A expectativa, porém, fica por conta de novas mudanças na composição da Casa. Se 2017 foi de “entra e sai” motivado por decisões da Justiça Eleitoral em processos cíveis e criminais, resultantes das denúncias de uso do programa Cheque Cidadão para a compra de votos nas últimas eleições municipais, o ano que começa não acena diferenças neste aspecto. Denunciados após investigações do Ministério Público (MP) e da Polícia Federal (PF) que apontaram participação no esquema fraudulento que, teria beneficiado candidatos aliados da ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR) e de seu ex-secretário de Governo e marido Anthony Garotinho (sem partido), os vereadores Jorge Rangel (PTB), Linda Mara Silva e Thiago Virgílio (ambos do PTC) foram condenados em segunda instância.
Os vereadores condenados tiveram o mandato cassado e estão inelegíveis por oito anos. Os três poderão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas deverão deixar a Câmara assim que a Casa for notificada oficialmente da decisão tomada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ), o que, segundo a assessoria de comunicação do Legislativo municipal, ainda não aconteceu.
Com o afastamento de Jorge Rangel, Linda Mara Silva e Thiago Virgílio, que chegaram a ser presos por envolvimento no esquema, o trio voltará a ser substituído pelos suplentes, que são, respectivamente: Joilza Rangel (PSD), Carlos Alberto Canaã e Cabo Alonsimar (ambos do PTC).
Isso, todavia, não significa o fim da dança das cadeiras, já que o próprio Cannaã já foi condenado em primeira instância por participação na compra de votos. Continuarão, também, nos próximos dias, os trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) das Rosas e da Odebrecht, que investigam, respectivamente, contrato da Prefeitura de Campos com a empresa Emec Obras e Serviços Ltda., além de pagamentos irregulares da empreiteira à Rosinha e a Garotinho.
A Câmara aprovou por unanimidade, no último dia 5 de dezembro, a prorrogação do prazo original de 90 dias para apresentação dos resultados por igual período. O argumento do relator da CPI das Rosas, Claudio Andrade (PSDC), e do presidente da CPI da Odebrecht, Genásio de Souza (PSC), é de que a investigação é complexa e demanda mais tempo. Segundo eles, os trabalhos aconteceram, mesmo durante o recesso parlamentar.