos leva a crer que a não indicação por parte dos réus, dos motivos para as oitivas das referidas testemunhas também é um ato que deve ser considerado procrastinatório, com o único objetivo de retardar o processo com diligências desnecessárias”, afirmou.

As defesas de Suledil e Godoy também tiveram seus pedidos indeferidos: “A petição apresentada pelo réu Suledil Bernardino da Silva não traz maiores esclarecimentos quanto à pertinência da oitiva do Dr. Ademir Paulo Pimentel, não havendo necessidade de expedição de precatória, tão somente, para falar sobre o caráter daquele réu sem conhecimento dos fatos apresentados. Quanto às testemunhas arroladas pelo réu Thiago Godoy, entendo serem impertinentes, irrelevantes e protelatórias a oitiva dos senhores Paulo Feijó, Altineu Cortes, Marcelo Delaroli, Bruno Dauaire, Rogério Lisboa, João Ferreira Neto, Luciana Costa Paula do Nascimento, Leandro Andrade Azevedo e Benedito Barbosa da Silva Júnior, até porque estes dois últimos são ligados às delações da Odebrecht e não da JBS, pois não há relação direta entre as testemunhas nominadas com os fatos descritos na denúncia”, pontuou Ralph Manhães.